altando menos de 15 dias para o fechamento da chamada “janela partidária”, prazo para troca de partidos que neste ano termina no dia 5 de abril, o clima nos bastidores da política ferve. No Pará, não é diferente. Com uma disputa visivelmente mais acirrada em torno dos nomes para os maiores colégios eleitorais, em Belém, com a decisão favorável da Justiça, o deputado federal Eder Mauro poderá concorrer, mas o delegado continua calado sobre o tema “confirmação”.
Bloco dos preteridos
Não faz muito tempo, para
quem não lembra, José Priante também foi preterido por Helder, de forma
oficiosa, nas últimas eleições municipais, em 2020, quando o governador colocou
seu exército de DAS no governo a serviço da eleição de Edmilson Rodrigues. Deu
no que deu.
Agora, Priante é o líder do
bloco dos insatisfeitos do MDB, com adesão inclusive do presidente da Câmara, o
vereador John Wayne (foto acima). Juntos com Zeca Pirão, eles foram
as ausências mais notadas no evento em que o governador Helder Barbalho lançou,
no último dia 15, o secretário Igor Normando.
Situação vexatória
A grande novidade nisso
tudo é a situação inusitada do deputado Zeca Pirão, nome que melhor pontua em
todas as pesquisas - internas e externas, no MDB. Agora, afastado de uma
candidatura pelo seu partido, Pirão precisa deixar o MDB se quiser ser candidato,
o que representa um angu de caroço.
A decisão de deixar o
partido não é fácil. A começar pela própria legislação. A assessoria jurídica
da coluna lembra que a janela partidária deste ano, ao pé da letra da Lei Nº
9.096/95, a Lei dos Partidos Políticos, reza que a troca de legenda, iniciada em
7 de março último, segue até 5 de abril, mas somente para os cargos em
concorrência no pleito. Na prática, significa que, como em 2024 somente os
mandatos de vereador são os que estão prestes a terminar, a norma legal vale
apenas para quem ocupa essa função atualmente.
Trocando em miúdos, isso
quer dizer que, neste ano, somente vereadoras - e vereadores - eleitos em 2020
são beneficiados com essa janela para mudar de partido e concorrer à reeleição
ou às prefeituras dos seus municípios sem correr o risco de perder o mandato.
Deputadas - e deputados -
que foram eleitos em 2022, como é o caso de Zeca Pirão, por exemplo, só poderão
usufruir da regra em 2026, ano em que ocorrerão as próximas eleições gerais.
Mas isso é pelos caminhos normais. Há também o caminho judicial, que a
assessoria jurídica da coluna acredita estar em pouco tempo para que Pirão use,
mas é possível.
Só pela via judicial
Aliás, foi esse caminho que
seguiu o deputado estadual Thiago Araújo para deixar o Cidadania, alegando
perseguição interna que tornou sua permanência insustentável no partido,
argumento acatado na última segunda-feira, 18, pelo juiz federal Airton
Portela, que concedeu a decisão liminar em tutela antecipada, sem a perda do
mandato.
Essa é uma das brechas que
a lei dá para algumas situações que permitem a mudança de legenda com base em
justa causa, como o desvio do programa partidário, ou grave discriminação
pessoal. Pirão, segundo a assessoria jurídica da coluna, poderia usar alegação
parecida, tendo sido fortemente discriminado em seu partido, em detrimento de
uma nova filiação, como a de Igor Normando, que nas poucas pesquisas já
publicadas com autorização da Justiça Eleitoral pontuava muito atrás de Pirão.
“Quo vadis”, Zeca Pirão?
Fora essas alegações, que
poderiam ser acatadas na Justiça, Pirão, se quiser trocar de partido agora, vai
sozinho e deixa o mandato para o MDB. Sabendo disso, aliás, ele teria dito a
fontes confiáveis que, se não conseguir dar esse passo e ser candidato a
prefeito de Belém, é certo que não apoiará o candidato do MDB. Seu apoio,
segundo a fonte, já está decretado ao deputado Thiago Araújo.
Nesse caso, com todo o
respeito, o sangue também fala mais alto.
Papo Reto
A gestão do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (foto),
está devidamente “reabilitada”, a julgar pelas páginas do jornal “O Liberal”.
No “Diário”, porém, o santo é de barro.
Coincidência ou discriminação? Parece uma coisa, mas,
apesar de pagarem tarifas absolutamente insanas, muitas vezes bem maiores do
que de alguns trechos internacionais, passageiros da Gol que demandam Belém são
submetidos aos desconfortáveis embarques a céu aberto, na base da canelada,
principalmente em Brasília, Guarulhos e Rio.
Sem nenhum grunido das universidades públicas, Ongs,
muito menos dos chamados movimentos sociais, o governo bloqueou R$ 2,9 bilhões
do orçamento federal para cumprimento de meta fiscal.
Motoristas das categorias C, D e E têm só até 31 deste
mês para se submeter a exame toxicológico, sob pena de incorrer em infração
gravíssima - multa de R$ 1.467,35 -, além da perda de sete pontos na carteira,
avisa a Secretaria Nacional de Trânsito.
O Brasil chegou a mais de dois milhões de casos de
dengue, com 682 desses tendo resultado em morte. Pior: o número de mortes pode
aumentar substancialmente porque ainda existem 1.042 óbitos em
investigação.
O fortalecimento das ações ostensivas e repressivas,
aliado ao investimento em novas tecnologias, vêm garantindo a redução dos
crimes de furto e roubo de veículos no Pará.
Os dados estão no Mapa da Segurança Pública, divulgado
pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O Pará é o terceiro Estado que mais reduziu a taxa dos
crimes de furto e o oitavo nos indicadores de roubos de veículos com base na
taxa do número de ocorrências por 100 mil veículos. Os dados são referentes ao
comparativo de 2023 com o ano de 2022.
De acordo com a publicação, o Pará registrou em números
absolutos, de janeiro a dezembro de 2023, 2.619 furtos de veículos, o que
constata uma redução de 23,87% em comparação ao mesmo período de 2022, quando
houve 3.440 ocorrências do mesmo delito.
A taxa por 100 mil veículos de 2023 ficou em 99,69, a
sexta menor do País, superando a taxa nacional que chegou a 184,797.