Prefeitura de Belém segue repetindo o calote nos artistas e na cultura popular; os “de fora” recebem.

Assim como ocorreu na 1ª Bienal das Artes de Belém, ano passado, prefeitura chega ao final deste ano em débito com a classe artística.

13/11/2023, 12:00
Prefeitura de Belém segue repetindo o calote nos artistas e na cultura popular; os “de fora” recebem.
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s chamados “fazedores” de cultura de Belém, como preferem ser chamadas as pessoas que trabalham no setor, também consideram que tiveram um peso grande na eleição do prefeito Edmilson Rodrigues, e, hoje, se ressentem de total abandono, ou pior, de calote financeiro, um tipo de abandono que afeta diretamente o sustento de quem vive de fazer cultura. O fato é que nada do que é promovido pela Prefeitura de Belém é pago em dia aos artistas da própria cidade.


 

Presidente da Fumbel, Inês Silveira manda avisar, por vias indiretas, que a partir do dia 17 deste mês começa a pagar os valores atrasados aos artistas paraenses, mas a Fundação está marcada pelo “Caso Bienal”/Fotos: Divulgação.

Um exemplo gritante disso foi a propagada 1ª Bienal das Artes de Belém, promovida ano passado, de 20 a 25 de setembro, em que, passados três meses, em dezembro, os artistas locais ainda estavam sem receber os cachês, enquanto cantores convidados de fora do Estado tiveram os pagamentos priorizados pela Fundação Cultural do Município de Belém, Fumbel, que só pagou os artistas locais no início deste ano.

 

Agora está chegando um novo final de ano e a mesma realidade: os artistas estão sem receber da Fumbel por trabalhos realizados durante o ano, como é o caso do trabalho de organização do lançamento do livro “Caminhos e Descaminhos da Amazônia: em Busca do Desenvolvimento”, da professora e socióloga Violeta Refkalefsky Loureiro.

 

O lançamento do livro foi em 12 de junho deste ano, portanto, há cinco meses, tempo em que os produtores envolvidos no evento estão sem ver a cor do dinheiro.

 

Prefeito “da cultura”

 

À coluna, um desabafo: “O povo da cultura, os artistas, em sua maioria esmagadora, votaram e ajudaram a eleger o prefeito atual, né? E ele (o prefeito), quando precisa, se utiliza dos artistas, se diz o prefeito dos artistas, da cultura, mas aí assume a cadeira e passa meses devendo os artistas a cada evento que é realizado. E sempre prometendo que vai pagar, que vai sair, e nunca pagam”, relatou um dos artistas que está no grupo dos que não recebem há meses por projetos já realizados.

 

Assim, boi não dança

 

Entre esses eventos está também a quadra junina, que, como o próprio nome diz, foi realizada em junho deste ano, envolvendo os artistas do setor de quadrilhas, que trabalharam não apenas no mês de junho, mas o ano inteiro para que a festa popular aconteça.

 

Até o mestre Pinduca

 

Uma dessas vítimas do calote contou à coluna que até o cantor Pinduca, o “Rei do carimbó”, está entre os que sofreram calote da Prefeitura de Belém e até hoje não receberam o cachê das festas juninas. “Pasme você: o Pinduca está entre essas pessoas. E se Pinduca, que é nosso mestre, está nesse rol, você imagina o que será dos nossos pagamentos!”, diz outra vítima do calote.

 

O caso da bienal

 

O que os artistas temem é que essas dívidas, ainda do mês de junho, sejam tratadas como o “Caso da Bienal, para o qual a Fundação Cultural de Belém deixou virar o ano passado e só foi dar atenção aos artistas locais neste ano, isso, após passar todo o mês de janeiro, pois os pagamentos dos artistas acabaram sendo programados nas despesas chamadas “restos a pagar” - despesas públicas que ficam de um ano para o outro -, e só podem ser pagas após a chamada abertura do ano fiscal, que só ocorre a partir de fevereiro.

Se a moda pegar, os artistas que agora protestam só serão pagos após a abertura do ano fiscal de 2024.

 

Mais promessas

 

Diante das reiteradas cobranças dos artistas nas redes sociais e na imprensa, a Fumbel tem respondido, por mensagem indireta de sua presidente, Inês Silveira, figura muito próxima de Edmilson Rodrigues, que a partir do próximo dia 17 deste mês começará a pagar os atrasados.

 

Papo Reto

 

Nove funcionários comissionados que ganhavam menos de R$ 5 mil e foram içados ao Tecnoprev passaram a receber vencimentos de quase R$ 9 mil, segundo o comparativo das folhas de junho e julho deste ano.

 

O secretário da Fazenda, Renê Souza Júnior (foto), exonerou o coordenador Fazendário de Abaetetuba e região, auditor fiscal e ex-vereador Armênio Wilson de Moraes, cassado em 2008.

 

Armênio Moraes caiu sob o peso de um processo administrativo disciplinar aberto para apurar denúncia de auditores fiscais “novatos” sobre suposta prática de assédio moral.

 

O secretário escalou para substituir Armênio Moraes o também auditor fiscal Danilo Gonçalves, que tempos atrás era foi adjunto na Sedeme, na gestão Iran Lima, atual deputado.

 

Como dizem as redes sociais, “o amor venceu” - inclusive com pompa e circunstância. A referência é ao casamento do chefe de Gabinete do prefeito Edmilson Rodrigues, Aldenor Júnior.

 

É muito estranho o silêncio das autoridades ambientais do Estado com relação ao cultivo de arroz na região do Marajó. Quem tem boi na linha, tem; e com muita pavulagem...

 

Governos correm para salvar os maiores segredos do mundo dos computadores quânticos.

 

O que está em jogo é o risco de que a inteligência artificial seja capaz de quebrar os atuais protocolos de criptografia, colocando em risco os sistemas militares e financeiros que norteiam o sistema global.

 

Aliás, a inteligência artificial tem sido grande aliada nas ações por terra, mar e ar de Israel para destruir vários alvos ao mesmo tempo dos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza.

 

Pela primeira vez, um macaco quimérico com uma grande quantidade de células derivadas de células-tronco embrionárias foi concebido vivo. O bebê nasceu com olhos verdes e dedos fluorescentes. Vixe Maria!

 

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