Pesquisa aponta empate técnico em Belém: Eder Mauro, 19%; Edmilson, 12,6%; e Igor, com 11,1%.

Embora na ponta, delegado parece ter batido no teto, enquanto os demais oscilam; candidato do MDB depende da máquina.

15/05/2024 08:00
Pesquisa aponta empate técnico em Belém: Eder Mauro, 19%; Edmilson, 12,6%; e Igor, com 11,1%.
N

 

a terceira pesquisa oficial sobre as eleições de Belém registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará, o deputado federal Eder Mauro lidera com mais de 19% das intenções de voto. O atual prefeito, Edmilson Rodrigues, aparece com 12,6%; Igor Normando, com explícito apoio do governador Helder Barbalho, está com 11,1% e Thiago Araújo exibe 10,9%. Nessa fileira, os números significam que os três pré-candidatos ficam empatados tecnicamente. Logo atrás, há outro empate técnico.


Consultor político avalia que prognóstico de crescimento do candidato deve considerar fatores que incluem alianças e apoios políticos/Fotos: Divulgação.

 Na abordagem espontânea, a pesquisa revelou uma parcela significativa de eleitores indecisos, apontando para um cenário competitivo nas eleições na capital paraense.

 

A pesquisa Doxa foi registrada sob o número PA-04796/2024, com um nível de confiança de 95%, o que revela, segundo os responsáveis pelo levantamento, que há 95% de probabilidade de os resultados refletirem a atual situação eleitoral. A margem de erro estimada é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos em relação aos resultados da amostra total.

 

Votos flutuantes

 

No estudo, chama atenção o alto índice de votos flutuantes, que alcança 79,0%. Os mais citados foram: Eder Mauro, 5,4%; Edmilson Rodrigues, 4,2%; Igor Normando, 3,2%; Thiago Araújo, 2,8%; Eguchi, 2,3%; Jeferson Lima, 1,2% e Ítalo Abati, 0,5%. A coleta de dados ocorreu entre os dias 08 e 11 de abril de 2024, com uma amostra de 1.000 entrevistas.

 

Se comparada com a pesquisa anterior realizada pelo mesmo instituto, a atual revela dados que podem confundir à primeira leitura. Os números dos contendores praticamente não mudaram. Na verdade, apenas flutuam dentro da margem de erro. Isso manifesta o desinteresse do eleitor em relação ao pleito, o que remete a uma cristalização da intenção de votos e dos parâmetros de rejeição, por exemplo. Em uma eleição curta, o posicionamento de largada é decisivo para quem pretende chegar na reta final em condições de disputar.

 

Rejeição a Edmilson

 

Outro dado que salta aos olhos é a rejeição dos pré-candidatos. Em se tratando de rejeição eleitoral, o atual prefeito, Edmilson Rodrigues, aparece com 60,1% de eleitores que não votariam mais nele. O deputado Eder Mauro aparece com rejeição de 12,4%. Eguchi ficou com uma rejeição de 2,9%. Jeferson Lima com 0,8%; Igor Normando, 0,6%; Thiago Araújo, 0,4% e Capitão Nassar, 0,2% vem em seguida.


 


 

“A rejeição de Edmilson é uma bola de ferro nos pés de quem precisa se destacar dos demais”, afirma um vereador do MDB, entusiasta da campanha de Igor Normando.

 

A estagnação de Igor, no entanto, não tem explicação simples. Dono da maior base de vereadores e partidos e tendo como cabo eleitoral um governador com mais de 80% de aprovação, o candidato do MDB parece carecer de uma força suplementar para se deslocar adiante. “O apoio do governador é decisivo, mas se a chapa não se consolidar e depender apenas da máquina para crescer pode não conseguir chegar ao segundo turno”, lamenta o parlamentar.

 

O peso do vice

 

A letargia remete novamente ao debate sobre o vice na chapa do MDB. “A robustez de um vice pode funcionar como uma alavanca na disputa”, diz a fonte do MDB. Notas na imprensa e boatos nos corredores da Assembleia Legislativa davam conta de que o escolhido para vice de Igor Normando seria Cássio Andrade, ex-deputado, hoje secretário de Esportes do Estado, e que recentemente perdeu o comando do PSB para Daniel Santos, prefeito de Ananindeua, que chegou ao partido pelas mãos de ninguém menos do que o vice-presidente Geraldo Alckmin.

 

A tibieza política de Andrade já havia protagonizado a demissão em massa de seu grupo político da Prefeitura de Belém, sob a feia acusação de praticar “jogo duplo”, ou seja, de estar ao mesmo tempo com o candidato do MDB e com o candidato do Psol. “Não existe um palanque para sustentar tanto peso”, ironiza um vereador governista que inclusive ajudou a remontar a Secretaria de Urbanismo, antes ocupada por correligionários de Cássio Andrade.

 

Jogo de estratégias

 

O consultor político Jacinto Neto ensina que o prognóstico de crescimento de um candidato deve ser analisado considerando diversos fatores, tais como as alianças e apoios políticos. Observar isso, bem como o impacto que as parcerias podem ter na campanha e no crescimento eleitoral, ajudam a saber qual trajetória está sendo traçada. “Além disso, deve-se considerar o contexto político do momento, avaliar os concorrentes, seus pontos fortes e fracos, estratégias de campanha e popularidade, entre outros aspectos que possam impactar no crescimento eleitoral do candidato.

 

“Considerando todos esses elementos, Igor Normando é o pretendente que apresenta maior potencial de crescimento”, afirma Neto.

 

Bateu no teto?

 

“A rejeição de Edmilson o puxa para baixo; a de Eder Mauro sinaliza que ele chegou ao teto. Thiago Araújo, por sua vez, está preso a uma legenda que é privativa de uma Igreja, a Universal, limitando seu crescimento a esse recorte estreito. Se for criativo na montagem de sua chapa, aproveitando o peso da máquina do Estado e a popularidade de Helder, Igor Normando pode sair da inércia e crescer, disputando o segundo turno com chances de vencer.”


 

Papo Reto


·  Com a crise vivida pelo Rio Grande do Sul, dezenas de organizações se juntam na defesa de uma MP pela criação do Auxílio Calamidade Climática, com ajuda financeira aos atingidos por tragédias.

 

· O governo Lula (foto) bem que simpatiza com a ideia, mas a questão é: de onde vai tirar dinheiro para bancar tal política?

 

·  Produtores nacionais de arroz juram que é zero o risco de desabastecimento do produto, mesmo com a tragédia climática gaúcha.

 

·  Mas o governo federal autorizou a Conab, hoje dirigida por um ex-líder do MST, a importar 1 milhão de toneladas do grão. Parece caso de polícia; e é.

 

·  Voluntários e afetados pela calamidade em terras gaúchas torcem para, quanto antes, as autoridades brasileiras facilitem a vinda dos volumosos donativos portugueses, lá armazenados "sem plano de envio" por conta da burocracia portuária.

 

· As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul também podem afetar o processo eleitoral nos municípios gaúchos, e já causaram prejuízos ainda incalculáveis nas urnas eletrônicas. 


· Entre as preocupações está o fato de as urnas eleitorais terem sido danificadas. Com a maior parte do território ainda inundado, o Tribunal Regional Eleitoral ainda não conseguiu contabilizar quantos equipamentos foram danificados.

Mais matérias OLAVO DUTRA