arte dos
indígenas da etnia Warao retirados da Praça da Bandeira, há poucos dias, pela
Prefeitura de Belém, já voltou para o local. O acampamento improvisado sob as
poucas árvores encontradas na praça abriga homens, crianças, mulheres e
adolescentes em condições precárias de sobrevivência. Desta vez, nenhuma
estrutura em madeira para armar redes foi erguida e as noites de sono são sobre
o chão duro de uma quadra de cimento.
A equipe
da Coluna Olavo Dutra esteve no local e ouviu, do cacique
Orlando Matne, algumas das razões que levaram os indígenas de volta a este e a
outros pontos abertos da cidade. O principal motivo, de acordo com o cacique, é
misturar diferentes tribos Warao em um mesmo espaço e forçar a convivência,
mesmo a equipe de assistência social da Prefeitura de Belém tendo conhecimento
do quanto isso é prejudicial.
“Não somos iguais”
“Nós,
indígenas venezuelanos, não somos iguais. Alguns querem briga, outros falam
demais. A convivência é difícil. Por isso estamos aqui”, explicou. Matne contou
ainda que seu grupo já procurou os órgãos governamentais para tentar conseguir
ou um espaço maior para os indígenas ou uma casa para abrigar apenas sua
tribo, mas nunca obteve respostas.
O cacique conta, também, que o atual
abrigo oferecido pela Prefeitura de Belém é insalubre e tão desconfortável
quanto as ruas e espaços públicos ocupados da cidade. A casa alugada fica no
bairro do Tenoné, onde o controle de entrada e saída é rígido e beira o
confinamento compulsório para que os indígenas não sejam vistos pelas ruas da
cidade.
Para não incomodar
“Nós assamos peixe e frango aos
domingos (na Praça da Bandeira), mas somente aos domingos, segunda-feira, não”,
explica Orlando, afirmando que as famílias encontradas na Praça da Bandeira
permanecem no local também nos demais dias da semana. A ideia é não incomodar
e, muito menos, chamar a atenção de pessoas e autoridades, a exemplo do que
aconteceu quando estruturas em madeira foram erguidas no local. “Somos uma
tribo de pessoas tranquilas", disse ele.
Histórico perverso
O histórico de confinamento dos indígenas
pela Prefeitura de Belém não é dos melhores. As más condições de abrigo e
convivência indistinta entre eles já resultaram em casos de doença e até em
morte. De acordo com Orlando, o espaço oferecido no Tenoné segue o padrão dos
anteriores. Enquanto for assim, a cena recorrente de pedintes e indígenas
venezuelanos pelas esquinas de Belém estará longe de acabar.
Papo Reto
· Em que conta deve ser
creditada a balbúrdia causada pelo BRT no trecho Marituba-Ananindeua, do
governador ou do prefeito Daniel Santos?
· Noves
fora um eventual efeito Morgana - ou seria pareidolia? -, Daniel (foto) não
escala um agente de trânsito para o trecho e a obra, por sua vez, não anda,
justamente em frente ao prédio da prefeitura.
· De Paulo
Stark, que reaparece nas redes sociais depois das “intrigas palacianas”: “Não
pagaram os 50 reais para a galera do Igor Normando...”, justificando a
violência ocorrida ontem na convenção do MDB.
· Novas
normas para jogos de aposta online entram em vigor em janeiro
de 2025. O apostador, agora, precisará estar informado quanto vai ganhar, caso
seja premiado, além de suas possibilidades de ganho.
· É
servidor público o dono da balsa que fez o transporte de um veículo de Manaus
para Santarém com drogas e munições. O caso envolve o filho de um vereador,
preso dias depois por ordem da Justiça.
· O
inquérito policial que investiga o caso aponta Amilton de Queiroz Freitas como
lotado Instituto de Gestão Previdenciária, o Igeprev.
· Já
estão em vigor as novas regras do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida
que deram fôlego novo ao setor de habitação e animou os compradores.
· Entre as modificações promovidas pelo
governo estão aumento do subsídio para entrada do imóvel, ajuste na renda nas
faixas do programa, taxa de juros e elevação do teto do valor da casa ou
apartamento.
· A primeira mudança anunciada é a
atualização das três faixas de renda do programa. Na faixa 1, se enquadram as
famílias com renda até R$ 2.640,00 mensais. A faixa 2 contempla pessoas com
renda de R$ 2.640,01 a R$ 4.400 mensais.
· Já
na faixa 3 serão atendidas as famílias com renda mensal que varia de R$
4.400,01 a R$ 8.000,00.
· Em
julho, foram registrados mais de 11 mil focos de queimadas na Amazônia, quase
metade do total de 24 mil alertas de 2024. Ambientalista adverte para eventual
piora do cenário em agosto.