Lisboa, PORT - Nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, às 13h24, Lisboa, a capital portuguesa, que abriga cerca de 50% da população do país, voltou a tremer. É o segundo sismo confirmado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) no período de seis meses.
Este abalo, que atingiu Lisboa, teve magnitude 4,6 na escala de Richter. Inicialmente, o IPMA anunciou 4,7 na escala de Richter, porém, mais tarde, atualizou a informação. Em 26 de agosto de 2024, por volta das 5h11, um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter foi sentido, além de Lisboa, em Portugal, na Espanha e no Marrocos.
A origem do sismo de hoje foi no largo do Seixal, distrito de Setúbal. Segundo os registros do IPMA, o abalo foi registrado a 7 km de profundidade. O IPMA monitora os sismos, que são comuns na Europa, e emite informações em tempo real. Desde as 7h da manhã desta segunda-feira, foram registrados seis abalos pelo Instituto, a maioria com eclosão no mar, incluindo o do Seixal, que teve origem em terra.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que está em uma visita oficial ao Brasil, foi avisado do evento pelo primeiro-ministro Luís Montenegro. Ao falar com os jornalistas no Brasil, o presidente disse que os efeitos do abalo foram muito reduzidos.
Marcelo Rebelo de Sousa mencionou as novas construções em Lisboa, que estão sendo erguidas com mais cuidado, mesmo que não sejam especificamente projetadas para suportar os impactos de abalos sísmicos.
Susto
O tremor registrado pelo IPMA foi sentido em Lisboa, em Portimão (Algarve) e em algumas cidades da Espanha. Conversamos com pessoas que trabalhavam em escritórios em Lisboa na hora do abalo.
Os que estavam em prédios antigos sentiram mais o abalo. “Sentimos forte, as pernas tremeram e nos jogamos debaixo das mesas”, contou uma brasileira que trabalha em um escritório de advocacia em Lisboa.
Já quem estava trabalhando em prédios mais novos sentiu menos. “Eu quase nem percebi. Mexeu um pouco a porta, mas, no meu escritório, quase ninguém percebeu”, contou um venezuelano que estava trabalhando em um escritório no momento do sismo.
Área de risco
Devido à posição geotectônica, próxima à fronteira entre as placas Euro-asiática e Africana, especificamente na falha Açores-Gibraltar, Portugal está em uma área de considerável risco sísmico.
O maior risco sísmico registra-se na região dos Açores, na Área Metropolitana de Lisboa (sendo Lisboa uma das capitais europeias com maior risco) e no Algarve, sul do país.
Lisboa carrega até hoje as marcas do terremoto de 1º de novembro de 1755, com magnitude estimada entre 8,5 e 9,0 na escala Richter, que devastou a capital. Não se sabe ao certo o número de mortos, porém estima-se que 50 mil pessoas morreram. Mais de 80% da cidade foi destruída pelo terremoto, seguido de um tsunami com ondas de mais de 15 metros.
A posição geotectônica de Lisboa e de cidades do sul de Portugal é motivo de monitoramento constante. A probabilidade de um novo sismo de grande magnitude em Lisboa não pode ser prevista com exatidão. Porém, especialistas no assunto consideram que o risco é real.