areceu cena de cinema; e foi. Tanto pela perseguição entre Polícia e foragido, quanto pela forma como as autoridades chegaram até a pessoa procurada. No último dia 15, uma médica dermatologista posou ao lado de três casais de amigos em uma praia e compartilhou o registro nas redes sociais - como ela mesma definiu no título da publicação - em “uma segunda-feira despretensiosa”.

Para ela, de fato, foi
despretensiosa, mas não para Marcus Vinícius Farah da Costa Lima e sua noiva, a
promotora de justiça L.R.A.S. O casal estava entre o grupo de amigos marcados
na foto, o que ligou o alerta da Polícia Civil do Pará, que procurava, havia
tempo, cumprir mandado de prisão contra Marcus Vinícius, foragido da Justiça
pelo não pagamento de pensão alimentícia de valor superior a R$ 150 mil.
Passos monitorados
Tão logo foi identificado na foto,
Marcus Vinícius começou a ter os passos monitorados pela Polícia Civil. Os
agentes aguardaram apenas a chegada do acusado a Belém para fazer a abordagem,
que aconteceu próximo a um supermercado, na avenida Alcindo Cacela. Quando
recebeu voz de prisão, o então foragido tentou escapar correndo, mas foi
perseguido, alcançado e algemado pelos policiais.
“Sabe quem eu sou?”
Para a surpresa geral, a equipe
responsável pela prisão foi abordada pela ‘noiva’ de Marcus Vinícius, a
promotora de justiça, que, de acordo com os relatos da própria equipe, tentou
impedir a prisão com influência que o cargo teoricamente lhe atribui e por se
declarar ‘sobrinha da desembargadora Nazaré Gouveia, presidente do Tribunal de
Justiça do Pará.
Processos por agressão
Ao fim e ao cabo, não teve conversa,
e o devedor só foi liberado depois que a dívida foi quitada. No site do
Jusbrasil, o nome de Marcus Vinícius aparece envolvido em onze processos.
Alguns movidos por ele e outros, em segredo de Justiça, relacionados à pensão
alimentícia e, segundo fontes da coluna, por agressão a mulheres e vulneráveis.
Coronel pede ‘apuração
rigorosa’ sobre suposto
assédio e prática de
extorsão em Capanema
A Corregedoria da Polícia Militar do
Pará deve estar com sobrecarga de trabalho. Pousou ontem sobre a mesa de
trabalho do coronel Aviz Carneiro, que responde pela função, o Memorando
591/2024, assinado pelo coronel Adauto, do 11º Batalhão de Polícia Militar de
Capanema, com denúncias de suposto "assédio moral e de tortura
psicológica" contra os praças da corporação. A nota cita, nominalmente, o
comandante do BPM, coronel Lima Neto, e o comandante do CPR VII, coronel
Adauto.
Dinheiro, carne e peixe
De acordo com o documento, os dois
exigem dinheiro e benesses, como carne e peixe, de todos os subordinados
destacados para essas unidades, semanalmente, sob pena de serem transferidos
para outras cidades e postos. “Policiais que trabalham em Cachoeira do Piriá
têm que repassar R$ 400 todo fim de semana para o coronel e o tenente coronel
para poder trabalhar lá”, diz o documento.
A nota afirma que parte da ameaça se sustenta sobre a tese de que o coronel
Lima Neto será o próximo comandante-geral da PM, como ele mesmo afirma, o que
lhe permitiria aplicar, aos insubordinados, castigos ainda mais severos que a
mera transferência de unidade, como hoje faz, segundo a nota.
Por razões óbvias, o documento não é assinado por ninguém, o que dificulta a
confirmação da autoria, mas, como diz um ditado bem conhecido, o povo aumenta,
mas não inventa. O pedido de apuração do que os comandantes consideram fake
news é assinado apenas pelo coronel Adauto (veja a íntegra).