ão foi por falta de aviso: o sistema integrado de votação utilizado na consulta prévia para escolha do novo reitor da UFPA falhou e, em meio a tantas dúvidas e suspeitas envolvendo o processo, virou motivo de críticas de boa parte da comunidade universitária - mais do que da parte dos candidatos. Na contagem de perdas e danos - porque a vitória da chapa mais votada foi considerada pífia -, a lista tríplice a ser encaminhada ao presidente da República é encabeçada por um candidato que, acredite, teve cerca de 10 mil votos do universo que normalmente iria às urnas, de mais de 40 mil votantes.

“Magnífico de ¼”
Não à
toa, um gaiato que a tudo assistiu, até o resultado final, saiu-se com a infame
expressão: “o professor Gilmar Pereira é o reitor de ¼” - fazendo referência à
votação dada ao atual vice-reitor, o total de votos apurados - pouco mais de 11
mil -, aos votos válidos, quase 11 mil, e às abstenções -, de 32, 6 mil (veja
tabela abaixo). Esses números, certamente, não estavam finalizados na
ocasião.
O que
contribui para esse cenário foi antecipado pela Coluna Olavo Dutra: período de
debates restrito, paralisação dos servidores e intercorrências patrocinadas
pela própria direção da Universidade, sobre as quais, diferente dos velhos
tempos, as chapas concorrentes não se manifestaram como seria de se esperar. A
única coisa que não estava rigorosamente prevista era a instabilidade do
sistema de votação, um arranjo da Reitoria que preferiu não recorrer às urnas
da do TRE.
Segue o andor
O
Conselho Universitário deve se reunir hoje para dar sequência ao processo
eleitoral, como manda a regra, mas o fará no modo telepresencial, para evitar
espectadores. Importa é que a lista tríplice será encaminhada a Brasília para a
escolha do novo reitor pelo presidente Lula - e dela se pode esperar, segundo a
velha e superada máxima popular, o mesmo que sairia “da cabeça de juiz, de
barriga de grávida e de bumbum de criança”, com todo o respeito.
Choro de perdedor
A
instabilidade no sistema de votação teria provocado baixa significativa na
eleição, mas, durante os debates entre os candidatos e por todo o período da
campanha eleitoral discutiu-se a utilização do sistema da Justiça Eleitoral. O
candidato da Chapa 1, por exemplo, Armando Lírio, chamou atenção sobre o
problema: “Ficou instável das 9h às 17h, e evitou a presença de eleitores”.
O
número de eleitores aptos a votar, por categoria, e o balanço parcial dos que
já haviam participado da consulta até por volta das 17h era de 1.858 docentes,
63,24%; 1.364 técnicos, 49,79% e de 6445 discentes, apenas 14,74%. A coluna
acompanhou os bastidores da votação e se deparou com problemas como a ausência
de mecanismo de zerésima no SigEleição, instabilidade do sistema de consulta
por um longo período dentro das 12 horas previstas de votação e inclusão de
novos terminais sem teste prévio de carga.
A candidata da Chapa 3, por sua vez, professora Denise Cardoso, viu com
“bastante desconfiança ao mau funcionamento do sistema”, o que, para ela,
ocasionou uma perda - até por volta das 17h - de quase 5 horas de votação das
12 previstas. Além disso, acrescenta, “disponibilizaram mais dois servidores
desconhecidos pelos fiscais e não auditados. Os três servidores não
apresentaram zerézima”.
Sem autonomia
Outra crítica ao sistema de votação da UFPA é da estudante PCD visual do curso
de Fisioterapia, Fernanda Alcântara Matnj, 21, coordenadora do Coletivo
Independente de Estudantes com Deficiência. “Tive bastante dificuldade e pedi
ajuda para votar, porque a plataforma tem um limite de tempo de acesso para
cadastrar a seção de votação. Não tive a minha autonomia para votar”, reclama,
acrescentando que, no interior, a falta de informação sobre o processo da
consulta prévia prejudicou: muitos não sabiam dessa eleição; foram avisados na
véspera”.
Papo Reto
Servidores da Emater acordaram com uma notícia
devastadora, terça-feira, 16: a suspensão do Plano de Incentivo de Desligamento
Voluntário, que estava na etapa final, com previsão de desligamentos e
pagamento de valores ainda neste mês.
A primeira etapa do plano havia selecionado 50
servidores, pelo que a notícia de suspensão foi um banho de água fria, mas a
repercussão está esquentando a chapa do presidente da empresa, o advogado e
pastor Joniel Abreu (foto).
Com servidores das universidades e institutos federais
em greve pedindo reestruturação de carreiras, reajuste de salários e melhores
condições de trabalho, MEC reage com "um pingo no oceano": nomear 220
técnicos em assuntos educacionais.
Sem alarde, o Senado reinventa os marajás ao aprovar
quinquênio para juízes e procuradores, um mimo adicional de 5% no salário a
cada cinco anos trabalhado, no limite de 35%.
Diz o jornalista Cláudio Humberto que "a bajulação
de Pacheco com o chapéu do pagador de impostos custará R$ 42 bilhões, após
estender o privilégio a PF, AGU, TCEs, TCU etc".
“Descontão para
ladrão”, assim definiu o jornalista Mário Sabino o fato de empreiteiras
corruptoras na Lava Jato terem ganhado da Controladoria Geral da União (CGU)
desconto de 50% em suas multas.
Detalhe infame: a banca de advocacia do chefe da CGU
segue usufruindo de 'contratão' com a antiga Odebrecht.