m recente entrevista a um portal de notícias, o
prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, do Psol, falou sobre sua relação de
amizade e proximidade com o presidente Lula. Com a imagem desgastada, segundo
atestam de forma recorrente as pesquisas pré-eleitorais, Edmilson usa esse
recurso para creditar a realização da COP30 em Belém à confiança que Lula tem
nele.
Entre outras provas dessa proximidade, Edmilson
Rodrigues conta que Lula não apenas sabe seu nome e quem ele é, como já foi à
sua casa, razão pela qual tem, inclusive, fotos com as filhas de Edmilson. “Não
é de hoje que sou amigo pessoal desse homem que hoje é o presidente mais amado
do mundo”, garante ele, dando a entender que não chegou ontem na relação com
Lula e, por isso mesmo, “senta na janela”.
Triunfo da amizade
Mas é no campo político que o prefeito de Belém acredita
estar seu maior trunfo junto a Lula. “Lula quis trazer a COP para a Amazônia,
claro, mas se fosse também uma cidade com um prefeito que ele não conhecesse,
que ele não acreditasse, ele não arriscaria. Por isso o presidente está
enviando os recursos federais, e eu estou fazendo as obras necessárias para que
Belém receba bem a COP30”, disse Edmilson a seus entrevistadores.
O bom combate
A fala do prefeito de Belém, ao mesmo tempo que
contrasta com a postura adotada pelo governador Helder Barbalho ao puxar desde
o início a COP para si, também diz muito sobre como, nessa mesma manobra, o
governador, por vários momentos, jogou Edmilson para trás da cortina da
organização do evento, antes mesmo do público rompimento político entre os
dois.
Da cintura para baixo
Até o rompimento praticamente formalizado com o anúncio,
pelo governador Helder Barbalho, de um candidato próprio - no caso, seu primo
Igor Normando - contra Edmilson Rodrigues nestas eleições municipais, a corda
entre o prefeito de Belém e o governador foi roída por vários acontecimentos,
como o esvaziamento de poderes e caneladas em pronunciamentos nos eventos, nas
redes sociais e nas declarações em coletivas de imprensa ou transmissões ao
vivo e, infelizmente, em atos que sobram para a população, como os boicotes a
licenciamentos de obras, a repasses de recursos e até ao trâmite de processos
que dependam da máquina sob o comando do governo estadual, conforme a coluna
antecipou.
As tais conveniências
Em 2020, o governador Helder Barbalho fez uma
conveniente aliança com Edmilson Rodrigues, em detrimento da candidatura do seu
próprio partido, o MDB, sigla pela qual concorreu o deputado federal José
Priante, figura que, embora seja da família do governador, tem sido eternamente
rejeitado por Helder para sentar na cadeira de prefeito de Belém.
A aliança se confirmou vitoriosa nas urnas por dois
anos, e o movimento pela eleição de Lula foi reconhecido pelo presidente, que
logo após as eleições já embarcou para a COP 27, no Egito, na companhia de
Helder Barbalho. No final de dezembro daquele ano, ao anunciar seus ministros,
Lula garantiu o renascimento da pasta do Ministério das Cidades e confirmou
Jader Filho no comando.
Fatos e fotos
Pode-se dizer que foi justamente a COP o divisor de
águas entre Lula e Helder, a ponto de, ao final da COP27, quando Lula voltou
decidido a candidatar Belém ao evento, o crédito ter sido dado direto para o
governador. Logo depois de tomar posse em 1º de janeiro de 2023, Lula
oficializou à Organização das Nações Unidas (ONU) a candidatura de Belém para
sediar a COP30, em 11 de janeiro, véspera do aniversário de Belém, mas sem a
presença do prefeito no vídeo feito por Helder e Lula em Brasília. O mesmo
ocorreu, posteriormente, no vídeo de oficialização da resposta da ONU.
Quase de fora de foco
No anúncio oficial da COP em Belém, feito na capital
paraense em 17 de junho do ano passado, somente o governador aparece na foto
com Lula feita na cerimônia, divulgada pela Agência Brasil. O registro de
Edmilson ao lado de Lula e Helder ficou apenas para consumo interno, no portal
da prefeitura.
Mas, pelo tom do discurso de Edmilson Rodrigues nessa
entrevista recente, ele aposta na relação com Lula para mostrar que não está de
fora da atenção do presidente, e com ele junto a Lula será feito toda a linha
da campanha que pretende reverter os altos índices de rejeição com que Edmilson
chega para tentar a reeleição este ano.
Papo Reto
· A
Faculdade Católica de Belém deu a largada da primeira turma de Mestrado em
Direito Canônico no Pará.
· São 28
mestrandos vinculados a prelazias, dioceses e congregações e outras
instituições católicas no Pará.
· Com
isso, o arcebispo de Belém Dom Alberto Taveira (foto), que instalou
a FCB e articulou o mestrado, segue firme em busca do plano original, que é
inaugurar sobre essa base a Pontifícia Universidade Católica no Pará.
· Aviso
aos navegantes: a gestão do médico e candidato a prefeito de Bragança, Mário
Júnior, como secretário de Saúde em Irituia, será abordada na campanha
eleitoral.
· Como se
sabe, Mário Júnior também foi diretor técnico do famoso Hospital Diocesano
Santo Antônio Maria Zaccaria, da Diocese de Bragança.
· O Ministério Público desencadeou a operação “Rei do gado”,
semana passada, no Maranhão, e agora, no Espírito Santo.
· No Pará, o MP não move uma palha para desbaratar o
contrabando de minério nas rodovias estaduais, assunto que repercute Brasil
afora.
· A violência no futebol mundial e, de modo especial, na
América Latina, tem sido decisiva para tornar as partidas cada dia mais
truncadas e até chatas, sem "jogadas de gênio", como antigamente.
· Especialistas
dizem que, com a quantidade de árbitros, hoje, por trás de uma partida, não há
motivo para não se estabelecer um limite máximo de faltas por equipe.
· A
partir desse patamar o clube passaria a ser, de algum modo, penalizado, tal
qual no basquete, por exemplo, onde os que exageram nas faltas são penalizados
com tiros livres.