ara quem pensa que na política de Ananindeua, segundo maior colégio eleitoral do Estado, na Região Metropolitana de Belém, tudo corre às mil maravilhas depois da reeleição do prefeito Daniel Santos com seus vultosos mais de 80% dos votos, está redondamente enganado. Logo após o primeiro turno das eleições, começou uma nova briga, desta vez nos bastidores, pela cobiçada cadeira de presidente da Câmara de Vereadores.
O principal embate está entre dois
nomes do mesmo partido: Fabrício Miranda e Nathalia Begot, ambos do Democracia
Cristã. O primeiro quer porque quer o cargo, alegando ter sido o mais votado; a
segunda cobra do prefeito Daniel Santos a fatura prometida ao marido, Rui
Begot, atual presidente da Casa, cujo mandato será encerrado em dezembro deste
ano.
Sem partido
Ocorre que Rui Begot, aliado de todas
as horas do prefeito, se tornou inelegível durante o processo eleitoral, quando
o seu então partido, o Solidariedade, teve o diretório municipal dissolvido por
decisão judicial. Para Begot, lançar a mulher dele à Câmara foi uma forma de
salvar uma vaga para chamar de sua.
Faturas chegando
Outro nome que cobra do prefeito o
mesmo posto é o vereador Braga, do PSB, reeleito apesar de seu envolvimento em
muitas polêmicas ao longo da campanha eleitoral. Segundo velha e boa fonte
da Coluna Olavo Dutra, o vereador argumenta nos bastidores que quer
a presidência da Câmara porque seria o justo, já que “abandonou o grupo
Barbalho para apoiar o prefeito Daniel Santos”.
A fala, dizem, vem do fato de que, na
abertura da janela de filiação partidária deste ano, o vereador, que tinha sido
eleito pelo MDB do governador Helder Barbalho, mudou-se de mala e cuia junto
com o PSB, partido do prefeito.
Correndo por fora
Mas, enquanto essa disputa mais
ostensiva segue, um nome corre discretamente por fora. Trata-se do vereador
Vanderray Lima, do PSDB-Cidadania, que, segundo os entendidos nos assuntos da
“República de Ananindeua”, seria hoje a pessoa de confiança de Daniel e,
principalmente, de Ed Wilson Dias, outro nome que o prefeito confia de olhos
fechados - foi o primeiro indicado para o cargo de vice-prefeito, mas acabou
eliminado da eleição no mesmo pacote de Rui Begot por ser filiado ao
Solidariedade.
Enredo de novela
Ao mesmo tempo, a indicação de
Vanderray para presidir a Câmara seria uma decisão polêmica, mas poderia
configurar bem a face que o prefeito Daniel Santos tem revelado nos últimos
tempos, de não ligar muito para a opinião alheia, mesmo que sejam seus aliados
- nessa fronteira, o caso do deputado estadual Erick Monteiro é o mais
emblemático.
Já combinou?
Por estratégia, Daniel poderia apoiar
a eleição de Vanderray, que seria a peça movida por Ed Wilson para atender as
demandas do prefeito na Câmara. Resta saber se essa estratégia já foi
“combinada com os russos”, uma vez que o mesmo Vanderray era uma das pessoas
mais próximas do deputado Erick Monteiro. Este, por sua vez, descontente com a
forma como Daniel Santos substituiu Ed Wilson na vaga de vice - sem ouvir
ninguém - agora resolveu fazer as pazes com o governo do Estado. O entendimento
do estrategista é de que, com a manobra de Vanderray para ser presidente, já
deve ter dito adeus a Erick,
Traído e magoado
A volta de Erick para o colo do
governador se deu após muito tempo de investimento do deputado na fidelidade ao
prefeito Daniel Santos. Em abril deste ano, por conta da busca e apreensão pelo
Ministério Público do Pará no hospital no qual a Justiça coloca o prefeito de
“sócio oculto”, Erick Monteiro deu as caras em defesa do prefeito e foi
praticamente o seu porta-voz junto à imprensa.
Erick também desistiu da candidatura
a prefeito de Capitão Poço, sua terra natal, e para onde devolveu seu domicílio
eleitoral este ano para ficar em Ananindeua dedicado à campanha de Daniel que,
com o imbróglio da vaga de vice, perdeu o apoio de Erick no meio da campanha do
primeiro turno. Aos mais chegados, o deputado garante que não mais apoiará a
candidatura de Daniel ao governo do Pará em 2026, e nem tão pouco a reeleição
da mulher do prefeito, a deputada federal Alessandra Haber, à Câmara Federal.
Papo Reto
· Agora, sim: a Secretaria de
Planejamento e Administração do Estado publicou nota com a seguinte correção: o
ponto facultativo do dia 28 de outubro, referente ao Recírio e ao Dia do
Servidor Público, foi transferido para o dia 1º de novembro. O Recírio é
imexível.
·Não é verdade que a presidente
do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora, Maria de Nazaré Gouveia dos
Santos (foto), cometeu a indelicadeza de não convidar o prefeito
Daniel Santos para a cerimônia de elevação da Comarca de Ananindeua à 3ª
Entrância.
· A solenidade, ocorrida
quinta-feira, 24, no fórum do município, teve a presença do governador Helder
Barbalho e do presidente da Assembleia Legislativa, Chicão Melo. Daniel estava em Santarém na ocasião.
· A CBF escolheu Belém para
sediar os preparativos da Seleção Brasileira de futebol nos dois últimos jogos
do ano pelas eliminatórias da Copa, contra Venezuela e Uruguai.
· Acredite, o Brasil ainda tem
1,2 mil focos de incêndio; o Maranhão acumula o maior número de queimadas.
· Cinco dos seis biomas
nacionais apresentaram alguma ocorrência de fogo, ficando a Amazônia em
primeiro e o Pantanal, na segunda colocação no infame ranking das
queimadas.
·Com as chuvas mostraram a
cara, a Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou bandeira amarela na
tarifa da energia no mês de novembro, baixando de R$ 7,877 para R$ 1,885 cada
100 quilowatts-hora consumidos.
· A Fiocruz aponta sinais de
queda na recente alta da covid-19 no País, mas quatro Estados - Espírito Santo,
Mato Grosso, Paraíba e Tocantins seguem com aumento de casos, sobretudo entre
idosos, crianças e adolescentes até 14 anos.
· Desde sexta-feira, a
credencial de estacionamento para idosos e pessoas com deficiência ganhou
versão digital, com a emissão via aplicativo da Carteira Digital de Trânsito.
· O acesso de 19,4 milhões de
brasileiros aos estacionamentos será facilitado através da placa do
veículo.