UFPA barra "meio mundo de gente" na abertura da reunião da SBPC, no Theatro da Paz, em Belém

Considerado um dos “patronos” da atual Reitoria, ex-senador Paulo Rocha desistiu do evento e saiu esbravejando contra a desorganização.

08/07/2024 08:30
UFPA barra
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oi um verdadeiro show - de desorganização - a cerimônia de abertura da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC, realizada na noite deste domingo, 7, no Theatro da Paz, em Belém. O problema foi que os organizadores priorizaram o glamour e não a capacidade de público na escolha do local do evento. O resultado foi um mundo de gente barrada, alguns, inclusive, de fora do Estado, que vieram ao Pará única e exclusivamente para a reunião.


Abertura quebrou uma tradição e público foi restrito; até o ex-senador Paulo Rocha foi barrado na portaria do teatro/Fotos: Divulgação-OLiberal.

Assim que a lotação foi alcançada, as grades que cercam o Theatro da Paz foram fechadas e os seguranças, plantados em frente a cada uma delas para garantir que ninguém mais entrasse. Aí teve início o show de “carteiradas”. Empurra daqui, grita dali... não teve jeito. Foram muitas as pessoas credenciadas barradas, algumas delas associadas à SBPC, porque o critério foi deixar entrar quem chegou primeiro.

 

Simples assim


O presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá, no Rio de Janeiro, Cláudio Gimenez, por exemplo, conseguiu entrar depois de insistir com meio mundo de gente e esperar por mais de meia hora até que resolvessem sua situação. A mesma paciência não teve o superintendente da Sudam, o ex-senador Paulo Rocha, que deixou o local esbravejando depois de ter sido barrado logo na primeira tentativa de entrar. Na Reitoria da UFPA, como se sabe, é Deus no céu e Paulo Rocha na terra - até ontem, pelo menos.

 

Helder ausente


Outro aspecto que chamou atenção foi a ausência do governador Helder Barbalho, ou de um representante oficial do governo do Estado, no evento. A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas era o órgão mais perto disso, mas nem o cerimonial e muito menos o presidente da instituição, Marcel Botelho, deixaram isso claro. Marcel até citou Helder quando se pronunciou, mas não disse que estava ali para representá-lo.


Fechado ao público

As cerimônias de abertura de reuniões anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência têm como característica a abertura gratuita ao público, até como forma de estimular o debate e a adesão ao tema. Por isso não houve controle logo nas primeiras horas em que as portas do teatro foram abertas. Ou seja, quem não se credenciou, mas chegou cedo, entrou; quem optou por chegar um pouco mais tarde justamente por estar credenciado, foi barrado no baile.


Manda quem pode

Fizeram parte da mesa 14 pessoas, entre elas, o professor Emmanuel Tourinho, reitor da UFPA, instituição organizadora do evento em Belém. Na busca por culpados, atribuiu-se a ele uma suposta omissão em relação à escolha do local. Há quem diga que houve tempo para mudar o local da abertura da reunião para um espaço mais amplo, mas o silêncio do reitor contribuiu para que um momento de festa tenha se tornado uma noite de irritação.

 

Obedece quem...

 

Sabe aquela história segundo a qual ‘por trás de um grande homem sempre existe uma grande mulher’? Pois é. Na multidão de pessoas escaladas como organizadores do evento constam três nomes ligados à UFPA - além do magnífico, a professora Maria Athaide Malcher e Simone Neno, que vem a ser a mulher do reitor Emmanuel Tourinho.

 

Conhecida nos corredores da Universidade como “Rasputin de saias” - atribui-se a ela a ideia de construção da nova Editora da UFPA, “um castelo de quase R$ 10 milhões” -, Simone Neno teria sua parcela de culpa na escolha do Theatro da Paz para a abertura do evento e sequer foi questionada pelo marido.

 

O zelo da primeira dama se concentrou no glamour e na definição dos lugares a serem ocupados pelos ungidos na plateia, onde, pelo visto, não constava Paulo Rocha. Até o pessoal do gabinete da UFPA ficou de fora, fato que tem merecido comentários bem picantes nas redes sociais - Simone Neno como protagonista, por óbvio.

 

Papo Reto

 

· Circula em Brasília: o ministro de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, do PSB, disse que não há espaço para mudança no nome do vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, caso o petista seja candidato à reeleição em 2026.

 

· A declaração foi dada em entrevista à CNN sábado. De acordo com França, o desempenho de Geraldo Alckmin tem sido bem avaliado pelos partidos, o que afastaria a possibilidade de mudança na aliança entre PT e PSB.

 

· Em relação à vaga de vice, França descartou a possibilidade de uma candidatura da sua sigla no próximo pleito e reforçou a aliança com os petistas.

 

· Questionado sobre uma possível indicação do MDB, o ministro disse que tem "dúvida" sobre qual será a posição do partido se Nunes vencer. "O MDB do Nordeste, com Renan Filho, e do Norte, com os Barbalhos, trabalham pelo Lula", diz.

 

· Observação desinteressada de um leitor: o prefeito Edmilson Rodrigues (foto), entregou a avenida Romulo Maiorana reformada, mas só a parte do Ronaldo (Maiorana); a parte do Rominho vai ter que esperar...”

 

· A disparada do dólar e o avanço do preço do petróleo viraram sinônimo de pressão extra sobre a Petrobras, que assiste o "derretimento" dos preços que pratica internamente.

 

· A gasolina vendida nas refinarias do Brasil, por exemplo, relata a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, está em média 18% mais barata do que o preço praticado lá fora.

 

· Sinistro: ex-gerente de controle de qualidade da Boeing confessa que, por anos, trabalhadores da fábrica do 787, em Everett, Washington, rotineiramente reutilizavam peças descartadas em um ferro-velho interno.

 

· Lideranças nacionais ligadas à piscicultura lutam bravamente, durante as discussões da reforma tributária, para que o peixe originário de cultivo possa fazer parte da cesta básica nacional.

 

· Uma nova e promissora forma de modificar células e contornar os efeitos do Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas é o que promete estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia, publicado no periódico científico iScience.

 

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