instalação de estruturas metálicas em formato de árvores na capital paraense dentro da obra da avenida Visconde de Souza Franco, a nova Doca, tem gerado muita polêmica. O assunto foi parar como pauta no programa Em Pauta, do canal GloboNews, onde o jornalista André Trigueiro criticou que os investimentos em árvores artificiais não estão alinhados com os objetivos ambientais da conferência.
A crítica do jornalista de que o Pará segue o caminho contrário aos objetivos da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que terá a 30ª edição em Belém no mês de novembro, é que durante o evento, a capital paraense receberá chefes de Estado e delegações de todo o mundo para discutir alternativas às mudanças climáticas e à preservação ao meio ambiente, ou seja, ao verde natural.
Crítica motivadora
No dia seguinte ao longo debate da Globo News sobre o assunto, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre reuniu-se com o presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o embaixador André Corrêa do Lago, e foi direto ao ponto: pediu, quase em tom de cobrança, que Macapá, capital do seu Estado, o Amapá, funcione como uma “subsede da conferência”, recebendo as delegações internacionais e compartilhando o que o senador chama de “plano de sucesso” do Estado: tem 97% da cobertura vegetal primária intacta e 73% do território protegido.
“Na condição de Estado mais preservado do Brasil, é justo que o Amapá participe das discussões da COP30”, defendeu Alcolumbre sem citar as especificamente as estruturas artificiais instaladas em Belém em formato de árvores, mas que fonte da Coluna Olavo Dutra no Senado garante que foi o ponto de fragilidade encontrado por Alcolumbre para formalizar o pedido ao embaixador André Lago.
Apoio de transporte
O governador do Amapá, Clécio Luís, participou de forma remota da reunião e reforçou o pedido feito por Alcolumbre. “Não podemos considerar o evento como a COP da Amazônia se não tiver os Estados da Amazônia. Macapá pode ser subsede e apoiar a capital paraense. Aliás, Belém é nossa cidade-irmã”, reforçou o governador em apoio a Alcolumbre, e este lembrou ainda a André Lago que a distância entre as duas capitais, Macapá e Belém, é de somente 55 minutos de avião, sendo assim totalmente viável a participação da capital amapaense, com o apoio de uma estrutura de transporte aéreo.
Em certa “saia-justa”, o embaixador André Lago reconheceu o compromisso do Amapá com a preservação ambiental e acrescentou a importância de o Estado se mostrar ao mundo. “O Amapá tem um bom exemplo que pode, sim, ser mostrado ao mundo como um modelo de Estado ambientalmente preservado no Brasil”, declarou, dando a entender que vai considerar o pedido do presidente do Congresso, que em encontro recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia cobrado sobre a importância de inserir o seu Estado na conferência.
Na contramão
Segundo a fonte consultada pela coluna, a conversa que Alcolumbre já teve com o presidente Lula foi informal, mas saber das notícias de que o governo do Pará está comprando árvores artificiais, enquanto o Amapá tem tanta área preservada foi um pontapé para que ele recorresse oficialmente ao presidente da COP30. Nesse ponto, o governo paraense acabou ficando sem resposta sobre as críticas em relação às 180 “fake árvores” que estão sendo instaladas na Doca.