Expansão do crime organizado e das facções criminosas deixa Pará à mercê da insegurança

Ataques a pessoas e instituições compõem o retrato da segurança pública no Estado, enquanto a população, amedrontada, pede providências que não vêm.

28/10/2024 11:35
Expansão do crime organizado e das facções criminosas deixa Pará à mercê da insegurança
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Estado sempre foi palco de atuação de grupos criminosos, mas, ultimamente, o avanço de organizações criminosas sobre o território paraense passou a preocupar autoridades da área de segurança pública e de pesquisadores ligados ao tema.


Estado se mostra impotente para combater as facções; PF prendeu membros de organização criminosa na Suriname/Fotos: Divulgação.

As riquezas naturais do Estado passaram a ser objeto de grande interesse de grupos criminosos que, em diversas regiões, exploram ilegalmente a extração de madeira e de minérios, com impactos significativos no meio ambiente, principalmente em relação à emissão de gases de efeito estufa e aos danos causados pela utilização de mercúrio.


O quadro da criminalidade no Pará foi agravado pela crescente atuação de facções criminosas nas diversas regiões do Estado, fato constatado pela população e pelo teor dos noticiários locais, sobretudo a partir de 2020.


As facções criminosas Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital e Comando Classe A começaram a atuar na última década em solo paraense, porém, mais voltados para o meio carcerário. A partir de 2020, principalmente, expandiram sua atuação para o interior, arregimentando novos integrantes.


A presença do Comando Vermelho em território paraense é a mais aguda. Nos municípios onde atua, sobretudo na Região Metropolitana de Belém, fala-se rotineiramente na prática de extorsões e ataques a empresas que se recusam a pagar a “taxa do crime”, modus operandi que tem gerado insegurança em comerciantes, empresários e população de bairros periféricos.

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Modelo de atuação

 Com estrutura empresarial e diversos cargos e funções, o Comando Vermelho tem forte atuação no tráfico de drogas e passou a copiar o modelo empregado pela facção no Rio de Janeiro, a extorsão. Quem não paga a taxa do crime sofre pesadas retaliações. Da boca do povo ouve-se falar até de supostos acordos com políticos e autoridades, mas, rigorosa e principalmente, pedidos de providências do poder público contra os ataques a pessoas e instituições.


Retrato infeliz

 

Essa, portanto, é parte da fotografia do quadro da segurança pública do Pará, onde organizações criminosas em geral e facções expandem seus negócios, não obstante seus integrantes serem alvos de prisão, algumas vezes, tanto pelas polícias paraenses quanto federais.

 

Exemplo são as prisões de “torres” do Comando Vermelho em municípios de várias regiões do Estado executadas pelas polícias Civil e Militar do Pará, além da prisão de integrantes da família “Quaresma”, envolvida com contrabando e outros crimes, feita pela Polícia Federal, recentemente, no Suriname.

 

O quadro de insegurança se completa com imagens que circularam nas redes sociais, tempos atrás, em que membros da família Quaresma aparecem em eventos aparentemente “familiares” em companhia de autoridades da segurança pública do Estado, dando margem a interpretações diversas, inclusive sobre a inexistência de fronteira entre a lei e crime, fato que segue sem qualquer explicação até hoje, a menos que tenha sido uma "infiltração policial", o que seria possível, embora improvável.  

 

Herança maldita

 

Além dos números da criminalidade paraense, a expansão das facções será um fardo que o futuro governador do Pará herdará, pois, ao que se percebe até o momento, o Estado, isoladamente, não conseguirá fazer frente ao avanço dessas facções criminosas. 

 

Papo Reto

 

· A crônica esportiva paraense identificou mais um adversário para o Paysandu na reta final da Série B do Brasileirão, não bastassem os adversários e as arbitragens: o próprio elenco.

 

·  Recentemente, Hélio dos Anjos caiu, depois de perder o comando da equipe. Agora, o técnico Márcio Fernandes (foto) orienta fora de campo, e um grupo de jogadores ‘desorienta’ dentro de campo.

 

· Advogados em estado de êxtase: sob a desculpa de "valorizar a advocacia e garantir critérios justos na contratação", o STF decidiu que Estados, municípios e outros entes públicos podem contratar serviços jurídicos "sem a necessidade de licitação".  

 

· No ranking dos 100 municípios brasileiros mais ricos do agro - no qual o Mato Grosso entra como 31 cidades -, o Pará aparece na lista somente com Igarapé-Miri (35⁰), Paragominas (51⁰) e D. Eliseu (94⁰).

 

· Os municípios mais ricos ocupam uma área de 33,1 milhões de hectares, ou 34,5% da área total de 95,8 milhões de hectares cultivados no Brasil.

 

· A análise engloba 70 produtos das lavouras temporárias e permanentes de todos os 5.563 municípios brasileiros, sendo a soja a líder, com R$ 348,6 bilhões, correspondendo a 42,8% do total da produção agrícola nacional.


· Às 17h31, com pouco mais de 95 % das urnas apuradas, Igor Normando foi considerado eleito prefeito de Belém pelo TRE.

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