Projeto mineral é suspenso com demissão em massa e suspeita de má aplicação de recursos de investidores

Desmobilização teria prazo de quatro meses, mas investidores se recusam a investir mais 250 milhões de dólares “sem saber o que está acontecendo”.

17/11/2023, 12:00

Empresa elevou os custos do empreendimento para US$ 537 milhões, 35% além do planejado, e contrariou investidores/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


U

 

ma crise com impactos econômicos e sociais de milhões de dólares se abateu sobre o município de Conceição do Araguaia, região sul do Pará, e reverbera no setor mineral brasileiro e nas bolsas da Inglaterra e do Canadá, especialmente. Envolve o Projeto Araguaia, de exploração de ferro-níquel, de responsabilidade da Horizonte Minerals. 

 

Nesta semana, a empresa inglesa anunciou a paralisação das obras de instalação, o que pegou de surpresa credores, fornecedores e milhares de empregados, que começaram a ser demitidos. O projeto possui de 2 mil a 3 mil funcionários. Não se sabe se isso vai impactar o Projeto Vermelho, também pertencente à Horizonte Minerals, na cidade de Xinguara.

 

Em outubro de 2022, a empresa elevou os custos do empreendimento para US$ 537 milhões, 35% além do planejado e adiou o início da produção em 2024. Em maio do mesmo ano, a empresa anunciava o Projeto Araguaia, focado na transição para energia limpa, e liderava os investimentos em níquel no Brasil, da ordem de US$ 633 milhões. O projeto, de larga escala, alto teor, baixo custo e baixa emissão de carbono, previa a produção de 14.500 toneladas anuais somente na primeira etapa. A previsão de vida útil da mina era de 28 anos, prorrogáveis. Dentre os benefícios a serem gerados estavam os 3 mil empregos durante a implantação e 500 na operação.

 

Apesar dos contratempos

 

O comunicado oficial da suspensão das atividades da Horizonte Minerals foi assinado pelo CEO da mineradora, Jeremy Martin, no último dia 14. Em trecho do documento endereçado aos empregados e contratados, Martin diz: “...Apesar do contratempo, os fundamentos do projeto permanecem sólidos e continuamos a trabalhar com nossos credores e principais investidores para garantir o financiamento necessário...”.

 

O comunicado veio após a notícia de desvalorização das ações da empresa na bolsa de valores, supostamente devido ao aumento nos custos e os atrasos na obra do projeto. Nos bastidores, especula-se sobre a real motivação da crise.

 

Em vídeos recebidos pela coluna, um empregado da mineradora, em conversa com dezenas de colaboradores, explicou os motivos das demissões e a suspensão de todos os contratos relacionados à obra. Representantes do sindicato informaram que na manhã de ontem, 16, as demissões começaram.

 

US$ 250 mi de motivos

 

Segundo o informe repassado aos trabalhadores no último dia 14, a desmobilização do projeto seria pela falta de recursos para seguir com a obra de implantação. Após a visita à planta do projeto, os investidores teriam feito uma auditoria e decidido pela suspensão. "A obra está boa, a obra está organizada, parabéns para todo mundo, mas nós não vamos colocar US$ 250 milhões sem saber o que está acontecendo", teriam advertido os investidores, segundo informou o representante da empresa aos trabalhadores, durante a audiência pública. Na sequência da reunião saiu o anúncio da suspensão da obra por quatro meses e a demissão de funcionários.

 

Parecia que daria certo

 

O acerto entre o governo do Pará e a mineradora se deu em 2021. Antes disso, a empresa teve concluído o processo à licença preliminar, em 2016. Em outubro de 2018, foi finalizado o estudo de viabilidade e, após, a licença de instalação foi publicada no Diário Oficial da União, dia 11 de janeiro de 2019.

 

Projeto de US$ 500 mi

 

A construção da planta em Conceição do Araguaia começou em maio de 2022. Em setembro daquele ano, a empresa já anunciava o fechamento de contratos que somam 135 milhões de dólares com fornecedores de equipamentos. A cifra de 135 milhões de dólares dos contratos com empresas fornecedoras de equipamentos representa cerca de 27% de todo o investimento previsto para o projeto, de 500 milhões de dólares.

 

A coluna tentou contato e aguarda a manifestação da empresa.




 

Papo Reto

 

O ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, estrebuchou, mas confirmou que "sim", pagou passagens para a "dama do tráfico" ir a Brasília tratar dos direitos dos marginais.

 

O nome dela, Luciane Barbosa Farias, mulher e braço financeiro do marginal “Tio Patinhas”, líder da facção criminosa Comando Vermelho, foi indicado pelo Comitê Estadual de Segurança do Amazonas.

 

Quem explica o fato de essa senhora, que o ministro Flávio Dino diz, em vídeo, ser "seu fã", também condenada por associação ao tráfico a pena de 10 anos de prisão, circular livre, leve solta e o que é mais estranho, sem tornozeleira eletrônica?

 

Para quem apontava o dedo para o besteirol produzido por alguns ministros de Bolsonaro, os do atual governo aprenderam rápido...

 

O consumo de energia elétrica bateu recorde no Brasil por conta da onda de calor e, pela primeira vez na história do Sistema Interligado Nacional, a carga superou a marca de 100 mil megawatts.

 

Aliás, o forte calor tem elevado o risco de desidratação em idosos, alerta a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

 

Diz o Inmet que a maior ameaça à saúde dos mais velhos ocorre em 15 Estados e no Distrito Federal, por causa da presente onda de calor.

 

Segundo o órgão, estão previstas temperaturas maiores que 34°C em grande parte do País, podendo ultrapassar os 40°C no Norte.

 

O YouTube vai exigir que criadores coloquem avisos no caso de os vídeos serem gerados por Inteligência Artificial.

 

A plataforma vai disponibilizar vários recursos relacionados ao uso de IA e os criadores de conteúdo deverão marcar suas produções que utilizam como "realista" ou "sintética" antes de realizarem o upload.

 

Mais matérias OLAVO DUTRA