enúncias
encaminhadas à coluna apontam a flagrante invasão do conhecido Monumento
Natural Atalaia, o Mona, em Salinópolis, região nordeste do Pará. Trata-se de
uma reserva ambiental - área teoricamente protegida, portanto -, e estaria
ocorrendo há mais de ano.
A
irregularidade da instalação de residências - algumas de alto padrão - em área
de preservação ambiental teria o carimbo do Instituto de Desenvolvimento
Florestal e da Biodiversidade do Estado (Ideflor-Bio), da Superintendência do
Patrimônio da União (SPU) e da própria prefeitura do município. O Mona é uma
área rica em flora e fauna, com destaque para animais marinhos como tartarugas
e diversas espécies da fauna. O Ideflor-Bio, órgão do Estado sob controle do
grupo político comandado pelo do ex-deputado Nilson Pinto, do PSDB.
“Ponta da Sofia” dominada
Fotos e vídeos recebidos pela coluna apontam a intensa e já estruturada especulação imobiliária dentro da unidade de conservação criada e protegida pelo Decreto nº 2077, de maio de 2018. É notório o movimento nas construções. De origem duvidosa, peças de madeira nobre são comercializadas facilmente na área conhecida como “Ponta da Sofia”, situada à direita de quem acessa a Praia do Atalaia.
Quem liberou, afinal?
A
Unidade de Conservação protege uma área de 256,58 hectares, contendo sítios
naturais raros, singulares e de grande beleza. Pela quantidade de residências
já instaladas na área do Mona especula-se que a ocupação é de conhecimento dos
órgãos em suas respectivas esferas. Resta saber quem liberou as construções, e
quem autorizou a ligação da rede elétrica e o fornecimento de água na área
invadida?
Os donos da praia
A
intensa especulação imobiliária neste recorte da Praia do Atalaia contaria com
o envolvimento de “gente graúda”, segundo observadores da movimentação. Na
lista de supostos proprietários de imóveis construídos ou em construção na área
estariam, inclusive, segundo as fontes da coluna, deputados, entre eles um
federal ligado à Igreja Evangélica, além de policiais, juízes e empresários. A
desordem da construção é grande, com uma mistura de bangalôs e pequenos
casebres, quando não apenas um quadrado em madeira, de modo que todos abocanham
seu metro quadrado.
Bairro e denúncia fiscal
Nesta
semana, conselheiros com assento no Mona estiveram na área e viram a invasão in
loco. Marwan Salman e Walmir Seabra alertam sobre o suposto crime
ambiental. "A ‘Ponta da Sofia’, na reserva, está sendo o refúgio de
deputados federais e estaduais, funcionários públicos influentes, e empresários
gananciosos que deveriam ser os zeladores do patrimônio ambiental público”,
denuncia um trecho da mensagem encaminhada à coluna através de aplicativo de
mensagem.
“Isso
aqui já virou um bairro. Não tem mais como retirar esse pessoal”, alerta
Seabra, acrescentando que “Vai dar muito trabalho, desde que o órgão tenha
competência para fazer...”, referindo-se ao Ideflor-Bio. “Fiquei assustado com
o que vi”, arrematou.
Favores e rigores da lei
O
engenheiro Adaías Gonçalves, que presta consultoria em Salinópolis, reforça a
crítica sobre a invasão e aponta a “omissão do poder público municipal” em
relação ao avanço das construções irregulares. “Quando a gente vai tentar
aprovar qualquer projeto de construção civil é uma burocracia imensa. O
empresário de Salinópolis hoje passa por uma situação constrangedora: quando
tenta, de alguma forma, fazer o seu negócio andar, a própria administração
pública coloca empecilhos”, reclama o consultor.
A
coluna aguarda posicionamentos do Ideflor-Bio, SPU e Prefeitura de Salinas,
além da concessionária de energia elétrica e do Ministério Público do Estado do
Pará, que não se manifestaram até o encerramento desta edição.
Papo Reto
Dizem
que a gestão do prefeito Nélio Aguiar, em Santarém (foto),
conseguiu praticamente esvaziar o comércio tradicional da cidade com a
implantação de uma chamada Zona Azul de estacionamentos.
O
resultado tem sido catastrófico para os comerciantes a ponto de alguns,
inclusive, começarem a demitir pessoal.
Enquanto
isso, a prefeitura de Nélio arrecada, o que provoca uma corrida de credores
tentando receber por serviços prestados ou venda de produtos ao município.
Pelo
andar da carruagem, Nélio Aguiar deve “empurrar” as dívidas pendentes para o
próximo gestor, seja lá quem for, já que não pode concorrer a um terceiro
mandato.
Uma
bolada de R$ 1.965.835.809,52 referente ao segundo decêndio de janeiro cai hoje
nas contas das prefeituras do País.
É o
Fundo de Participação dos Municípios que, no pagamento do primeiro decênio
irrigou os cofres municipais de maneira mais generosa, por assim dizer: R$ 5,8
bilhões.
O El
Niño e as altas temperaturas favorecem a disparada de casos de dengue, já que
“o Aedes aegypti se reproduz mais rápido e vive mais quanto
mais elevada é a temperatura", alerta o infectologista Antônio Carlos
Bandeira.
O
Tribunal de Contas da União (TCU) avalizou o governo seguir renovando as
concessões de distribuidoras de energia.
O
número de usuários de planos de saúde passou de 51 milhões, ano passado, sendo
que a faixa etária de 45 a 49 anos foi a que apresentou crescimento mais
expressivo, com 240.716 novos beneficiários, segundo levantamento da Agência
Nacional de Saúde Suplementar.