Barracas são desmontadas na feira improvisada da Terra Firme em meio a perdas e reclamações

Se bem andou, obra de construção do mercado municipal foi retomada ontem, o que, para feirantes e moradores do bairro, “é muito”, já que estão acostumados a “quase nada”.

17/01/2025, 08:00
Barracas são desmontadas na feira improvisada da Terra Firme em meio a perdas e reclamações
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á pelo menos dois anos, quem mora na Terra Firme - não necessariamente na área central do bairro - sofre com as mazelas de um dos mais atrapalhados projetos já executados na periferia de Belém: a reforma do mercado municipal. Tanto o tempo da obra quanto as dificuldades provocadas por ela afetaram a vida de todo mundo ao longo da avenida Celso Malcher, principal via de acesso ao bairro.


A avenida Celso Malcher, principal corredor do bairro, exibiu este cenário por mais de dois anos, para desespero da população, mas começa a mudar/Fotos: Divulgação.

Explica-se: sem ter como levar os feirantes do mercado para longe de onde pulsa o comércio informal do bairro, ou seja, o entorno do mercado, a equipe da competente Prefeitura de Belém, sob gestão do arquiteto Ed50, alocou todo mundo em barracas improvisadas no meio da avenida, fechando o acesso central à Terra Firme e provocando uma série de atritos com outros feirantes já instalados às margens da mesma avenida.


Descaminhos remendados

Os acessos passaram a ser feitos por ruas alternativas, como a São Domingos e a Passagem Nossa Senhora das Graças, destruídas pelo peso de ônibus e caminhões e pelo fluxo intenso de carros menores, para os quais as vias não foram nem um pouco projetadas. Até mesmo a recém inaugurada avenida Tucunduba já apresenta intervenções improvisadas, como lombadas fora dos padrões, dado o trânsito intenso.


Uma vez iniciadas as obras, foram muitos os imóveis do entorno afetados pelo trabalho de bate-estacas e demais maquinários utilizados no projeto. Muita gente entrou na Justiça pedindo reparos em rachaduras ou ressarcimentos por trabalhos de reparação de prédios e residências em processos que ainda hoje tramitam sem definição.


Esse excesso de reclamações e os riscos identificados pela Defesa Civil em algum desses imóveis levaram a várias suspensões do projeto, retardando a conclusão da obra e aumentando a angústia de quem vende ou compra nas barracas mal feitas de madeira.

 

Feirantes e clientes ainda precisavam dividir o cotidiano com montanhas e mais montanhas de lixo a céu aberto, muitas delas formadas com ossos e despejados em plena via pública por açougues.


Diante do atraso absurdo, houve bolo de parabéns quando a obra completou um ano e protestos em outras ruas do bairro, como na avenida Perimetral, para exigir uma atitude da prefeitura, que parecia ter abandonado a obra de vez.

 

Ferramentas e sacas de cimento deixadas na área interna do mercado foram levadas. A gestão só foi dar atenção para quem sofria com o atraso da obra no ano eleitoral - e isso porque precisava, desesperadamente, de voto.

 

Festa cancelada


Em uma dessas ações, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol, tentou inaugurar - pasmem! - a calçada do Mercado da Terra Firme em setembro do ano passado. Assessores e equipes de marketing do programa de TV chegaram a se posicionar na fachada da obra. A ameaça de recepção à base de tomate e ovo por parte dos feirantes, no entanto, fez a coordenação da campanha de Ed50 desistir e cancelar o evento absurdo.


Agora, as barracas foram desmontadas e deram lugar a uma montanha sem fim de entulho. A avenida Celso Malcher finalmente será liberada. O mercado, logo em seguida. A ocupação do novo espaço ficou de ser retomada gradativamente a partir de ontem, 16 de janeiro. Na sofrida Terra Firme, a simples retomada da normalidade, ainda que sem benefício algum, já é vista como “muito” para quem é acostumado com “quase nada”. 

 

Papo Reto

 

· Celso Sabino (foto), ministro do Turismo, tem no passaporte destinos como Barcelona, Paris, Nova Iorque, Moscou e vários outros. Custou R$ 556,3 mil, registra o colunista Cláudio Humberto.

 

· O Pará se manteve em alta no comércio exterior em 2024, ficando entre os três maiores exportadores do Brasil, com um crescimento percentual de 3,06% em comparação com 2023.

 

· O Estado registrou saldo comercial positivo de US$ 20,9 bilhões, com exportações que totalizaram US$ 22.9 bilhões e importações que somaram US$ US$ 2 bilhões, representando crescimento de 7,26%.

 

· Os dados são do Ministério da Economia, analisados e divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará.

 

· Indígenas em Belterra bloqueiam BR-163 em reivindicação à manutenção do Ensino Modular.

 

· O governo acabou anulando o ato da Receita Federal que arrochava a fiscalização das transferências via Pix acima do teto de R$ 5 mil.

 

· Dizem que a explosão da revolta popular contra a medida fez Lula passar mal na noite de terça-feira, "soltando os cachorros" contra a equipe econômica, obrigando a assessoria a desfazer a medida.

 

· Aliás, foi no mínimo sinistro o “sincericídio” do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, ao afirmar, reiterar e agradecer o "apoio da imprensa" no caso do arrocho nas transações do Pix.

 

· Em tom de "gesto de bondade", Robinson Barreirinhas culpou a oposição por inviabilizar sua instrução normativa através da disseminação de fake news.


· Mas acabou, ele mesmo, incorrendo em meia verdade ao desinformar que a oposição divulgava que o Pix seria taxado.

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