ue tal o réveillon de Cametá? Boa pedida, só que Joelma não vai. O show da cantora foi suspenso por uma decisão judicial dado o valor astronômico do cachê: meio milhão de reais. Por metade desse valor o juiz Marcos Alves de Andrade também suspendeu a apresentação que a cantora faria na cidade mineira de Barbacena, no último dia 19, atendendo à Ação Civil Pública 5014553-19.2024.8.13.0056. É muita goma para um tacacá.
O
Ministério Público do Estado levantou suspeitas quanto ao valor apresentado
para o show em Cametá. O órgão teve acesso a outros cachês pagos a Joelma em
shows da mesma turnê e com o mesmo tempo de apresentação, uma hora e meia. De
acordo com o MP, no dia 28 junho deste ano, Joelma se apresentou por R$ 400 mil
no município de Dias D’Ávila, na Bahia. Também em junho deste ano, cobrou cachê
de R$ 350 mil para se apresentar na vaquejada de Juazeiro do Norte, no Ceará.
Perdulário reincidente
No caso de
Cametá, a falta de bom senso do prefeito Victor Cassiano, do MDB, é recorrente.
Em julho do ano passado, a Justiça também suspendeu um Festival de Verão no
qual a prefeitura gastaria R$ 1,5 milhão para três dias de programação. Entre
as atrações estavam Pabllo Vittar, Toni Garrido e Durval Lelys,
ex-vocalista do grupo Asa de Águia.
Os
argumentos do Ministério Público para barrar o show de Joelma são os mesmos do
ano passado, já que as ações civis públicas que cobram melhorias nos serviços
oferecidos pela gestão também são as mesmas.
Nada foi melhorado desde que o prefeito
teve o primeiro embate com a Justiça por conta da política de ‘pão e circo’ que
insiste em fazer.
Salmo segundo Mateus
Entre
essas necessidades, estão a reforma e estruturação do Caps de Cametá, incluindo
contratação de médico psiquiatra (Processo 0801780- 02.2024.8.14.0012);, a
reforma e restruturação da Casa Azul para atendimento de paciente
neuroatípicos, incluindo contratação de profissionais especializados (Processo
0800930-45.2024.8.14.0012) e medidas para dar adequado tratamento aos resíduos
sólidos na cidade (Processos 0002080- 85.2010.8.14.0012, 0802914-
40.2019.8.14.0012, 0800264-76.2024.8.14.0012 e 0802064- 10.2024.8.14.0012).
“Estado de emergência”
Outro argumento levantado pelos
promotores de Justiça é a disparidade entre o que alega de dificuldades
financeiras a Prefeitura de Cametá, que emitiu, inclusive, decreto de “estado
de emergência” por conta da estiagem mês passado, e o que se propõe a gastar
com um show desse porte. O Decreto 236/2024, publicado no DOE de 21/11/2024,
Edição 338, inclusive, aumentou para nível II os danos provocados pela
estiagem, o que justificou o pedido de novos recursos do governo federal. Vale
ressaltar que as chuvas já chegaram por lá também.
Tacacá, tucupi e camarão
Os gastos
com o show de Joelma, ainda de acordo com o MP, sairiam, ao final, pela bagatela
aproximada de R$ 750 mil, já que um outro valor precisaria ser pago à empresa
J. Music Editora e Produções Artísticas Ltda. para viabilizar a estrutura,
transporte e estadia dos músicos e da equipe que acompanha a cantora, além do
que seria gasto para montar toda infraestrutura necessária para a realização do
evento, como palco, som e luz. A multa em caso de descumprimento da decisão é
de R$ 250 mil.
Boa lembrança, excelência
Ao final da decisão, só para constar, o
juiz do feito “arredondou” a sentença”. Veja: “Registre-se, por necessário, que
esta decisão não tem por escopo subtrair do povo cametaense o direito ao
entretenimento e à diversão, mormente em data tão significativa, que o Poder
Público também tem o dever de lhe proporcionar, porém, sem causar grave lesão
ao erário”. Deve-se frisar “a possibilidade de o evento poder ser realizado com
o desembolso de montante menor e ajustado a atual realidade do município,
inclusive ampliando a participação de artistas locais, pois, notoriamente,
Cametá é um celeiro de grandes talentos, com destaque na área musical”, encerra
o juiz José Matias Santana Dias, Titular da 2ª Vara.
Papo Reto
· No último dia do ano e de
gestão, o prefeito Guto Gouveia (foto) mandará o tradicional
réveillon de Soure no Parque de Exposições e não na Praia do Pesqueiro, que
sofreu danos naturais com montes de areia invadindo o espaço das barracas.
· As Empresas Henvil de
Navegação, que faz a travessia do Marajó de ferry-boat, e a Master
Motors, que utiliza lanchas rápidas para Soure e Salvaterra, duplicaram o
número de viagens para o Natal e Ano Novo, atendendo a grande demanda de
turistas.
· O será que será que as vans e
microônibus que transportam passageiros para o interior do Pará buscam esconder
ao transitarem com seus vidros peliculados?
· Quem conhece do riscado jura de
pés juntos que não se trata apenas de “esconder” o excesso ou dar proteção aos
passageiros. Com a palavra, a PRF.
· A produção global de
alimentos aquáticos cultivados ultrapassou, pela primeira vez na história, a
captura de peixes selvagens, diz relatório da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
· O principal motor desse
crescimento foi a aquicultura, que já representa 51% da produção global de
animais aquáticos.
· Apesar do avanço, a FAO
alerta para a gestão insuficiente dos estoques pesqueiros selvagens, o que
ameaça o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade do setor.
· Os casos ocorridos em São
Paulo nas últimas semanas mostram que os policiais usam de ardil para
descarregar a bateria ou desligar o equipamento sempre que os confrontos se
tornam diretos.
· Aliás, a cabeça do secretário
de Segurança, Guilherme Derrite, está para rolar.