ntidades ligadas ao Fórum de
Servidores vêm denunciando há algum tempo a situação de “deterioração do
Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém”, o Ipamb,
apontando suposta “má gestão” da prefeitura. As queixas incluem limites de
consultas, falta e atrasos constantes de especialistas e um laboratório em
condições precárias, o que obriga a prefeitura a despejar recursos em laboratórios
privados. O pior de tudo é a falta de suporte do instituto aos profissionais,
servidores e dependentes que, doentes e necessitados, não sabem a quem
recorrer.
Um vídeo que circula nas redes sociais apresenta apenas a superfície de uma
enorme negligência por parte da administração municipal, que confronta
trabalhadores exaustos e servidores que pagam caro por assistência, com
descontos regulares em contracheque.
Retrato falado
O vídeo mostra uma das situações
frequentes observadas no Instituto: a servidora pública chegou à sede do Ipamb
às 10 horas, quando foi marcada a consulta, e a médica, às 14 horas,
supostamente saindo de outro plantão, o que ocorre porque a prefeitura não faz
concursos para médicos, autoriza e paga excessos de plantões.
O servidor é obrigado a chegar às 5
horas da manhã para marcar consulta porque o sistema de marcação via WhatsApp
não funciona. Depois de conseguir a consulta, o servidor aguarda o médico o
tempo que Deus dá. Além de fome e tempo de espera, a prefeitura só aceita
comparecimento por um período de justificativa no trabalho, que é o tempo da
consulta; aquele tempo, desde às 5 horas da manhã, não é abonado. Todos perdem,
enfim:
Caindo aos pedaços
A verdade é que a estrutura física do
prédio está em péssimo estado. Outro prédio do Instituto, localizado na avenida
Almirante Barroso, pegou fogo recentemente. Diante desta situação, quem ganha,
e ganha muito, é a rede privada conveniada. O lucro é certo.
A caminho do MP
Informações encaminhadas pelo
gabinete da vereadora Sílvia Letícia, do Psol (foto), em resposta
à Coluna Olavo Dutra, dão conta de que as denúncias procedem, e são
formuladas por servidores municipais, e corroboram a situação de sucateamento e
de incompetência da gestão do Instituto. Silvia Letícia deve levar o caso à
Ouvidoria do município e ao Ministério Público do Estado.
Universidade do Estado
mantém
atividades
acadêmicas suspensas
e sem
solução à vista
A Universidade do Estado do Pará,
Uepa, continua com as atividades acadêmicas paralisadas. Alguns cursos
estão em "estado de greve", e todos em “estado grave”, segundo fontes
da coluna na instituição.
Com algumas atividades e turmas
funcionando, o comando de greve é mantido ativo e as reuniões com as
secretarias do governo do Estado - não o governo - seguem. Reitoria é a de
sempre: sem dinheiro, sem poder de decisão, sem solução. O que se diz é
que o governador do Estado não liga tanto para o problema, até porque a
Universidade tem menos de 20 mil eleitores e, mesmo assim, potenciais
eleitores, já que universitários, por definição, nada simpáticos ao poder constituído.
Calote institucional
Engrossando o caldo das
reivindicações, o programa Forma Pará, mantido pela Secretaria de Ciência e
Tecnologia, desde janeiro não paga os serviços da Universidade. Ou seja, sem
pagamento de horas-aula nem diárias para os professores que viajam para levar o
ensino superior - nos períodos de férias escolares - não há ensino que
funcione.
De igual para igual
A reclamação principal, o chamado motor da paralisação: professores da Universidade exigem a equiparação da base salarial à remuneração paga pelo Estado aos professores da Secretaria de Educação.