preço da adesão da igreja da família Bengtson à campanha de Igor Normando à Prefeitura de Belém foi a escolha do ex-deputado Cássio Andrade como companheiro de chapa do candidato do MDB. É fato. Se o relógio político não parar para trocar conversa, a decisão será anunciada antes do meio-dia de hoje. Inicialmente, o ex-secretário de Esporte e Lazer do governo do Estado era dado apenas como um dos coordenadores da campanha do partido.

Mesmo
com seu partido na mão do adversário número 1 do governador Helder Barbalho, o
prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, e tendo perdido a eleição de deputado
federal quando controlava o PSB, Cássio Andrade vinha dialogando com pastores e
alimentando argumentos contrários à escolha da secretária de Cultura, Úrsula
Vidal, vista como “esquerdista” pelos setores evangélicos.
No confessionário
No
ápice dessa escalada, na última terça-feira, em reunião com o governador, os
pastores da Igreja Quadrangular vetaram explicitamente o nome de Úrsula,
preferida das pesquisas, sob a alegação justamente de que ela seria
“feminista”, “comunista” e “defensora da ideologia de gênero”, que, no
linguajar dos púlpitos neopentecostais, significa reconhecer a diversidade - a
convivência de indivíduos diferentes em relação à etnia, orientação sexual,
cultura, gênero, etc...
É
público e notório que Úrsula Vidal reconhece a diversidade, defende o
empoderamento feminino e tem posturas progressistas - esteve inclusive à frente
da campanha de Lula contra Bolsonaro no segundo turno de 2022.
Volta ao começo
Demonstrando
fidelidade ao projeto, Úrsula Vidal fez todos os movimentos que o governador a
orientou a fazer, inclusive o de aderir a um partido grande, mas não poderia
mudar aquilo que pensa. Retornando para Secretaria de Cultura, assume novamente
a condução de obras centrais para a COP30, como Porto Futuro e Parque da
Cidade, cujos projetos originais saíram de sua lavra.
Mulheres de fora
Curiosamente,
até o momento, o único candidato que deu lugar à mulher em sua chapa foi Eder
Mauro, o candidato da direita. Edmilson e Igor Normando optaram por uma chapa
de homens em uma cidade com mais mulheres eleitoras.
TCM entrega ao TRE lista
com 1.447 “inelegíveis”
em 144 municípios, mas
atualizações são diárias
Com
as eleições municipais de 2024 cada vez mais próximas, chegou aquele momento de
apresentar e se conhecer a temível lista de pessoas que podem pleitear ser
candidatos, mas que apresentam pendências na prestação de contas junto aos
Tribunais de Contas dos Municípios (TCM). A lista do TCM foi entregue ao
Tribunal Regional Eleitoral e divulgada ao público em geral na terça-feira, 30,
apresentando 1.447 nomes em todos os 144 municípios do Pará.
Contas irregulares
O
conselheiro Antônio José Guimarães, presidente do TCM, se reuniu na tarde de
terça-feira com o presidente do TRE, desembargador Leonam Gondim Jr., para
entregar a listagem com os nomes de gestores de municípios paraenses que
tiveram as prestações de contas julgadas como irregulares. A maioria das contas
irregulares se refere às atividades de duas secretarias: a de saúde e a de
educação.
Semana
passada, dia 24, Antônio José também se reuniu com o procurador regional
eleitoral no Pará, Alan Mansur, quando fez a entrega do documento ao MPF Eleitoral.
O
julgamento da Corte de Contas do TCM abrange o período dos últimos oito
anos, de 2016 a 2024, e a lista contém nomes de prefeitos, presidentes de
Câmaras de Vereadores, de fundos municipais e de outros órgãos, sendo que é
dinâmica, atualizada a cada 24 horas e pode ser acrescida de mais nomes dos que
tenham recorrido da decisão do Tribunal. Por ser dinâmica, a lista contém QR
Code que pode ser acessado para a conferência de eventuais mudanças.
Quem está na lista
Dos
cerca de 1.500 nomes inicialmente na lista, 27 recorreram da decisão e
conseguiram ter os nomes retirados dela. Entre esses está Domingos Juvenil,
ex-deputado e ex-prefeito de Altamira, que tinha uma pendência de prestação de
contas com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de 2015, e que se valeu de
um Recurso Ordinário para se safar da lista de contas irregulares.
Quem também estava na lista e se
safou foi Michele Begot. Ela tinha uma pendência junto ao Fundo Municipal de
Assistência Social, em Marituba, em 2017, também utilizou um Recurso Ordinário
e teve o nome retirado da lista.
Caso dos municípios
O
presidente do TRE do Pará destacou a importância da lista para que os eleitores
saibam quais são os que tiveram as contas rejeitadas e que “a população deve
estar atenta aos nomes publicados”. Belém, município com maior colégio
eleitoral, é quem apresenta mais nomes na lista, com 37 ao todo, até o momento,
sendo 36 relativos à Prefeitura de Belém e apenas um de um centro comunitário.
As
pessoas de Belém cujos nomes estão na lista trabalharam em diversas secretarias
municipais, mas os da Secretaria de Saneamento (Sesan) têm mais citações. Um
dado que chama a atenção é que há nomes de dois ex-gestores da Coordenadoria de
Comunicação Social de Belém (Comus) na listagem. Uma é do exercício de 2006,
reprovada em 2016; e o outro é de 2013, com reprovação em 2019.
O
segundo maior colégio eleitoral no Pará é Ananindeua, mas na lista do TCM, a
lista desse município tem apenas um nome, do exercício de 2011, com conta
reprovada em 2018.
Outros municípios
Quem
for consultar a lista, no entanto, deve ter cuidado para não confundir
Santarém, na região oeste do Pará, que é o terceiro colégio eleitoral, e
Santarém Novo, no nordeste paraense, que aparecem juntos quando se pesquisa
somente por Santarém.
No caso de Santarém, a “Pérola do
Tapajós”, são 12 nomes, e Santarém Novo contribui com outros 20, que são, na
maioria, pendências em saúde e educação.
Em
Marituba são sete nomes na lista; em Marabá, 14; em Altamira, 12; em Castanhal,
12, sendo que neste caso, o que mais surge na lista são de casos ligados a
associações de moradores.
Canaã
dos Carajás tem oito nomes; Tucuruí surge com 34, com o nome de Cláudio Furman,
ex-prefeito da cidade, citado várias vezes. Parauapebas e Bragança têm quatro
nomes; de Vigia e Cametá são 24, sendo que neste último, das 24 citações, o
ex-prefeito do município José Waldoli Filgueira Valente, tem nove prestações de
contas reprovadas, do mandato entre 2006 e 2012; em Barcarena, 17; e em
Abaetetuba, sete.
Serviço:
confira a lista completa em https://www.tcm.pa.gov.br/