Belém, PA - A participação feminina na pecuária bovina cresceu nos últimos anos, principalmente no Norte do paÃs. Uma pesquisa inédita constatou que, atualmente, mais de 26 mil mulheres fazem parte do setor de criação de gado na região do estado do Pará, contribuindo para a economia local e os avanços na equidade de gênero.
A análise foi realizada pelo pesquisador e engenheiro agrônomo Rogério Lourenço, por meio do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPAD) da Universidade da Amazônia, Unama, e sob orientação da professora Regina Cleide Teixeira. Voltada à linha de pesquisa em Gestão Organizacional, o intuito foi identificar a contribuição e os desafios das mulheres no setor pecuarista, além de investigar o desenvolvimento rural e a inclusão de gênero.
A presença ativa e feminina nesse mercado tem alcançado resultados assertivos para a economia no interior do Pará. Cerca de R$69,5 milhões foram movimentados no primeiro semestre de 2024, somente por mulheres. Além disso, as empreendedoras lideram um grande rebanho bovino no Pará, maior que em 15 estados brasileiros.
O nÃvel de escolaridade entre essas mulheres também foi observado. 71% afirmam ter ensino superior ou pós-graduação. Contudo, elas ainda representam só 18% de atuantes no setor e enfrentam limitações no acesso a créditos e polÃticas públicas.
O pesquisador e agrônomo Rogério Lourenço analisa os avanços e a inserção feminina no mercado com olhar positivo. "A presença de mais de 26 mil mulheres pecuaristas é significativa, pois estão atuando em atividades tradicionalmente masculinas. Esses indicativos mostram a quebra de paradigmas que ainda sustentam nossa sociedade, sobretudo no setor pecuário. Os dados mostram as mudanças e o crescimento da equidade de gênero no empreendedorismo rural", explica.
Para a professora Regina Crista Teixeira, da Unama, o prevalecimento de criadoras de gados no interior do Pará representa autonomia econômica e fortalece a geração de renda para comunidades. "Movimenta a economia rural, busca inovação, cuida das propriedades e das pessoas que trabalham. As mulheres buscam transformar a pecuária em um setor mais justo e resiliente".
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