recém-eleito vereador de Belém, André Martha, do PSD, é acusado de protagonizar uma história que traz para a vida real dramas emocionais e psicológicos normalmente expostos somente em novelas. A Coluna Olavo Dutra teve acesso ao processo movido pela ex-noiva dele, Cinthia Hage Rodrigues, pedindo R$ 200 mil em indenização por danos morais, materiais, financeiros e psicológicos após o fim traumático da relação.
Sonho em Orlando
De acordo com os autos do processo, os dois entraram em regime de união estável em outubro de 2022, com posterior pedido de casamento em Orlando, nos Estados Unidos, em maio do ano seguinte. Mas a relação acabou. Isso, por si só, não seria problema se os traumas não tivessem ficado, ao menos segundo os autos, para a ex.
André Martha terminou a relação com Cinthia meses antes do casamento e logo após a vitória nas eleições para vereador, no ano passado. Dias depois, assumiu um relacionamento com Thaís Amorim, amiga e madrinha de casamento de Cinthia. Prints de postagens confirmam que os dois já se relacionavam antes mesmo do fim do noivado da amiga.
Os nomes aqui são publicados abertamente porque trata-se de informação de domínio público, inclusive com postagens nas redes sociais de André, conforme mostram os autos. Muitas dessas postagens foram temas de site de fofoca - exposição que, segundo Cinthia, agravou um sofrimento que já era dolorido em excesso.
O agravante para Cinthia, no entanto, está no custo financeiro que a separação deixou. André Martha, segundo os autos, teria deixado de pagar uma série de dívidas contraídas em nome de Cinthia, o que resultou na negativação do nome dela junto ao Serasa. De acordo com o processo, o vereador até chegou a pagar parte do débito, mas abandonou o restante das parcelas após a separação.
Comparação infame
A ironia e o desdém com que André Martha trata os problemas da ex-noiva também são apresentados como agravantes no processo. Conforme postagens a que teve acesso a coluna, André compara Cinthia a um “Celtinha”, alusão ao carro popular da Chevrolet de baixo valor, além de admitir, ainda que com brincadeiras, que é possível estourar o cartão de crédito de uma namorada sem se importar com as consequências.
De acordo com Cinthia, o excesso de confiança do acusado está no cargo para o qual foi eleito, que lhe dá, de fato, foro privilegiado. André também grita aos quatro cantos da Câmara de Belém que não teme qualquer afronta judicial por ser amigo do governador e líder de governo do prefeito Igor Normando na Casa de Leis, o que lhe garante “total blindagem”, segundo a ex-companheira.
Além dos R$ 200 mil de indenização, o processo também pede, em forma de tutela antecipada, o bloqueio do salário do vereador para imediata quitação da dívida que mantém o nome de Cinthia negativado, cujo valor tramita na casa dos R$ 48 mil. Com isso, o valor total da ação fica em R$ 249.299,38.