Servidores da Emater avaliam que empresa será incorporada por Secretaria do Estado em 5 anos

Empresa, mal comparada ao inferno de Dante - com todo respeito -, está apenas passando pelos primeiros círculos, graças a favores políticos e em detrimento da agricultura familiar.

16/05/2024 13:15
Servidores da Emater avaliam que empresa será incorporada por Secretaria do Estado em 5 anos
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“inferno” de Dante é um funil que parte da superfície em direção ao centro da terra, onde Lúcifer aguarda, com o calor que lhe é peculiar. No curso da viagem dantesca, descrita em círculos, são punidos pecados distintos, de acordo com gravidade de cada um, de modo que os menos graves são punidos nos primeiros círculos e os mais graves, nos últimos.


Em crise nos últimos anos, Emater entra no funil sob a gestão Joniel Abreu, segundo funcionários concursados da empresa/Fotos: Divulgação.

 Esse modelo infernal parece se aplicar à Empresa de Extensão Rural do Pará, a Emater - aos seus dirigentes e servidores coniventes e, infelizmente, a quem mais precisa dela: a agricultura familiar. Explica-se.  

 

Acordos políticos

 

Nos últimos anos, a empresa vem sendo administrada por representantes religiosos agraciados com favores políticos. Nada contra os religiosos, que poderiam ser até ateus -, mas pessoas tecnicamente sem os conhecimentos necessários ao exercício de assistência e extensão rural, situação considerada por servidores de carreira como “verdadeiro desastre para a empresa”, que é a responsável por viabilizar a produção de alimentos do Estado, entre outras políticas públicas.


De acordo com servidores, rumores dão conta de que a empresa será desmontada pelo governo, sendo incorporada à Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca. “Não dura mais que cinco anos”, desabafou um técnico do Escritório Central de Marituba, na Região Metropolitana de Belém.


Gestão temerária


Atualmente, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural é presidida pelo pastor da Assembleia de Deus, Joniel Abreu, indicado ao cargo pelo irmão, o deputado estadual Josué Paiva, também integrante da congregação religiosa. Antes, foi administrada pela Universal, cuja gestão ficou pouco mais de cinco meses, sendo considerada uma das piores da história.


Ocorre que tal título já teria sido superado pela gestão, tirando o fardo da antiga gestora, Lana Santos, hoje servidora contratada, por meio de processo seletivo, pelo Iterpa.

 

Lista de denúncias


Nesta semana, a Coluna Olavo Dutra recebeu de servidores uma lista extensa de problemas administrativos na empresa. Veja:

 

· Presidente adota campanha de perseguição aos empregados


·  Gestão coloca em risco futuro da Emater, onde o presidente “empurra com a barriga” os processos trabalhistas e as dívidas da empresa


·  Dez veículos alugados são lotados no Escritório Central, mas não aparecem


·  Veículos do Escritório Central com cartão (de abastecimento) de R$ 5 mil e os veículos do interior com cartões zerados


· Planilha de combustível informada à Seplad não é real


·  Um ano sem licitação (contratos são firmados com dispensa)    

 

Papo Reto

 

· O Núncio Apostólico do Vaticano no Brasil, Dom Giambatista Diquattro (foto), em palestra a 230 ecônomos diocesanos - gestores dos bens materiais da Igreja Católica -, em Brasília, pregou que “a transparência deve ser a maior virtude desse tipo de trabalho, a fim de evitar obscuridades que são uma afronta ao Espírito Santo e podem causar escândalos no meio do povo de Deus”. 

 

· Disse mais: que os administradores leigos dos bens da Igreja têm "o dever de prestar contas não apenas uma vez por ano, mas diariamente.

 

· Na verdade, essas recomendações têm inspiração direta do Papa Francisco, que, inclusive, autorizou o julgamento e a prisão de um cardeal que adquiriu um apartamento com recursos desviados de verbas do Vaticano. Para o bom entendedor, recado dado

 

·  Não há árbitro, nem assistente de campo - que, no conjunto, vem a ser o “Var” -, capaz de marcar esse impedimento: o futebol brasileiro acaba de perder Antero Greco, Washington “Apolinho” e Sílvio Luiz, todos jornalistas esportivos. 

 

·  As obras seculares do BRT Metropolitano não impactam apenas a população da Grande Belém e do Estado. Caminhoneiros que, antes, eram contratados por R$ 28 mil para transportar produtos em bitrens para a capital, agora cobram média de R$ 40 mil.

 

·  A vacina brasileira contra a dengue foi pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde, tornando-a elegível para aquisição por agências da ONU, como o Unicef e a Opas.


· A propósito, o Ministério da Saúde, só agora, discute plano de enfrentamento à doença, mediante o aumento de casos e o risco de epidemia no País.

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