Prefeitura de Belém tenta engambelar, mas quebra a tradição do carnaval em Mosqueiro e Outeiro

Edital dos desfiles dá conta de que a intenção da prefeitura é oferecer “um carnaval diverso e sustentável” este ano, o que, além de não explicar, não justifica a medida impopular.

11/02/2025, 08:00
Prefeitura de Belém tenta engambelar, mas quebra a tradição do carnaval em Mosqueiro e Outeiro
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Prefeitura de Belém anunciou ontem que Mosqueiro e Outeiro não terão desfiles de blocos e escolas de samba no carnaval deste ano - informação que, publicada de forma sutil, quase sorrateira, afeta moradores e visitantes não apenas pela população local, mas também pela grande tradição que o carnaval representa nesses dois distritos. Pior para o prefeito Igor Normando, que para moradores de Mosqueiro e Outeiro virou personagem da música imortalizada por Dorival Caymmi “Quem não gosta de samba/Bom sujeito não é...

Decisão da prefeitura empurra para Belém escolas e blocos dos dois distritos, mas ignora os foliões que preferem o carnaval nos balneários da capital/Fotos: Divulgação-Arquivo.
A informação disfarçada publicada na Agência Belém, órgão oficial de notícias da prefeitura, dá ênfase à realização da festa na capital e em Icoaraci, onde os desfiles estão garantidos - como se em anos anteriores, com exceção do período da pandemia, tivesse sido diferente.

“Diverso e sustentável”

O edital que rege as regras do desfile no carnaval deste ano foi publicado ontem, segunda-feira, 10, pela Secretaria de Turismo e Cultura de Belém. Para Mosqueiro e Outeiro, o documento apresenta que, em 2025, a intenção da prefeitura é “oferecer à população um carnaval diverso e sustentável”, seja lá o que isso quer dizer, pois não está explícito no documento.

Ainda de acordo com o edital, as escolas de samba e blocos de Mosqueiro e Outeiro que desejarem se unir à programação oficial do Carnaval de Belém serão devidamente incorporadas à festa municipal. Ou seja, se quiserem desfilar, agremiações e blocos desses distritos terão que fazê-lo longe de casa, em Belém.

Dinheiro na folia

As inscrições para os desfiles e concursos oficiais do Carnaval 2025 seguem abertas até a próxima quinta-feira, 13, e o processo é todo online. Em 2025, o Carnaval contará com um investimento de R$ R$ 1.769.250,00 para a realização dos desfiles. O montante será distribuído entre as agremiações devidamente selecionadas pelo edital.

O resultado preliminar será divulgado no dia 16 de fevereiro. Neste ano, a Prefeitura de Belém irá premiar 30 escolas de samba, com destaques para desfiles que valorizem o Carnaval na Amazônia. É mais um evento que toma como mote a badalada COP30.

Bloco na rua

Mosqueiro e Outeiro, apesar dos protestos, com certeza não ficarão sem folia. Se a festa, pela mudança de investimento, será “diversa e sustentável” como propõe o edital da prefeitura, não se sabe. A única coisa certa mesmo é que, com ou sem dinheiro público, muita gente vai colocar o bloco na rua. Outeiro e Mosqueiro sabem bem como fazer isso.

Papo Reto

·Se perguntar a integrantes da bancada evangélica na Assembleia Legislativa sobre a aprovação da polêmica Lei 10.820/24, eles estão com a resposta na ponta da língua.

·Dirão que a tramitação do processo foi tão rápida que sequer tiveram tempo de ler a matéria. E juram sobre a Bíblia, como fizeram para se justificar aos fiéis.

·A “Folha de S. Paulo” aponta o governador Helder Barbalho (foto) e os ministros Renan Filho e Simone Tebet como eventuais candidatos a vice-presidente na chapa do presidente Lula da Silva em 2026.

·O Parque Porto Futuro, no Reduto, será o segundo espaço público em Belém a receber um ponto de hidratação da Cosanpa com água mineral de qualidade para os frequentadores. O primeiro a receber o serviço foi o Parque do Utinga.

·Aliás, o presidente da companhia, José Fernando Gomes Jr, pretende instalar o terceiro equipamento no Parque da Cidade, que será sede da COP30, em novembro.

·O executivo foi indicado para uma das diretorias da Agência Nacional da Mineração e deverá assumir após sabatina do Senado, em março.

·O novo presidente da Associação dos Municípios do Marajó, Clebinho Rodrigues, prefeito de Bagre e o secretário-executivo da entidade, Guto Gouvêa, devem apoiar a filiação do município de Limoeiro do Ajuru, aumentando para 18 os integrantes da entidade.

·A nova direção, que tem o prefeito de Salvaterra, Valentim Lucas, e o de Portel, Paulo Ferreira, como vice-presidentes, quer fazer da Associação uma entidade que atraia investimentos e desenvolvimentos para o Marajó. 

·Com ajuda da tecnologia - imagens de satélite -, o BNDES negou, nos últimos dois anos, R$ 728 milhões em empréstimos a quem tenha desmatado floresta.

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