Justiça serve “tacacá com colher” e suspende show de meio milhão de Joelma em Cametá

Este réveillon não será igual aqueles que passaram para o prefeito Victor Cassiano, do MDB; a gastança prevista não tira serviços de saúde da UTI.

28/12/2024, 08:00
Justiça serve “tacacá com colher” e suspende show de meio milhão de Joelma em Cametá
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ue tal o réveillon de Cametá? Boa pedida, só que Joelma não vai. O show da cantora foi suspenso por uma decisão judicial dado o valor astronômico do cachê: meio milhão de reais. Por metade desse valor o juiz Marcos Alves de Andrade também suspendeu a apresentação que a cantora faria na cidade mineira de Barbacena, no último dia 19, atendendo à Ação Civil Pública 5014553-19.2024.8.13.0056. É muita goma para um tacacá.


MP aponta disparidade entre o que o prefeito Victor Cassiano alega - dificuldades financeiras e estado de emergência - e os gastos, que iriam a mais de R$ 750 mil/Fotos: Divulgação.

O Ministério Público do Estado levantou suspeitas quanto ao valor apresentado para o show em Cametá. O órgão teve acesso a outros cachês pagos a Joelma em shows da mesma turnê e com o mesmo tempo de apresentação, uma hora e meia. De acordo com o MP, no dia 28 junho deste ano, Joelma se apresentou por R$ 400 mil no município de Dias D’Ávila, na Bahia. Também em junho deste ano, cobrou cachê de R$ 350 mil para se apresentar na vaquejada de Juazeiro do Norte, no Ceará.


Perdulário reincidente

No caso de Cametá, a falta de bom senso do prefeito Victor Cassiano, do MDB, é recorrente. Em julho do ano passado, a Justiça também suspendeu um Festival de Verão no qual a prefeitura gastaria R$ 1,5 milhão para três dias de programação. Entre as atrações estavam Pabllo Vittar, Toni Garrido e Durval Lelys, ex-vocalista do grupo Asa de Águia.


Os argumentos do Ministério Público para barrar o show de Joelma são os mesmos do ano passado, já que as ações civis públicas que cobram melhorias nos serviços oferecidos pela gestão também são as mesmas.

 

Nada foi melhorado desde que o prefeito teve o primeiro embate com a Justiça por conta da política de ‘pão e circo’ que insiste em fazer.


Salmo segundo Mateus

Entre essas necessidades, estão a reforma e estruturação do Caps de Cametá, incluindo contratação de médico psiquiatra (Processo 0801780- 02.2024.8.14.0012);, a reforma e restruturação da Casa Azul para atendimento de paciente neuroatípicos, incluindo contratação de profissionais especializados (Processo 0800930-45.2024.8.14.0012) e medidas para dar adequado tratamento aos resíduos sólidos na cidade (Processos 0002080- 85.2010.8.14.0012, 0802914- 40.2019.8.14.0012, 0800264-76.2024.8.14.0012 e 0802064- 10.2024.8.14.0012).


“Estado de emergência”

Outro argumento levantado pelos promotores de Justiça é a disparidade entre o que alega de dificuldades financeiras a Prefeitura de Cametá, que emitiu, inclusive, decreto de “estado de emergência” por conta da estiagem mês passado, e o que se propõe a gastar com um show desse porte. O Decreto 236/2024, publicado no DOE de 21/11/2024, Edição 338, inclusive, aumentou para nível II os danos provocados pela estiagem, o que justificou o pedido de novos recursos do governo federal. Vale ressaltar que as chuvas já chegaram por lá também.


Tacacá, tucupi e camarão

Os gastos com o show de Joelma, ainda de acordo com o MP, sairiam, ao final, pela bagatela aproximada de R$ 750 mil, já que um outro valor precisaria ser pago à empresa J. Music Editora e Produções Artísticas Ltda. para viabilizar a estrutura, transporte e estadia dos músicos e da equipe que acompanha a cantora, além do que seria gasto para montar toda infraestrutura necessária para a realização do evento, como palco, som e luz. A multa em caso de descumprimento da decisão é de R$ 250 mil.

 

Boa lembrança, excelência

 

Ao final da decisão, só para constar, o juiz do feito “arredondou” a sentença”. Veja: “Registre-se, por necessário, que esta decisão não tem por escopo subtrair do povo cametaense o direito ao entretenimento e à diversão, mormente em data tão significativa, que o Poder Público também tem o dever de lhe proporcionar, porém, sem causar grave lesão ao erário”. Deve-se frisar “a possibilidade de o evento poder ser realizado com o desembolso de montante menor e ajustado a atual realidade do município, inclusive ampliando a participação de artistas locais, pois, notoriamente, Cametá é um celeiro de grandes talentos, com destaque na área musical”, encerra o juiz José Matias Santana Dias, Titular da 2ª Vara. 

 

Papo Reto

 

· No último dia do ano e de gestão, o prefeito Guto Gouveia (foto) mandará o tradicional réveillon de Soure no Parque de Exposições e não na Praia do Pesqueiro, que sofreu danos naturais com montes de areia invadindo o espaço das barracas.

 

· As Empresas Henvil de Navegação, que faz a travessia do Marajó de ferry-boat, e a Master Motors, que utiliza lanchas rápidas para Soure e Salvaterra, duplicaram o número de viagens para o Natal e Ano Novo, atendendo a grande demanda de turistas.

 

· O será que será que as vans e microônibus que transportam passageiros para o interior do Pará buscam esconder ao transitarem com seus vidros peliculados?

 

· Quem conhece do riscado jura de pés juntos que não se trata apenas de “esconder” o excesso ou dar proteção aos passageiros. Com a palavra, a PRF.

 

· A produção global de alimentos aquáticos cultivados ultrapassou, pela primeira vez na história, a captura de peixes selvagens, diz relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

 

· O principal motor desse crescimento foi a aquicultura, que já representa 51% da produção global de animais aquáticos.

 

· Apesar do avanço, a FAO alerta para a gestão insuficiente dos estoques pesqueiros selvagens, o que ameaça o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade do setor. 

 

· Os casos ocorridos em São Paulo nas últimas semanas mostram que os policiais usam de ardil para descarregar a bateria ou desligar o equipamento sempre que os confrontos se tornam diretos.


· Aliás, a cabeça do secretário de Segurança, Guilherme Derrite, está para rolar.

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