"teoria da corda" - não confundir com
a Teoria das Cordas, desenvolvida pelo alemão Theodor Kaluza, em 1919, para
explicar a formação da matéria e tentar unificar a relatividade de Einstein -,
é aquela pela qual, no dia a dia - como nas discussões observadas entre os
feirantes do Ver-o-Peso depois de um clássico Remo x Paysandu, por exemplo -, o
indivíduo é inclinado a se agarrar a determinado pretexto para agir ou reagir,
seja por paixão ou por irritação. “Esse pegou corda...”
O lixo que abunda em Belém parece ser
um desses pretextos em tempos de campanha eleitoral, em que todo mundo se julga
e se apresenta capaz de resolver os problemas acumulados pela gestão municipal,
sejam lá quais tenham sido as razões, inclusive a negligência ou a
incompetência.
Olha quem aparece
Neste cenário caótico, não poderia
passar em branco o post do deputado federal José Priante em
uma rede sociais falando justamente do lixo e sugerindo, para o bom entendedor,
que, no lugar do atual alcaide, teria evitado este estado de coisas, ainda que
usando “soluções simples e conhecidas”. Diz a lenda que “quem desdenha quer
comprar”.
José Priante, integrante da família
Barbalho, já foi candidato a prefeito de Belém trocentas vezes
- e derrotado, não importam os motivos e as circunstâncias. Como qualquer
cidadão habilitado, Priante pode tentar se candidatar tantas quantas vezes
achar conveniente. É de direito, mas seu discurso pode soar desgastado pelo
tempo e isso importa.
Passado foi uma água
Como deputado federal, José Priante
teve o poder de operar milagres na área de saneamento do Pará, uma vez
controlador de volumosos recursos de emendas parlamentares e do comando da
Companhia de Saneamento, a Cosanpa, que o atual governo lustra para o
privatizar, ainda que parcialmente.
Ano passado, Priante foi alvo da
deputada federal Elcione Barbalho em um município do oeste do Estado, onde seu
poder e influência não renderam o resultado esperado. Dona Elcione reclamou
publicamente e o parente seguiu quedo e mudo. Recentemente, Priante teve seu
poder interrompido pelo governador no comando da Cosanpa.
“Habemos” vaga?
Seu reaparecimento, depois de longos e
tenebrosos invernos que a população de Belém está careca de viver, sugere mais
do que apenas uma manifestação de amor pela cidade, mas um sinal de que está na
lista de candidatos interessados em disputar pelo MDB o cargo que o prefeito
Edmilson Rodrigues tentará manter, apesar das adversidades.
O lixo e o luxo
Nos anos 1989, João Jorge Trinta, o
festejado carnavalesco Joãosinho Trinta, teria cunhado a frase “Pobre gosta de
luxo; quem gosta de miséria é intelectual", e explodiu com a sua escola
Beija-flor de Nilópolis no carnaval do Rio. Trinta e três anos depois, o
deputado federal José Priante “puxa” o tema mais batido de Belém para se
reapresentar ao distinto público com a singela pergunta “Habemus vaga?”.
Explique, nobre deputado
Moral da história: todo mundo quer
ser candidato do MDB. Se for Priante, melhor para Edmilson. Como o próprio
alcaide disse a um interlocutor próximo, “se não for a Úrsula (Vidal), qualquer
um que vier terá que me apoiar no segundo turno”. A tática do lixo pode estar
errada. Falar de buraco e de lixo é conversa de rico. Pobre sabe que tem lixo e
buraco e quer saber como resolver.
Sem querer ensinar padre nosso a
vigário - isto é, com todo respeito aos marqueteiros do prefeito -, Edmilson
poderia responder a Priante, para deixar claro que não basta “pegar corda”; há
que ter argumento:
- “Nobre deputado, o que o
senhor fez para ajudar a resolver o problema de Belém? De 2020 a 2024, cada
deputado federal liberou R$ 78,4 milhões em emendas impositivas, e vossa
excelência, quanto mandou para o saneamento de Belém?”
Pano rápido.
Papo Reto
Faltam apenas duas assinaturas para a
oposição garantir a criação de uma CPI para investigar as denúncias de
exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes no Marajó.
Enquanto isso, em Brasília, em vez de
CPI, a deputada federal Alessandra Haber (foto) apresentou
proposta de criação de uma Frente Parlamentar Mista de Combate à Exploração
Infantil na região.
Esse instrumento, dizem os entendidos,
é mais útil para a elaboração de políticas públicas visando enfrentar os
problemas. São necessárias cerca de 192 assinaturas, mas, em poucos dias a
parlamentar paraense já conseguiu a adesão de 150 deputados federais.
A Secretaria de Educação do Estado
confirma a ausência de professores ao trabalho por conta implicará,
inapelavelmente, descontos das faltas que não justificadas à chefia imediata.
A documento oficial, a Secretaria diz
não haver motivos para a paralisação concluiu se tratar de “falta
injustificada”.
Ignora solenemente, portanto, decisão
do STF sobre o novo modelo de relação de trabalho implementado pela
Constituição de 1988, que reconheceu a greve como direito social e
instrumento democrático a serviço da cidadania.
Tania Barbosa será empossada amanhã
na presidência da AABB para cumprir mandato de 4 anos e com a promessa de
recuperar o quadro associativo.
O presidente Lula continua tratando a
Vale na sola do sapato. Em entrevista à RedeTV, Lula foi taxativo: a
empresa está priorizando a venda de ativos em detrimento da produção de minério
de ferro.
Segundo o presidente, a Vale não deve
ter o “monopólio no setor mineral”, mas sim ser “mais uma” no mercado,
destacando a necessidade de a empresa “prestar contas ao Brasil”.
Na briga de “leões”, o Reno não passou
de um empate com o São Francisco, de Santarém, e derrubou o técnico Ricardo
Catalá.