Servidores denunciam má gestão da previdência em Belém e gastos da prefeitura com rede privada

Precariedade do atendimento provoca choque entre servidores e funcionários do Instituto; vereadora Sílvia Letícia recorre ao MP.

17/05/2024 13:20

É grave a situação dos servidores públicos de Belém, os que atendem e os que são atendidos; todos perdem/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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ntidades ligadas ao Fórum de Servidores vêm denunciando há algum tempo a situação de “deterioração do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém”, o Ipamb, apontando suposta “má gestão” da prefeitura. As queixas incluem limites de consultas, falta e atrasos constantes de especialistas e um laboratório em condições precárias, o que obriga a prefeitura a despejar recursos em laboratórios privados. O pior de tudo é a falta de suporte do instituto aos profissionais, servidores e dependentes que, doentes e necessitados, não sabem a quem recorrer.


Um vídeo que circula nas redes sociais apresenta apenas a superfície de uma enorme negligência por parte da administração municipal, que confronta trabalhadores exaustos e servidores que pagam caro por assistência, com descontos regulares em contracheque.

 

Retrato falado

 

O vídeo mostra uma das situações frequentes observadas no Instituto: a servidora pública chegou à sede do Ipamb às 10 horas, quando foi marcada a consulta, e a médica, às 14 horas, supostamente saindo de outro plantão, o que ocorre porque a prefeitura não faz concursos para médicos, autoriza e paga excessos de plantões.

 

O servidor é obrigado a chegar às 5 horas da manhã para marcar consulta porque o sistema de marcação via WhatsApp não funciona. Depois de conseguir a consulta, o servidor aguarda o médico o tempo que Deus dá. Além de fome e tempo de espera, a prefeitura só aceita comparecimento por um período de justificativa no trabalho, que é o tempo da consulta; aquele tempo, desde às 5 horas da manhã, não é abonado. Todos perdem, enfim:

 

Caindo aos pedaços

 

A verdade é que a estrutura física do prédio está em péssimo estado. Outro prédio do Instituto, localizado na avenida Almirante Barroso, pegou fogo recentemente. Diante desta situação, quem ganha, e ganha muito, é a rede privada conveniada. O lucro é certo.


A caminho do MP

Informações encaminhadas pelo gabinete da vereadora Sílvia Letícia, do Psol (foto), em resposta à Coluna Olavo Dutra, dão conta de que as denúncias procedem, e são formuladas por servidores municipais, e corroboram a situação de sucateamento e de incompetência da gestão do Instituto. Silvia Letícia deve levar o caso à Ouvidoria do município e ao Ministério Público do Estado.

 

Universidade do Estado
mantém atividades
acadêmicas suspensas
e sem solução à vista

 

A Universidade do Estado do Pará, Uepa, continua com as atividades acadêmicas paralisadas.  Alguns cursos estão em "estado de greve", e todos em “estado grave”, segundo fontes da coluna na instituição.

 

Com algumas atividades e turmas funcionando, o comando de greve é mantido ativo e as reuniões com as secretarias do governo do Estado - não o governo - seguem. Reitoria é a de sempre:  sem dinheiro, sem poder de decisão, sem solução. O que se diz é que o governador do Estado não liga tanto para o problema, até porque a Universidade tem menos de 20 mil eleitores e, mesmo assim, potenciais eleitores, já que universitários, por definição, nada simpáticos ao poder constituído.

 

Calote institucional

 

Engrossando o caldo das reivindicações, o programa Forma Pará, mantido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, desde janeiro não paga os serviços da Universidade. Ou seja, sem pagamento de horas-aula nem diárias para os professores que viajam para levar o ensino superior - nos períodos de férias escolares - não há ensino que funcione.

 

De igual para igual


A reclamação principal, o chamado motor da paralisação: professores da Universidade exigem a equiparação da base salarial à remuneração paga pelo Estado aos professores da Secretaria de Educação.




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