Meio Ambiente

Fogo já destruiu mais da metade de território indígena no Moju e lideranças pedem ajuda

Cacique denuncia que número de brigadistas é insuficiente e que fogo se alastra há uma semana e meia no território Anambé

03/11/2024 11:21


Belém, PA - Há pelo menos uma semana e meia, o fogo tem tornado a vida do povo Anambé, território indígena localizado no município do Moju, no Nordeste do Estado, quase que insustentável. Mais da metade dos oito mil hectares da área demarcada e homologada já foi destruída e os indígenas seguem acampados na divisa de áreas com fazendeiros da região, que, juntos, lutam para tentar conter o avanço das chamas.


Neste sábado, 2, o cacique Pinawã Anambé foi às redes sociais para tornar pública a situação e pedir ajuda das autoridades. “Temos lutado contra o fogo, mas o número de brigadistas enviado pelos bombeiros é insuficiente. Mais da metade do nosso território já foi devorado pelas chamas e pedimos ajuda. Que as autoridades enviem mais brigadistas e também reforço aéreo para combater o fogo”.


Ainda de acordo com o cacique Pinawã, o prejuízo vai além da perda vegetal e animal. O povo perde em qualidade de vida e as necessidades básicas, como alimento e água, já estão sendo sentidas pelos indígenas, ao ponto de uma vakinha virtual ter sido aberta em favor de quem habita o território.


“Precisamos de ajuda. Precisamos de água, alimento, cesta básica, equipamentos de controle do fogo. Estamos acampados no limite do nosso território por conta do avanço do fogo. Pedimos às autoridades que olhem pelo nosso território, que é demarcado e homologado”, conclui Pinawã Anambé. 


De janeiro a setembro de 2024, o Pará registrou 21.772 focos ativos de queimadas, segundo o Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Só em julho, no auge do calor intenso, foram 3.265 focos ativos detectados no território paraense. No último dia 27 de agosto, o governo do Pará baixou um decreto em que proíbe o uso de fogo por 180 dias em todo o território paraense.


Foto e Vídeo: Redes Sociais

(Colaboração: Mariluz Coelho)

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