Eleição: Priante dá as caras, compartilha lixão a céu aberto e se insinua como mais um candidato do MDB

Deputado federal do MDB que já foi candidato a prefeito diversas vezes reaparece com ‘soluções’ e aponta que atual gestão não fez dever de casa.

Por Olavo Dutra

29/02/2024 12:00

Eventual candidatura de Priante - vídeo acima, criticando o lixo de Belém - não assusta Edmilson Rodrigues; o fantasma veste saias/Fotos: Divulgação-Blog do Bacana.


A

  

 "teoria da corda" - não confundir com a Teoria das Cordas, desenvolvida pelo alemão Theodor Kaluza, em 1919, para explicar a formação da matéria e tentar unificar a relatividade de Einstein -, é aquela pela qual, no dia a dia - como nas discussões observadas entre os feirantes do Ver-o-Peso depois de um clássico Remo x Paysandu, por exemplo -, o indivíduo é inclinado a se agarrar a determinado pretexto para agir ou reagir, seja por paixão ou por irritação. “Esse pegou corda...”   

 

O lixo que abunda em Belém parece ser um desses pretextos em tempos de campanha eleitoral, em que todo mundo se julga e se apresenta capaz de resolver os problemas acumulados pela gestão municipal, sejam lá quais tenham sido as razões, inclusive a negligência ou a incompetência.

 

Olha quem aparece

 

Neste cenário caótico, não poderia passar em branco o post do deputado federal José Priante em uma rede sociais falando justamente do lixo e sugerindo, para o bom entendedor, que, no lugar do atual alcaide, teria evitado este estado de coisas, ainda que usando “soluções simples e conhecidas”. Diz a lenda que “quem desdenha quer comprar”.

 

José Priante, integrante da família Barbalho, já foi candidato a prefeito de Belém trocentas vezes - e derrotado, não importam os motivos e as circunstâncias. Como qualquer cidadão habilitado, Priante pode tentar se candidatar tantas quantas vezes achar conveniente. É de direito, mas seu discurso pode soar desgastado pelo tempo e isso importa.

 

Passado foi uma água

 

Como deputado federal, José Priante teve o poder de operar milagres na área de saneamento do Pará, uma vez controlador de volumosos recursos de emendas parlamentares e do comando da Companhia de Saneamento, a Cosanpa, que o atual governo lustra para o privatizar, ainda que parcialmente.

 

Ano passado, Priante foi alvo da deputada federal Elcione Barbalho em um município do oeste do Estado, onde seu poder e influência não renderam o resultado esperado. Dona Elcione reclamou publicamente e o parente seguiu quedo e mudo. Recentemente, Priante teve seu poder interrompido  pelo governador no comando da Cosanpa.

 

“Habemos” vaga?

 

Seu reaparecimento, depois de longos e tenebrosos invernos que a população de Belém está careca de viver, sugere mais do que apenas uma manifestação de amor pela cidade, mas um sinal de que está na lista de candidatos interessados em disputar pelo MDB o cargo que o prefeito Edmilson Rodrigues tentará manter, apesar das adversidades.

 

O lixo e o luxo

 

Nos anos 1989, João Jorge Trinta, o festejado carnavalesco Joãosinho Trinta, teria cunhado a frase “Pobre gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual", e explodiu com a sua escola Beija-flor de Nilópolis no carnaval do Rio. Trinta e três anos depois, o deputado federal José Priante “puxa” o tema mais batido de Belém para se reapresentar ao distinto público com a singela pergunta “Habemus vaga?”.


Explique, nobre deputado

 

Moral da história: todo mundo quer ser candidato do MDB. Se for Priante, melhor para Edmilson. Como o próprio alcaide disse a um interlocutor próximo, “se não for a Úrsula (Vidal), qualquer um que vier terá que me apoiar no segundo turno”. A tática do lixo pode estar errada. Falar de buraco e de lixo é conversa de rico. Pobre sabe que tem lixo e buraco e quer saber como resolver.

 

Sem querer ensinar padre nosso a vigário - isto é, com todo respeito aos marqueteiros do prefeito -, Edmilson poderia responder a Priante, para deixar claro que não basta “pegar corda”; há que ter argumento:

 

- “Nobre deputado, o que o senhor fez para ajudar a resolver o problema de Belém? De 2020 a 2024, cada deputado federal liberou R$ 78,4 milhões em emendas impositivas, e vossa excelência, quanto mandou para o saneamento de Belém?”

 

Pano rápido.

 

Papo Reto

 

Faltam apenas duas assinaturas para a oposição garantir a criação de uma CPI para investigar as denúncias de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes no Marajó.

 

Enquanto isso, em Brasília, em vez de CPI, a deputada federal Alessandra Haber (foto) apresentou proposta de criação de uma Frente Parlamentar Mista de Combate à Exploração Infantil na região.

 

Esse instrumento, dizem os entendidos, é mais útil para a elaboração de políticas públicas visando enfrentar os problemas. São necessárias cerca de 192 assinaturas, mas, em poucos dias a parlamentar paraense já conseguiu a adesão de 150 deputados federais.

 

A Secretaria de Educação do Estado confirma a ausência de professores ao trabalho por conta implicará, inapelavelmente, descontos das faltas que não justificadas à chefia imediata. 

 

A documento oficial, a Secretaria diz não haver motivos para a paralisação concluiu se tratar de “falta injustificada”. 

 

Ignora solenemente, portanto, decisão do STF sobre o novo modelo de relação de trabalho implementado pela Constituição de 1988, que reconheceu a greve como direito social e instrumento democrático a serviço da cidadania.

 

Tania Barbosa será empossada amanhã na presidência da AABB para cumprir mandato de 4 anos e com a promessa de recuperar o quadro associativo.

 

O presidente Lula continua tratando a Vale na sola do sapato.  Em entrevista à RedeTV, Lula foi taxativo: a empresa está priorizando a venda de ativos em detrimento da produção de minério de ferro.

 

Segundo o presidente, a Vale não deve ter o “monopólio no setor mineral”, mas sim ser “mais uma” no mercado, destacando a necessidade de a empresa “prestar contas ao Brasil”.


Na briga de “leões”, o Reno não passou de um empate com o São Francisco, de Santarém, e derrubou o técnico Ricardo Catalá. 

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