Estado sempre foi palco de atuação de grupos criminosos, mas, ultimamente, o avanço de organizações criminosas sobre o território paraense passou a preocupar autoridades da área de segurança pública e de pesquisadores ligados ao tema.
As riquezas naturais do Estado passaram a ser objeto de grande interesse de grupos
criminosos que, em diversas regiões, exploram ilegalmente a extração de madeira
e de minérios, com impactos significativos no meio ambiente, principalmente em
relação à emissão de gases de efeito estufa e aos danos causados pela
utilização de mercúrio.
O quadro da criminalidade no Pará foi agravado pela crescente atuação de
facções criminosas nas diversas regiões do Estado, fato constatado pela
população e pelo teor dos noticiários locais, sobretudo a partir de 2020.
As facções criminosas Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital e Comando
Classe A começaram a atuar na última década em solo paraense, porém, mais
voltados para o meio carcerário. A partir de 2020, principalmente, expandiram
sua atuação para o interior, arregimentando novos integrantes.
A presença do Comando Vermelho em território paraense é a mais aguda. Nos
municípios onde atua, sobretudo na Região Metropolitana de Belém, fala-se
rotineiramente na prática de extorsões e ataques a empresas que se recusam a
pagar a “taxa do crime”, modus operandi que tem gerado
insegurança em comerciantes, empresários e população de bairros periféricos.
Conteúdo
relacionado
Crime organizado e política: captura e perversão do Estado pelabandidagem oficializada
Modelo de atuação
Com estrutura empresarial e diversos cargos e funções, o Comando Vermelho tem forte atuação no tráfico de drogas e passou a copiar o modelo empregado pela facção no Rio de Janeiro, a extorsão. Quem não paga a taxa do crime sofre pesadas retaliações. Da boca do povo ouve-se falar até de supostos acordos com políticos e autoridades, mas, rigorosa e principalmente, pedidos de providências do poder público contra os ataques a pessoas e instituições.
Retrato infeliz
Essa,
portanto, é parte da fotografia do quadro da segurança pública do Pará, onde
organizações criminosas em geral e facções expandem seus negócios, não obstante
seus integrantes serem alvos de prisão, algumas vezes, tanto pelas polícias
paraenses quanto federais.
Exemplo
são as prisões de “torres” do Comando Vermelho em municípios de várias regiões
do Estado executadas pelas polícias Civil e Militar do Pará, além da prisão de
integrantes da família “Quaresma”, envolvida com contrabando e outros crimes,
feita pela Polícia Federal, recentemente, no Suriname.
O
quadro de insegurança se completa com imagens que circularam nas redes sociais,
tempos atrás, em que membros da família Quaresma aparecem em eventos
aparentemente “familiares” em companhia de autoridades da segurança pública do
Estado, dando margem a interpretações diversas, inclusive sobre a inexistência
de fronteira entre a lei e crime, fato que segue sem qualquer explicação até
hoje, a menos que tenha sido uma "infiltração policial", o que
seria possível, embora improvável.
Herança maldita
Além
dos números da criminalidade paraense, a expansão das facções será um fardo que
o futuro governador do Pará herdará, pois, ao que se percebe até o momento, o
Estado, isoladamente, não conseguirá fazer frente ao avanço dessas facções
criminosas.
Papo Reto
· A crônica esportiva paraense identificou mais um
adversário para o Paysandu na reta final da Série B do Brasileirão, não
bastassem os adversários e as arbitragens: o próprio elenco.
·
Recentemente, Hélio dos Anjos caiu, depois de perder o
comando da equipe. Agora, o técnico Márcio Fernandes (foto) orienta
fora de campo, e um grupo de jogadores ‘desorienta’ dentro de campo.
· Advogados em estado de êxtase: sob a desculpa de
"valorizar a advocacia e garantir critérios justos na contratação", o
STF decidiu que Estados, municípios e outros entes públicos podem contratar
serviços jurídicos "sem a necessidade de licitação".
· No ranking dos 100 municípios brasileiros mais ricos do
agro - no qual o Mato Grosso entra como 31 cidades -, o Pará aparece na lista
somente com Igarapé-Miri (35⁰), Paragominas (51⁰) e D. Eliseu (94⁰).
· Os municípios mais ricos ocupam uma área de 33,1 milhões
de hectares, ou 34,5% da área total de 95,8 milhões de hectares cultivados no
Brasil.
· A análise engloba 70 produtos das lavouras temporárias e
permanentes de todos os 5.563 municípios brasileiros, sendo a soja a líder, com
R$ 348,6 bilhões, correspondendo a 42,8% do total da produção agrícola nacional.
· Às 17h31, com pouco mais de 95 % das urnas apuradas, Igor
Normando foi considerado eleito prefeito de Belém pelo TRE.