Em Colares, Soure, Marituba e São Caetano de Odivelas, quem mantém a casa são as mulheres

Dados do IBGE apontam que, em Belém, “provedoras do lar” superam a casa dos 55%, enquanto em Parauapebas e Marabá, sudeste do Estado, quem banca são os homens.

29/10/2024 08:00
Em Colares, Soure, Marituba e São Caetano de Odivelas, quem mantém a casa são as mulheres
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s homens são a maioria (50,9%) entre as pessoas responsáveis pelas unidades domésticas no Brasil, com um total de 37 milhões, mas a quantidade de mulheres está bem próxima (49,1%) e soma 36 milhões. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgado no Rio de Janeiro na sexta-feira,25, pelo IBGE. 


Homens ainda predominam como provedores no País, mas mulheres chegam perto, segundo o IBGE/Divulgação-Cristino Martins.

Na composição domiciliar e óbitos informados, os dados indicam uma mudança importante em relação a 2010, quando o percentual de homens responsáveis, de 61,3%, era significativamente maior que o de mulheres, de apenas 38,7%.

 

Ainda segundo a pesquisa, o percentual de mulheres responsáveis por lares supera os 50% em 10 Estados. Em Pernambuco, ficou em 53,9%, seguido de Sergipe (53,1%); Maranhão (53,0%); Amapá (52,9%); Ceará (52,6%); Rio de Janeiro (52,3%); Alagoas e Paraíba (51,7%); Bahia (51,0%); e Piauí (50,4%). 

 

O município de Colares, no nordeste paraense, é onde há mais mulheres provendo, totalmente, o lar, e onde 59,23% dos domicílios têm uma pessoa do sexo feminino trabalhando para sustentar a família, o que corresponde a cerca de 2.400 mulheres. Os percentuais estão acima dos 50% também em Soure (58,66%), na Ilha do Marajó; Marituba (57,29%) e São Caetano de Odivelas (56,25%), no nordeste do Pará. 

 

Belém não fica muito atrás

 

Belém tem 55,09% dos imóveis chefiados por mulheres, ou 233 mil mulheres chefes de família contra 190 mil homens. A capital é a 13ª cidade do País com mais mulheres responsáveis por lares. Ananindeua tem perfil similar, com 54,04%, assim como em Castanhal, onde 53,02% dos domicílios têm elas à frente.

 

Homem é quem manda

 

Parauapebas e Marabá estão na contramão da tendência nacional, e nesses dois municípios, os homens ainda predominam como provedores. Em Parauapebas, 52,07% dos domicílios são chefiados por homens, enquanto em Marabá a taxa é de 51,08%. Canaã dos Carajás se assemelha aos seus vizinhos, e 59,33% das famílias locais são comandadas por eles.

 

O sul do Pará, como um todo, é predominantemente masculino nas responsabilidades com as famílias, como em Santa Maria das Barreiras (71,31%), Bannach (71,33%) e Água Azul (74,6%), seguidos de Cumaru do Norte (69,49%), São Félix do Xingu (67,58%) e Piçarra (67,33%).

 

No Brasil, segundo o Censo 2022, os três municípios onde os lares são majoritariamente chefiados por mulher são o sergipano Umbaúba, com 67,82%; o maranhense São José dos Basílios, com 67,83%; e o paraibano Cacimbas, com 70,1%. No extremo oposto, os três onde o homem “manda” são o catarinense Tigrinhos, com 83,33%; e os gaúchos União da Serra, com 84,17%, e Coronel Pilar, com 84,42%.

 

Sobre jovens e idosos

 

Outro ponto que chamou a atenção na pesquisa é sobre o envelhecimento da população brasileira. Para a pesquisa, o IBGE considera termos como ‘unidades estendidas’ as que incluem outros parentes, netos e sobrinhos; as que têm enteados, madrastas e padrastos que são as ‘nucleares’. 

 

As maiores concentrações de pessoas idosas, na faixa de mais de 60 anos, responsáveis pelas unidades domésticas, se concentraram nas unidades unipessoais (28,7%) e nas estendidas (21,7%). As unidades domésticas nucleares predominam em todos os grupos etários (64,1%), principalmente com responsáveis de até 17 anos (70,0%) e de 25 a 39 anos (75,8%). Na visão do IBGE, isso ocorre, possivelmente, porque essas pessoas, mesmo ainda muito jovens, começaram a formar as suas próprias famílias.

 

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul se mostraram os Estados mais envelhecidos. Um exemplo claro é a população dominante de idosos no bairro de Copacabana. Os Estados da região Norte, Amapá (12%), Amazonas (13%) e Pará (13,5%) são os que apresentam a população entre os mais jovens do País. 

 

Unidades domésticas

 

Segundo o Censo 2022, havia mais 72,6 milhões de unidades domésticas no Brasil. O número é 15 milhões a mais do que o anotado em 2010, quando existiam 57 milhões. 

 

A quantidade média de moradores ficou em 2,8 pessoas, um resultado menor do que em 2000, que era de 3,7 pessoas, e em 2010, com 3,3. Entre as unidades domésticas, cerca de 72,3% têm até três moradores e 28,7% têm dois residentes.

 

Pessoas do mesmo sexo

 

Outra mudança indicada na pesquisa é a das unidades domésticas compostas por pessoa responsável e cônjuge ou companheiro(a) do mesmo sexo, que atingiram 0,54% do total. Ainda que o percentual seja pequeno, o crescimento foi relevante em relação a 2010, quando era de 0,10%. Neste tipo de domicílio, o número subiu de 59.957, em 2010, para 391.080 em 2022.

 

O Distrito Federal é onde foram notadas as maiores proporções de unidades domésticas com pessoa responsável em união homoafetiva, ficando em 0,76%. Na sequência ficaram o Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,67%). Já as menores foram no Piauí (0,25%), no Maranhão (0,30%) e no Tocantins (0,31%).

 

Antes só do que...


A única espécie de unidade doméstica que aumentou sua participação - desde o último Censo - foi a unipessoal - apenas um morador -, que saiu de 12,2% para 18,9%. O crescimento foi demonstrado em todos os grupos etários, e mais uma vez, os moradores do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, são um bom exemplo dessa condição.  O Rio de Janeiro lidera o ranking (Com Agência Brasil).

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