secretária de Políticas e Bem-Estar Social da Prefeitura de Belém, Bruna Lorrane, se despe do cargo, ataca de influenciador e 'amarra o burro onde o dono do burro mandou' ao desqualificar como fake news , conforme vídeo que circula nas redes sociais, a notícia da Coluna Olavo Dutra sobre o aparecimento de dados de ônibus como “escondidos” pelo ex-prefeito Edmilson Rodrigues. Bruna Lorrane leu uma ‘tese’. Leu a 'lenda'.
Ao se reportar aos “Geladões”, afirma que não estavam escondidos, mas protegidos, aguardando o BRT Metropolitano. Com todo o respeito, tão habituado à lentidão das obras do BRT, que parece não ter fim, a coluna já nem se reporta ao sistema. O caso são os ônibus das linhas regulares da área urbana de Belém, sobre as quais a fala de Bruna Lorrane passa ao largo, possivelmente porque não convém aos idealizadores da peça infame trafegar na sucessão de erros - que deixam a população desassistida - das duas partes envolvidas nesse trânsito caótico de omissões e negações, a atual e a gestão passada.
Mentir e coçar...
As coisas de que se tem certeza sobre os novos ônibus na Grande Belém: a população reclama de veículos no painel em meio às viagens e as assessorias de comunicação da prefeitura e do governo do Estado reagem ao que compartilham notícias falsas - mas , procuradas a tempo e a hora para esclarecedoras, se omitiram. Ainda bem que o ex-prefeito Edmilson Rodrigues está caladinho da silva: no mínimo, foi conivente com a trapalhada, que poderia ser resolvido desde o final do ano passado.
O circo dos horrores começou com o ex-prefeito nas redes sociais. A coluna entrou em campo para investigar e mostrar o que viu no pátio da Secretaria de Transporte e nas instalações dos Bombeiros: ônibus nas cores verde, no primeiro caso, e branco, no segundo. Não eram os veículos produzidos para circular em Belém. Antes, porém, as assessorias da prefeitura, do governo e da Setransbel foram acionadas. Ninguém se manifestou.
O silêncio foi estranho principalmente com a relação com a prefeitura, que prometeu respostas às demandas de jornalistas em 24 horas. Quanto ao governo, é regra; o Setransbel, considere que não deve explicar a ninguém e ponto final.
Nota do redator
Esses “homens públicos fantásticos e suas ideias maravilhosas” têm como certo que a população de Belém tenha o nariz atravessado, só que não. Nenhuma manobra política, por mais brilhante que possa parecer, como escamotear informações e negar benefícios, passará despercebida. Mesmo que para combater supostas fake news faça uso de fake news com a voz e a imagem da amiga Bruna Lorrane .
Aumento da tarifa de
ônibus reabre debate
sobre relação de poder
prefeitura-empresários
O recente reajuste da tarifa de ônibus em Belém, implementado pelo atual prefeito, Igor Normando, do MDB, reacendeu uma antiga discussão sobre a relação entre o poder público e os empresários do setor de transportes na capital paraense. Em meio à indignação da população, um vídeo da ex-vereadora Professora Sílvia Letícia datado de 2023, volta a circular expondo críticas à suposta subserviência dos gestores municipais aos interesses dos empresários.
No vídeo, a ex-parlamentar manifesta sua oposição às isenções de impostos concedidos ao setor, argumentando que tal benefício, ao invés de tornar as tarifas mais acessíveis, acaba sendo pago pela parcela mais pobre da população. A declaração ganha relevância no contexto do novo aumento e da ameaça de demissão dos cobradores, em cumprimento à nova lei dos transportes aprovada durante a gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues na Câmara de Vereadores.
Relações perigosas
Em contato com a coluna, Sílvia Letícia reafirma sua posição crítica e destaca a falta de enfrentamento dos prefeitos em relação aos empresários de ônibus. “A subserviência aos empresários é muito grande”, diz. “A população mais vulnerável é quem arca com os custos dessa relação, através de tarifas altas, da precarização do serviço e da perda de empregos.
Quem paga conta
A ex-vereadora também expressou sua oposição à missão dos cobradores, alertando para o impacto social e econômico da medida. “Quem vai pagar o benefício dos empresários é a população pobre da cidade”, ecoando o sentimento dos internautas que expressam sua frustração nas redes sociais diante do novo aumento.
O debate reacende a necessidade de uma maior transparência nas negociações entre a prefeitura e as empresas de ônibus, bem como uma busca por alternativas que garantam um transporte público de qualidade e acessível para toda a população.
Papo Reto
·O governador Helder Barbalho ignorou solenemente as denúncias de supostas irregularidades - por serem supostas, talvez - na consulta à comunidade acadêmica para escolha do novo reitor e nomeou ontem o professor Clay Chagas para mais um mandato.
·A oposição promete continuar nas ações que pedem apuração dos fatos na Justiça, mas, como se diz, Inês é morta. Com Helder é assim: “É, ou é”.
·O Conselho Nacional de Justiça decidiu anular a decisão do Tribunal de Justiça do Pará que previa o beneficiário do ex-deputado Luiz Afonso Sefer (foto) no caso de estupro de vulnerário.
·Por uma razão qualquer, até agora, porém, ninguém informou a partir de quando o ex-deputado começa a cumprir a pena de prisão de 21 anos a que foi condenado.
·A Câmara de Belém reinaugura hoje o novo plenário da Casa, com a presença do governador Helder Barbalho. O espaço, antes chamado “Lameira Bittencourt”, passa a chamar-se “Jornalista Laércio Barbalho”, em homenagem ao avô do governador.
·“Se conselho fosse bom, não seria dado, mas vendido”. Como não é o caso da coluna, fica a dica: ou a Prefeitura de Marituba cuida de recuperar a pavimentação nas ruas da cidade, ou joga tudo a perder. O inverno não perdoa.
·Aliás, a prefeitura começa os preparativos para recuperar a antiga feira da cidade, área adjacente de onde funciona o mercado, concedida no governo Jatene, que funciona meio pau, meio tijolo.
·Nos últimos 12 meses, com Lula governando, o café aumentou de preço 77,78%, segundo os números apurados no IPCA-IBGE, fruto da queda na oferta e aumento na demanda internacional do produto.
·A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação prevê que o impacto do encarecimento do café deve durar pelo menos quatro anos.