uitos contratos, quando assinados por governos de forma a beneficiar aliados, se concretizam em silêncio, mas, em muitos casos, antes disso acontecer, há sinais. Este parece ser o caso da suposta criação de uma Organização Social em Saúde para gerenciar uma nova unidade transfusional em implantação no Hospital Ofir Loyola, em Belém. É mais quem fala no assunto.
Relações conhecidas
Junto com as imagens, a coluna obteve a informação
de que o novo setor será gerido por uma OS, ou seja, uma organização social
que, ao que tudo indica, estaria sendo montada com o conhecimento do atual
diretor presidente do hospital, o médico cardiologista e ex-deputado estadual
Jaques Neves, pela atual secretária de Saúde do Estado, Ivete Gadelha Vaz.
Quando Ivete Vaz ainda era apenas a
secretária-adjunta de Saúde, costumava apoiar ações do então deputado Jaques
Neves, por meio do seu Instituto Servir Amazônia, que era uma espécie de braço
social dos atendimentos do parlamentar. Em uma dessas ações, registrada em 10
de setembro de 2019, Ivete Braz aparece ao lado de Jaques Neves apoiando uma
ação do Instituto.
Quase sem atividade
Nos últimos tempos, porém, o Instituto Servir
Amazônia tem andado sem atividades públicas, desde que Neves perdeu o mandato
de deputado por não se reeleger em 2022. Pouco antes disso, a informação que
circulou nos bastidores da política é de que Jaques tentou transformar o
Instituto em uma organização social, planejando ser contemplado com a gestão de
algum serviço, mas não foi atendido pelo governo estadual.
Uma dessas tentativas teria sido com a gestão do
Hospital Regional de Santa Rosa, inaugurado em março de 2020, em Abaetetuba, na
região do Baixo Tocantins. Nos bastidores, à época, os interlocutores entre
Jaques Neves e o governo do Estado consideravam uma situação fácil, já que, por
se tratar de um hospital novo, seria necessário também um contrato novo, não
havendo a necessidade de fazer trocas na gestão.
Não deu certo
No entanto, Jaques Neves não foi atendido, e três
meses antes da inauguração do hospital, em janeiro de 2020, o governo estadual
assinou contrato com a Organização Social em Saúde Instituto Diretrizes, com
vigência de cinco anos, começando em 15 de janeiro de 2020 e com validade até
15 de janeiro de 2025.
Além de não ter faturado esse contrato, Jaques
Neves não conseguiu ser reeleito em 2022 e era, até duas semanas, o único
deputado aliado ao governo estadual não eleito que ainda não havia sido, como
se diz na política, acomodado em algum cargo. O cargo exercido por ele antes,
de diretor clínico do Hospital Ofir Loyola, estava relacionado à sua condição
de servidor de carreira concursado da instituição.
Necessidade política
Por outro lado, a acomodação à qual tanto se fala
em relação a cargos políticos, no caso de Jaques Neves, não tem relação com a
necessidade do salário, já que ele, que vem de uma família de médicos, é também
dono de uma concorrida clínica particular no município de Capanema, na região
nordeste do Pará, onde também é médico cardiologista dos mais requisitados em
toda a região do Salgado.
A necessidade de Jaques Neves, diz a fonte da
coluna, seria muito mais política, uma vez que ele tem agora a cobrança de
trabalhar para eleger seu filho, Jaques Júnior, que é pré-candidato a vereador
de Ananindeua, onde o clima eleitoral hoje pega fogo, mas um nome apoiado no
município pelo quinhão eleitoral do governador Helder Barbalho ainda tem o seu
valor nas urnas.
Espaço aberto
A Coluna Olavo Dutra não conseguiu
contato com o médico Jaques Neves, nem com a secretária Ivete Vaz, mas está
aberta a esclarecimentos. Dos bastidores do governo do Estado, sabe-se
apenas que o governador Helder Barbalho sempre se manifestou contra a criação
de mais uma OS para administrar serviços no Ofir Loyola, além das que já atuam
no hospital.
Papo Reto
· A prefeita Luziane
Solon (foto) inscreve Benevides no grupo de
municípios brasileiros que disponibilizam uma secretaria exclusivamente
direcionada ao atendimento da mulher.
· A Secretaria da Mulher
de Benevides será comandada pela ex-deputada estadual Luzineide Farias,
socióloga, encarregada de oferecer sugestões e elaborar propostas de políticas
públicas.
· Implantado, com pompa e circunstância, há cerca de um ano no Hospital Regional de Castanhal, o serviço de oncologia, acredite, nunca atendeu ninguém. Uma das possíveis pacientes diz que continua dependendo de viajar para Belém em busca de tratamento.
· O técnico Tite, que
vive mais um inferno astral ao não conseguir os resultados que a torcida do
milionário Flamengo tanto sonhava, pode estar preocupado com tudo, menos com
uma virtual demissão: para despedi-lo, o rubro-negro carioca terá de pagar R$ 7
milhões de multa rescisória.
· Vereador por dois
mandatos consecutivos e candidato a deputado estadual mais votado do partido
nas eleições de 2022, Matheus Sousa é o pré-candidato à Prefeitura de Uruará,
pelo Partido Liberal.
· O nome do vereador
recebeu o aval tanto da cúpula nacional do partido, como também do presidente
do diretório estadual, o deputado federal Eder Mauro, e do deputado estadual
Rogério Barra.
· Do Congresso em
Foco: um conjunto de propostas legislativas, batizado por ambientalistas de
“Pacote da destruição”, está em andamento no Congresso Nacional, com 25
projetos de lei e três emendas constitucionais com grandes chances de avançar
rapidamente.
· O alerta é do
Observatório do Clima, principal rede da sociedade civil brasileira sobre a
agenda climática, com 107 integrantes, entre Ongs ambientalistas, institutos de
pesquisa e movimentos sociais.
· O sinal amarelo é
aceso no momento em que o Rio Grande do Sul enfrenta a maior catástrofe
ambiental de sua história, com inundações que afetam mais de 1 milhão de
pessoas.
· Trata-se de uma
tragédia fruto dos efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento
global, como há anos advertem os cientistas.