omo nas rodas de ciranda - que diziam mais ou menos assim: “O anel que tu me deste/Era vidro e se quebrou/O amor que tu me tinhas/Era pouco e se acabou” -, o governador Helder Barbalho bateu o martelo sobre a candidatura à Prefeitura de Belém. E a opção é pelo novo. No português claro, nem Pirão, nem Priante, ambos do MDB, e muito menos Edmilson Rodrigues, do Psol, que antecipou escolhas e posições e, em tese, levou o governador a renegociar um acordo com Lula.
Tudo aponta - absolutamente tudo -
que nesta sexta-feira, data em que se filiará, o MDB deve sinalizar que irá
disputar a sucessão do prefeito Edmilson Rodrigues com o deputado estadual
licenciado e atual secretário de Cidadania Igor Normando, confirmando todas as
informações publicadas pela Coluna Olavo Dutra. “O governador
avalia todos os cenários”, diz fonte da coluna em resposta à pergunta sobre o
desempenho de Igor Normando nas pesquisas eleitorais.
Números da pesquisa
Uma das últimas pesquisas registrada
no Tribunal Regional Eleitoral pela Doxa, em Belém - PA-08984/2024 -, aponta a
liderança do deputado estadual Zeca Pirão, seguido do federal Eder Mauro,
Edmilson Rodrigues, Everaldo Eguchi e do deputado estadual Thiago Araújo. O
levantamento com respostas espontâneas mostra três pré-candidatos tecnicamente
empatados em primeiro lugar - Zeca Pirão, 6,6%; Eder Mauro, 6,3%; Edmilson
Rodrigues, 6,1%, seguidos do bloco liderado por Everaldo Eguchi, 3,4%; Thiago
Araújo, 2,2%; e só então Igor Normando, com 1,1%, quadro que não assusta o
governador.
Peso por peso...
“Para quem ‘carregou’ Beto Faro a
ponto de elegê-lo senador contra todas as possibilidades, Igor Normando é uma
‘pena’”, avalia a fonte da coluna, para quem a opção de Helder se baseia na
renovação, daí ter descartado nomes como Zeca Pirão e José Priante, cinco vezes
candidato à Prefeitura de Belém, e o próprio senador Beto Faro, que nunca foi
cogitado para concorrer ao cargo, mas se insinuou por vias oblíquas.
Velas para Lula
O que não se sabe, porém, é quantas
velas o governador Helder Barbalho acendeu para Lula para, aparentemente, se
desvencilhar do compromisso de apoiar a reeleição de Edmilson Rodrigues e
apostar em candidato próprio. Afinal, havia um acordo, que, contornado, implica
deixar o alcaide por conta próprio ou, na melhor das hipóteses, emprestar-lhe
apoio indireto para conter uma eventual investida do candidato bolsonarista
Eder Mauro, que aparece bem situado nas pesquisas, embora ainda não tenha
colocado a cara na janela como tal - restando dúvida inclusive sobre seu
interesse na disputa.
Nem pintado de ouro
Segundo fontes do Palácio do governo,
Helder chegou ao ponto de não querer ver Edmilson Rodrigues nem pintado de ouro
como candidato, mas isso só o tempo dirá, ou até que o Palácio do Planalto
emita sinais de fumaça sinalizando os humores de Lula e dos caciques nacionais
do PT, que já se manifestaram fechados com a reeleição de Edmilson Rodrigues.
Para o prefeito de Belém e para a
esquerda no Pará, resta a cantiga de roda “O amor que tu me tinhas/Era pouco e
se acabou”, mas que a ruptura estava anunciada, estava.
Papo Reto
Dia 13 de fevereiro fez um ano que o
governo do Estado assinou a ordem de serviço para construção do Terminal
Turístico de Icoaraci.
Depois de doze meses, menos de 3% de
obra saíram do papel e a Região Metropolitana de Belém conta os 15 meses que
faltam para a COP 30 na incerteza se essa e outras obras estarão concluídas a
tempo.
O valor do contrato da obra é de R$ 9
milhões, R$ 4 milhões provenientes de emenda do deputado José Priante e R$ 5
milhões do Estado.
De um leitor atento da coluna: “Aqui
na filosofia paraense, adote um rio na sua rua, já que sobreviver é a
palavra de ordem. É tanta chuva que me sinto subaquático na rain
forest”. Faz sentido.
A Comissão de Segurança da Câmara
ficou de decidir ontem a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública,
Ricardo Lewandowski (foto), para explicar as ações da pasta diante das inéditas fugas
de bandidos "carimbados" do presídio federal de Mossoró e também
sobre as medidas de combate ao tráfico.
É tamanha a sintonia entre o governo
federal e parlamentares que a União precisou recorrer à anulação de dotações
orçamentárias - que dispensa a aprovação do Legislativo - para garantir o
remanejamento de R$ 32,4 bilhões e financiar crédito suplementar para Estados e
municípios.
O Brasil acumula quase mil mortes por
dengue em investigação. Minas Gerais lidera em número absoluto de casos
prováveis de dengue (464.223) entre os Estados; em seguida, estão São Paulo
(238.993), Paraná (128.247) e o Distrito Federal (122.348).
Aliás, subiu para 391 o número de
mortos por dengue no Brasil. Os casos prováveis da doença superam 1,5 milhão.
Almoço inflado: azeite, peixe e
chocolate da Páscoa estão até 41% mais caros este ano, diz estudo.