CRM constata média de 80 óbitos por mês no PSM da 14 e promete denunciar caso ao MP

Mudam os governos, continua o caos: Secretaria de Saúde explica que gestão Igor Normando recebeu hospitais públicos “em condições críticas de deterioração”.

16/04/2025, 08:00
CRM constata média de 80 óbitos por mês no PSM da 14 e promete denunciar caso ao MP
O


Sindicato dos Médicos do Pará, Sindmepa, denuncia a existência de um cenário de “insalubridade, negligência e abandono estrutural” constatado durante visita técnica do Conselho Regional de Medicina ao Pronto Socorro Municipal da 14 de Março, em Belém.

Médica Tereza Cristina Azevedo constatou cenário caótico que se repete nos dois hospitais municipais, segundo a Secretaria de Saúde Belém, atribuindo a responsabilidade à gestão anterior/Fotos: Divulgação.
A visita ocorreu na última segunda-feira. Além da estrutura precária e insalubre, o Conselho aponta o registro de média de 80 óbitos por mês no maior hospital de “portas abertas” de Belém e acende um alerta sobre a gravidade da crise na saúde pública.

Durante a inspeção, foram identificadas diversas irregularidades que comprometem a segurança e a dignidade de pacientes e profissionais de saúde. Entre os problemas encontrado pelo Conselho estão o teto da copa da sala vermelha - a de emergência - com infiltração de urina proveniente do banheiro do CTI do andar superior; enfermaria pediátrica com mofo e infiltrações; um pacote de soro pendurado com gaze e usado como peso de porta na enfermaria de clínica médica; camas enferrujadas, colchões de pacientes rasgados e sem lençóis; cadeiras de acompanhantes rasgadas e quebradas e os quartos da equipe médica e de enfermagem em condições precárias, com colchões rasgados, sem lençóis e ausência de itens básicos de higiene para as equipes.

Pedido de providências

O Conselho de Medicina deve formalizar na próxima semana um relatório com todos os achados da visita, que será encaminhado ao Ministério Público do Pará e demais autoridades de controle. Diante do cenário encontrado, o Sindicato dos Médicos está exigindo providências urgentes da Prefeitura de Belém e da Secretaria de Saúde para garantir condições mínimas de segurança, higiene e funcionamento do PSM da 14.

Medidas urgentes

A expectativa é de que medidas emergenciais sejam adotadas para reverter o quadro e garantir condições mínimas de atendimento no hospital. “Também reiteramos nosso apoio à fiscalização e às ações do CRM, que cumprem papel fundamental na defesa da medicina ética e do exercício profissional digno.  Não podemos aceitar que profissionais da saúde atuem em ambientes insalubres e que pacientes sejam submetidos a um atendimento desumano. A saúde pública do Pará não pode continuar sendo negligenciada”, diz a diretoria do Sindicato.

“Herança maldita”

A Secretaria de Saúde de Belém divulgou nota afirmando que todas as unidades de saúde da capital foram encontradas pela atual gestão em condições críticas de deterioração, sem qualquer histórico recente de manutenção, e diz que, como no Hospital Pronto-Socorro Mário Pinotti, no da travessa 14 de Março não foi diferente.

Acesso completo

A visita do CRM ao Pronto Socorro da 14 foi comandada pela presidente da entidade, a médica Tereza Cristina Azevedo. Ela foi acompanhada pela equipe de direção da unidade e teve acesso completo às instalações. Toda a documentação solicitada foi apresentada pelo hospital na fiscalização, como escalas médicas, número de cirurgias realizadas, quantidade de leitos operacionais, atendimentos por especialidade e registros totais dos atendimentos mensais.

Atrasos recorrentes

O Sindicato dos Médicos alerta que os salários dos profissionais também continuam sofrendo recorrentes atrasos, mas a Secretaria de Saúde negou os atrasos em nota, afirmando que os pagamentos são realizados dentro de um calendário regular previsto em contrato, sempre após o cumprimento das escalas de trabalho.

Papo Reto

·Na vistoria técnica feita por uma equipe da Companhia de Desenvolvimento Econômico Pará ao complexo da Sinolac, na China, faltou a autoridade portuária do Estado, a CDP, presidida por Jardel Rodrigues.

·A Codec defende a implantação da Zona de Processamento de Exportação no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, e o presidente da CDP teria sido descartado por “limitação técnica”.

·Agora mesmo Jardel entrou no olho do furacão por supostamente autorizar a exportação de carga vegetal pelo Porto de Vila do Conde, contrariando códigos e regras ambientais. Como pode, Freud?

·Em tempo: o presidente da Famep, ex-prefeito de Santarém Nélio Aguiar (foto), participou ontem, em Brasília, da inauguração da rota marítima Zhuhai-Brasil, considerado um marco estratégico no comércio e na cooperação entre os dois países.

·Depois do assassinato de mais um policial militar, no último domingo, a violência explodiu definitivamente em Mocajuba, onde, até ontem, terça, nada menos do que onze suspeitos pelo assassinato foram mortos em confronto com a Polícia.

·Aterrorizada e silente, a população de Mocajuba segue refém de uma organização criminosa que tenta impor cobranças de mensalidade a comerciantes e até mototaxistas, tal qual nas periferias de Belém.

· "Agora que todos já sabem quem mandou matar Mariele e o caso não presta mais para desgastar a imagem de Bolsonaro - dizem lideranças conservadoras no Congresso -, "até a impunidade do mandante já é aceita pela esquerda". 

·Em resposta à escalada das tarifas pelos EUA, a China impôs uma tarifa de 84% sobre todas as importações norte-americanas.

·No fogo cruzado dos titãs, o revide chinês já fez sua primeira vítima, o mercado do petróleo: o preço do barril baixou dos 60 dólares.




Mais matérias OLAVO DUTRA