município de Ananindeua, segundo maior colégio eleitoral do Estado, na Região Metropolitana de Belém, “está em outro patamar”, segundo prega a publicidade oficial. É verdade, se comparado a outros municípios da região, incluindo Belém, que parou no tempo, e Marituba que, você sabe...

Quem anda pelos quatro cantos da cidade vê melhorias significativas, não se pode negar, e projetos que ninguém, nunca, jamais, em tempo algum planejou. Não é exagero dizer que Ananindeua virou, em alguma proporção, um parquinho, senão uma passarela de exibição de “donos de lanchas” e de carrões que, aos domingos, desfilam por furos, rios e igarapés que circundam a região em suas embarcações maravilhosas.

Mais adiante, quando se exibe nas redes sociais, a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, aparece dirigindo um minifusca em um condomínio de luxo de Belém, ao lado da amiga do batidão. A ela, em evento público recente, o governador Helder Barbalho atribui uma das melhores gestões do Brasil. Patrícia acreditou e segue convencida. Estranho é o governador não atribuir o mesmo predicado ao prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. Cada um no seu metro quadrado, a visão de Belém, nesse cenário, é tão obscura quanto o outro lado da lua.

Terra de muro baixo

É da conta dos ditos populares a frase “Quem tudo quer, tudo perde”, mas, o que isso tem a ver com Ananindeua? Nada. Ou tudo. Explica-se: terra de muro baixo que nem Belém, onde até as paredes têm ouvidos, já chegou ao governador do Estado mais um pacote das ambições pessoais e políticas do prefeito Daniel Santos.

Mundo a seus pés

Graças ao conteúdo massivo de propaganda oficial, o prefeito de Ananindeua nada de braçadas no processo de reeleição, no qual, pelas indicações disponíveis, tem muitas chances de seguir no comando do município, apesar da “cavalaria” que deve ser convocada pelo governador Helder Barbalho para tentar embaralhar a disputa. Mas, como o garoto rico, Dr. Daniel dá mostras também de querer "abraçar o mundo com as pernas" - e fazer a mulher dele, Dra. Alessandra Haber, a deputada federal mais votada do Estado nas eleições à Câmara Federal foi apenas uma gota no oceano de pretensões por onde navega o prefeito.

Projeto político

Especula-se que que o governo do Estado é sem dúvida a maior dessas ambições, mas as conversas com o - até aqui - aliado Helder Barbalho ora fazem Daniel montar, ora desmontar a artilharia. No rol das supostas pretensões cabulosas, dizem que o Dr. Daniel também mira a Prefeitura de Belém, a Prefeitura de Marituba e a próxima vaga no Tribunal de Contas dos Municípios, o TCM, além de expandir seu poder político para além das fronteiras de Ananindeua, o interior do Estado, da região nordeste ao sudeste, até onde a vista alcança.

O dito popular

Mas, afinal, o que realmente quer o Dr. Daniel Santos? A sensação, segundo avaliam aliados e adversários, é de que a proximidade das eleições, associada às ambições tem feito o prefeito se preocupar muito mais com o que não tem do que com o que está conquistado. Eis o encaixe do dito popular.

Cá entre nós

Todo mundo está careca de saber que o Lixão do Aurá foi reaberto clandestinamente e vem sendo consumido pelo fogo incessante a ponto de incomodar os moradores do entorno sem a intervenção, ainda que retórica - no que os políticos são muito bons - da gestão Daniel Santos. É como se fosse um problema exclusivo da Prefeitura de Belém, ou do governo do Estado. Só que não.

Ananindeua também conta com muitos pontos de acúmulo diário de lixo e entulho, como na Praça da Bíblia e esquinas da Cidade Nova; também tem buracos em ruas recém pavimentadas, como na Arterial 5B; trânsito caótico no centro da cidade, não necessariamente por conta das obras do BRT Metropolitano; operação de transporte clandestino no Terminal Rodoviário, entregue generosamente à empresa que administra o Terminal de Belém; e contratos suspeitos com empresas como a Kapa Capital e derivações. No frigir dos ovos, Ananindeua é mais do mesmo, enquanto Dr. Daniel segue seu jogo de "imagem e ação".

Livros de cabeceira

Dizem que entre os livros de cabeceira do médico-empresário que se fez deputado estadual com mais de 100 mil votos, e logo presidente da Assembleia Legislativa, estão os do gaúcho Leonel Brizola, autor da frase “a política ama a traição e odeia os traidores”, seja lá o que isso significa no caso do prefeito.

Foi Mateus, o apóstolo, quem sentenciou (10:26): “Não há nada escondido que não venha a ser revelado”.

Papo Reto

Especula-se que a vaga supostamente pretendida pelo prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, no TCM, seria para o ex-prefeito Manoel Pioneiro (foto), que trabalha para fazer do filho seu herdeiro político.

Falando nisso; fonte da coluna garante que o presidente Lula avisou à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que em Belém o partido não deve fazer marola, isto é, a ordem é apoiar a reeleição do prefeito Edmilson Rodrigues.

Faz sentido. Papa Lula, a questão é ganhar a Prefeitura de São Paulo e esse atropelamento em Belém pode gerar embaraços na montagem de um provável governo Boulos.Parece água no chopp do senador Beto Faro; e é.

A fiscalização do trabalho escravo no Marajó vem na sequência da maior produção de   açaí e atingiu em cheio o costume de abusos contra direitos dos trabalhadores. Multas pesadas seguidas de ações criminais mudam a história local

Aliás, fonte da coluna esclarece que a gratificação por acúmulo de funções na Justiça Federal decorre de simetria com o Ministério Público.

É que a perseguição à magistratura por meio de subsídios defasados passou a afugentar magistrados da carreira e a solução encontrada foi vincular a remuneração com o MP.

Resumo da ópera, segundo a fonte: quem quiser perseguir juiz vai comprar briga primeiro com o Ministério Público.

Expedita Ferreira Nunes, a única filha do cangaceiro Lampião com Maria Bonita, está processando o escritor Tiago Pavinatto por termos utilizados no livro "Da Silva: a grande fake news da esquerda".

        
O best-seller, que figura na lista de mais vendidos do País, busca desconstruir a aura de heroísmo que muitas vezes é atribuída ao legado de Virgulino Ferreira da Silva.

A filha de Lampião pede uma indenização de R$ 245 mil por conta do uso de expressões como "psicopata", "ladrão", "torturador", "golpista", "sequestrador" e "terrorista mercenário" para definir a índole do pai (leia notícia completa amanhã).