mbora, claramente, a Justiça Eleitoral do Pará esteja fazendo vista grossa às manifestações de propaganda eleitoral extemporânea, a maioria dos candidatos à reeleição parece estar de olho no calendário eleitoral por conta, talvez, das ações vindas dos concorrentes. E o calendário está apertando. Amanhã, 5 de julho, é a data limite para que agentes públicos pré-candidatos façam inaugurações de obras ou divulgação de prestação de serviços públicos. O deadline agita as agendas desses eventos pelos prefeitos por todo o Pará.
Como exemplo, nos dois maiores colégios eleitorais do Pará, Belém e
Ananindeua, os prefeitos somam juntos mais de 30 atos desse tipo somente nos
três últimos dias do prazo, entre ontem e amanhã. E tem de tudo: de
inaugurações em si, como praças reformadas pela Prefeitura de Belém, na
Marambaia, o Pronto Socorro Municipal de Ananindeua, pela prefeitura local, assim
como muitas formalizadas como “ordem de serviço”.
Agendas lotadas
Em Belém, pipocam ordens de serviços assinadas nesta quinta-feira para
obras nos mercados de carne e peixe do Complexo do Ver-o-Peso; execução de
serviços de manutenção, reparos, adaptações e instalações de vários prédios
públicos, em valores que somam módicos R$ 32,5 milhões.
Nos mercados, ambas as obras contam com o prazo de entrega de 12 meses
pela empresa Ten Tavares Energia e Construtora Ltda. Mas, veremos: afinal, a
coluna gosta muito de anotar prazos.
Em Ananindeua, as OS vão de construção do novo Centro de Atenção
Psicossocial, passando por reformas de escolas e a construção da Policlínica do
lado sul do Conjunto Júlia Sefer. E, para não perder nada nas agendas marcadas
quase que de meia em meia hora, foi incluso até um “voo inaugural” que, calma,
não é de nenhuma nova linha aérea, mas de um drone - para
mapear as áreas para regularização fundiária – futura, é bom que se diga - da
Comunidade Uirapuru.
Calendário restritivo
A partir deste mês, o calendário eleitoral entra em uma fase mais
restritiva, onde a fiscalização da Justiça Eleitoral é, ou deveria ser, mais
severa. Pela Lei nº 9.504/1997, a Lei Eleitoral, em seu Artigo 75, além dos
comparecimentos às inaugurações de obras públicas por candidatos, também
estão proibidas as contratações de shows artísticos pagos com recursos
públicos, uma prática que os gestores abusam no Pará, tirando proveito do verão
amazônico com os inúmeros festivais criados para distrair a população abduzida
pelo calor.
Veja outras vedações
Nomeação de servidores - A partir
deste sábado, 6, três meses antes do pleito, os agentes públicos não podem
nomear, contratar e demitir por justa causa servidores públicos. A lei abre
exceção para nomeação e exoneração de pessoas que exercem função comissionada e
a contratação de natureza emergencial, para garantir o funcionamento de
serviços públicos essenciais.
Concursos - A nomeação de
servidores só pode ocorrer se o resultado do concurso foi homologado até 6 de
julho.
Verbas - Os agentes públicos
também estão proibidos de fazer transferência voluntária de recursos do governo
federal aos Estados e municípios. O dinheiro só pode ser enviado para obras que
já estão em andamento, ou para atender situações de calamidade pública.
Publicidade - A autorização para
realização de publicidade institucional de programas de governo também está
proibida. Pronunciamentos oficiais em cadeia de rádio e televisão e a
divulgação de nomes de candidatos em sites oficiais também
estão vedados e só podem ocorrer com autorização da Justiça Eleitoral.
De olho nas convenções
Outra data muito importante deste mês é dia 20, início do período em
que os partidos políticos e as federações poderão escolher seus candidatos para
os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. O prazo para realização das
convenções termina em 5 de agosto.
Gastos de campanha - Na mesma
data, o TSE divulgará o limite de gastos de campanha para os cargos que estarão
em disputa.
Direito de resposta - Também começa
a valer a possibilidade de candidatos e partidos pedirem direito de resposta
contra reportagens, comentários e postagens que considerarem ofensivas na
imprensa e nas redes sociais.
Papo Reto
· Uma montagem grotesca com uso
da Coluna Olavo Dutra circula em Altamira com o seguinte
título: “Com saída de Juvenil, Osório negocia para ser vice do engenheiro
Diogo” (foto). É fake.
· Diogo é o candidato
do PRD à prefeitura do município com apoio do Psol e Rede, movimento que visa
fortalecer a união em favor de mudanças na cidade. Também foi usado na
montagem, mas...
· Os responsáveis pela fraude
serão punidos exemplarmente: pastar durante sete dias e sete noites nos 500
hectares de terra que o Incra cedeu a João Matogrosso, amigo da coluna desde a
década de 1970.
· O governador Helder Barbalho
está tão agastado com os rumos políticos de Bragança que seu comportamento na
cidade mudou “da água para o vinho”, como se diz.
· Também, pudera: sabe-se lá a
razão, em Bragança, o governador tem que aguentar um candidato que o MDB tenta
alavancar, mas que aparece com mais rejeição do que aprovação junto ao
eleitorado.
· Dizem até que o slogan de
campanha do candidato, mimado pelo ministro Jader Filho, presidente do partido,
dá conta de que irá se eleger por falta de concorrência. Há divergências.
· Em Mocajuba, a população se
impôs, a prefeitura cedeu e um grupo de atacado inaugurou, com pompa e
circunstância, sua loja na cidade.
· As inscrições para o programa Mais Médicos vão
até este sábado - no Brasil, claro. Em Cuba, Havana se contorce com a
‘impotência médica’, traduzida na falta de profissionais, depois de tanto
“exportar médicos”.
· Profissionais selecionados no programa no Brasil atuarão em 1,5 mil
cidades e devem receber bolsa-formação de R$ 14.058 por mês, que poderá ser
paga pelo prazo de até quatro anos.
· A Anvisa atualizou o sistema de
busca por medicamentos similares, que agora será atualizado diariamente.
· Da série "se inveja
matasse..." A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou redução média
de 2,43% nas contas de luz da Enel, a "Equatorial" de São
Paulo.