Mega da Virada: o que fazer com prêmio estimado em R$ 570 milhões, o maior da história da loteria?

É tanto dinheiro que até o mercado nacional, onde poucas empresas são avaliadas com valor acima de R$ 900 milhões, teria dificuldade de operar a premiação, explica especialista.

28/12/2023, 08:00
Mega da Virada: o que fazer com prêmio estimado em R$ 570 milhões, o maior da história da loteria?
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concurso especial 2670 da Mega-Sena, a Mega da Virada, será sorteado, tradicionalmente, no dia 31 de dezembro. De acordo com a Caixa Econômica Federal, o prêmio deste ano será o maior de toda a história do concurso, pagando até 570 milhões ao felizardo ou felizardos que acertarem o bilhete premiado. 


Em 2018, com prêmio acumulado em R$ 306 milhões, 17 apostas premiaram Belém, e dividiram o prêmio à base de R$ 18 milhões para cada uma/Fotos: Divulgação-Arquivo.

Segundo a Caixa Econômica Federal, as chances de acertar os números da Mega da Virada com uma aposta simples de R$5 é de 1 em 50.063.860, o número de possíveis combinações de seis números, considerando os 60 disponíveis, é de mais de 50 milhões.

 

Ainda assim, quem receber “uma parte” da bolada terá a grande probabilidade de não saber ao certo o que fazer com toda a quantia em mãos. Segundo a 5ª edição do Raio X do Investidor, feito pela Anbima, cerca de 72% dos brasileiros não conhecem nenhum tipo de investimento. Esse dado revela a dificuldade do brasileiro em gerir grandes quantias de dinheiro.


 “Com esse patamar de recursos, o objetivo principal deixa de ser a rentabilidade, não que deixe de ser importante, mas ficaria em segundo plano. O principal objetivo é a proteção, tanto de eventos adversos, como movimentos bruscos da economia, por exemplo, uma aceleração muito grande da inflação. O principal instrumento para buscar essa proteção passa pela diversificação, não somente em classes de ativos, mas também de forma geográfica, alocando recursos de forma global”, diz Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.




Opções de investimento

 

Levando em consideração a taxa Selic atual, em 11,75%, a bagatela de R$570 milhões renderia, aplicado durante um mês na poupança, aproximadamente R$ 2,85 milhões. Já aplicado em um título atrelado à Selic com 100% CDI, ao final de um mês, teria uma rentabilidade bruta de quase R$5,3 milhões.

“Seria uma espécie de futurologia cravar qual renda fixa teria a maior rentabilidade, pois os dois componentes principais, inflação e a Selic variam com o tempo. Porém, admitindo a inflação e câmbio com certa estabilidade por um período razoável de tempo, os investimentos com taxas pré-fixadas são uma opção interessante para superar a inflação e a Selic, no médio e longo prazo”, comenta.

 

Nem mercado suportaria

A classe “fundos de investimentos” é muito ampla e engloba uma infinidade de estratégias, tanto vencedoras quanto perdedoras; para o curto ou longo prazo. Fundos de investimentos devem ser uma opção de investimentos considerada pelo vencedor ou ainda os vencedores da Mega da Virada.

“Com esse montante de dinheiro, existe até mesmo a possibilidade de criar um fundo de investimentos exclusivo, em que, basicamente, a estratégia do fundo será 100% focada nos interesses do ganhador do prêmio”, declara.

Quando se trata de fundos imobiliários, nas condições médias, é possível obter uma rentabilidade de R$4,78 milhões por mês, livre de IR na conta. Contudo, dado o valor total, o mercado nacional provavelmente não absorveria toda essa entrada de recursos em apenas um fundo imobiliário, talvez nem com uma grande diversificação em outros fundos. Na prática, o mercado brasileiro de fundos imobiliários é “pequeno” para um aporte rápido de 570 milhões.

 

Monte seu próprio banco

Caso o espírito empreendedor do ganhador seja forte, é possível iniciar uma empreitada de montar um “mini” banco com a quantia de R$ 570 milhões. Na prática, o vencedor conseguiria fundar um banco muito pequeno, se comparado às fortunas existentes de outras instituições financeiras, como Bradesco, Itaú e Santander.

 

Já se tornar acionista majoritário é algo mais simples, visto que poucas empresas no Brasil são avaliadas em mais de R$ 900 milhões, mas talvez não seria uma opção viável para o vencedor, haja vista a responsabilidade imposta ao acionista majoritário de uma empresa.

 

 “Ambas as possibilidades são possíveis para o sortudo, porém, são estratégias de alto risco e de grande responsabilidade. O principal sonho do brasileiro é viver de renda e ter a chance de poder parar de trabalhar, o que é uma conquista simples com R$570 milhões na conta. No entanto, a partir do momento em que se tem essa enormidade de dinheiro será necessário o cuidado de especialistas em investimentos para ter proteção contra grandes perdas”, finaliza Cunha.

 

Papo Reto

 

 Segue caótica a situação do Aeroporto Internacional de Belém. Verdadeiro caos no aeroporto de Belém. Até agora, a privatização não colocou nenhum prego no aeroporto.  Banheiros horríveis e sem manutenção e um calor senegalês. Até quando?

 

Após o justo e estrondoso desabafo do cantor Tony Soares (foto) contra o calote da Prefeitura de Bragança, o secretário de Cultura, Vinícius Oliveira, se apressou em pagar 40% do valor do cachê, prometendo o restante para “os próximos dias”.

 

Outra grita que vem de Bragança é dos árbitros que trabalharam nos jogos da Semana da Pátria: ninguém recebeu, e, nesse caso, dizem, nem mesmo os credenciados pela Federação Paraense de Futebol.

 

Está marcada para 15 de janeiro, às 10h00, a abertura do pregão eletrônico para contratação de empresa especializada em consultoria, gerenciamento e monitoramento continuado de uma ponte estaiada de 414 metros entre a 7ª rua de Icoaraci e o Distrito de Outeiro.

 

Dados do Portal da Transparência mostram retrocesso nos gastos do Executivo federal no cartão corporativo ao longo de 2023, na comparação com o ano anterior. 

 

Em 2022, com Jair Bolsonaro, o Executivo gastou R$ 422,9 milhões e, a menos de uma semana do fim de 2023, as despesas de Lula no cartão estão em R$ 273,9 milhões.

 

Seria uma baita economia de R$ 149 milhões em relação aos 12 meses do ano passado se o atual governo não tivesse adotado a malandragem contábil de enviar para o Ministério das Relações Exteriores - embaixadas dos países que visita - as contas de hospedagem, serviços e até mimos, fingindo que está gastando menos que o antecessor.

 

Só a embaixada de Paris foi obrigada a pagar mais R$ 720 mil por 17 suítes no cinematográfico Hotel Intercontinental Paris Le Grand.

 

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