Boatos dão conta da criação de mais uma OS para administrar serviço de saúde no Hospital Ofir Loyola

Imagens mostram equipamentos encaixotados supostamente à espera da implantação da nova unidade transfusional, que teria entre os sócios a secretária de Saúde, Ivete Vaz.

12/05/2024 11:30
Boatos dão conta da criação de mais uma OS para administrar serviço de saúde no Hospital Ofir Loyola
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uitos contratos, quando assinados por governos de forma a beneficiar aliados, se concretizam em silêncio, mas, em muitos casos, antes disso acontecer, há sinais. Este parece ser o caso da suposta criação de uma Organização Social em Saúde para gerenciar uma nova unidade transfusional em implantação no Hospital Ofir Loyola, em Belém. É mais quem fala no assunto.

Nova organização teria a participação da secretária de Saúde e ex-diretora do hospital Ivete Vaz/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Imagens obtidas pela coluna dão conta de grandes caixas com muitos equipamentos já comprados e entregues no hospital para a implantação da nova unidade, para a qual já foram destacadas duas médicas atuantes na área de hematologia, para estarem à frente do novo setor do Ofir Loyola.

Relações conhecidas

Junto com as imagens, a coluna obteve a informação de que o novo setor será gerido por uma OS, ou seja, uma organização social que, ao que tudo indica, estaria sendo montada com o conhecimento do atual diretor presidente do hospital, o médico cardiologista e ex-deputado estadual Jaques Neves, pela atual secretária de Saúde do Estado, Ivete Gadelha Vaz.

Quando Ivete Vaz ainda era apenas a secretária-adjunta de Saúde, costumava apoiar ações do então deputado Jaques Neves, por meio do seu Instituto Servir Amazônia, que era uma espécie de braço social dos atendimentos do parlamentar. Em uma dessas ações, registrada em 10 de setembro de 2019, Ivete Braz aparece ao lado de Jaques Neves apoiando uma ação do Instituto.

Quase sem atividade

Nos últimos tempos, porém, o Instituto Servir Amazônia tem andado sem atividades públicas, desde que Neves perdeu o mandato de deputado por não se reeleger em 2022. Pouco antes disso, a informação que circulou nos bastidores da política é de que Jaques tentou transformar o Instituto em uma organização social, planejando ser contemplado com a gestão de algum serviço, mas não foi atendido pelo governo estadual.

Uma dessas tentativas teria sido com a gestão do Hospital Regional de Santa Rosa, inaugurado em março de 2020, em Abaetetuba, na região do Baixo Tocantins. Nos bastidores, à época, os interlocutores entre Jaques Neves e o governo do Estado consideravam uma situação fácil, já que, por se tratar de um hospital novo, seria necessário também um contrato novo, não havendo a necessidade de fazer trocas na gestão.

Não deu certo

No entanto, Jaques Neves não foi atendido, e três meses antes da inauguração do hospital, em janeiro de 2020, o governo estadual assinou contrato com a Organização Social em Saúde Instituto Diretrizes, com vigência de cinco anos, começando em 15 de janeiro de 2020 e com validade até 15 de janeiro de 2025.

Além de não ter faturado esse contrato, Jaques Neves não conseguiu ser reeleito em 2022 e era, até duas semanas, o único deputado aliado ao governo estadual não eleito que ainda não havia sido, como se diz na política, acomodado em algum cargo. O cargo exercido por ele antes, de diretor clínico do Hospital Ofir Loyola, estava relacionado à sua condição de servidor de carreira concursado da instituição.

Necessidade política

Por outro lado, a acomodação à qual tanto se fala em relação a cargos políticos, no caso de Jaques Neves, não tem relação com a necessidade do salário, já que ele, que vem de uma família de médicos, é também dono de uma concorrida clínica particular no município de Capanema, na região nordeste do Pará, onde também é médico cardiologista dos mais requisitados em toda a região do Salgado.

A necessidade de Jaques Neves, diz a fonte da coluna, seria muito mais política, uma vez que ele tem agora a cobrança de trabalhar para eleger seu filho, Jaques Júnior, que é pré-candidato a vereador de Ananindeua, onde o clima eleitoral hoje pega fogo, mas um nome apoiado no município pelo quinhão eleitoral do governador Helder Barbalho ainda tem o seu valor nas urnas.

Espaço aberto

Coluna Olavo Dutra não conseguiu contato com o médico Jaques Neves, nem com a secretária Ivete Vaz, mas está aberta a esclarecimentos.  Dos bastidores do governo do Estado, sabe-se apenas que o governador Helder Barbalho sempre se manifestou contra a criação de mais uma OS para administrar serviços no Ofir Loyola, além das que já atuam no hospital.

Papo Reto

· A prefeita Luziane Solon (foto) inscreve Benevides no grupo de municípios brasileiros que disponibilizam uma secretaria exclusivamente direcionada ao atendimento da mulher.

 

· A Secretaria da Mulher de Benevides será comandada pela ex-deputada estadual Luzineide Farias, socióloga, encarregada de oferecer sugestões e elaborar propostas de políticas públicas.

 

· Implantado, com pompa e circunstância, há cerca de um ano no Hospital Regional de Castanhal, o serviço de oncologia, acredite, nunca atendeu ninguém. Uma das possíveis pacientes diz que continua dependendo de viajar para Belém em busca de tratamento.


· O técnico Tite, que vive mais um inferno astral ao não conseguir os resultados que a torcida do milionário Flamengo tanto sonhava, pode estar preocupado com tudo, menos com uma virtual demissão: para despedi-lo, o rubro-negro carioca terá de pagar R$ 7 milhões de multa rescisória. 

 

· Vereador por dois mandatos consecutivos e candidato a deputado estadual mais votado do partido nas eleições de 2022, Matheus Sousa é o pré-candidato à Prefeitura de Uruará, pelo Partido Liberal.

 

· O nome do vereador recebeu o aval tanto da cúpula nacional do partido, como também do presidente do diretório estadual, o deputado federal Eder Mauro, e do deputado estadual Rogério Barra.

 

· Do Congresso em Foco: um conjunto de propostas legislativas, batizado por ambientalistas de “Pacote da destruição”, está em andamento no Congresso Nacional, com 25 projetos de lei e três emendas constitucionais com grandes chances de avançar rapidamente.

 

· O alerta é do Observatório do Clima, principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 107 integrantes, entre Ongs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. 

 

· O sinal amarelo é aceso no momento em que o Rio Grande do Sul enfrenta a maior catástrofe ambiental de sua história, com inundações que afetam mais de 1 milhão de pessoas.


· Trata-se de uma tragédia fruto dos efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, como há anos advertem os cientistas.

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