Postagem sobre “dia de colheita” expõe Helder em rede social com volume de críticas jamais visto

Governador se exibe em fazenda em conta do Instagram e abre a guarda para opositores, desamparados e ambientalistas

01/04/2024 12:00
Postagem sobre “dia de colheita” expõe Helder em rede social com volume de críticas jamais visto
“S


arna para se coçar” é uma expressão usada popularmente para indicar que uma pessoa não consegue ficar quieta em seu canto e sempre acaba arranjando mais um problema.


Internautas não pouparam governador de críticas envolvendo BRT, rodovias, hospitais, escolas e sobre a própria atividade econômica/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

 É o que se pode dizer do governador Helder Barbalho, no último fim de semana, ao postar em uma conta do Instagram seu “dia de colheita” em uma das fazendas da família. Na avaliação das perdas e danos, no mínimo o governador perdeu muito tempo - aliás, a equipe dele - para responder aos ataques de internautas insatisfeitos, mais do que manifestações de apoio de seus seguidores, que, sabidamente, não são poucos.

 

Na ponta do lápis foram mais de 800 acessos à postagem, com algo em torno de 80% de pancadaria no governador com referências críticas às demoradas obras do BRT Metropolitano, à perlenga política com o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, culminando com a interdição do hospital Santa Maria, rodovias e escolas, entre outras por todo o Pará.  

 

Arroz azedo no Marajó

 

A postagem foi feita um dia depois da decisão da Secretaria de Meio Ambiente do Estado que interditou as operações do projeto de Paulo Quartiero, de produção de arroz, em Santa Cruz do Arari, no Marajó, por supostas irregularidades ambientais.

 

Desde que se instalou na região, o Estado não deu a atenção devida ao projeto para corrigir o que considera irregularidades hoje. O resultado é que Quartiero parece inclinado a desistir do projeto e da região do Marajó.

 

Crise na gestão fiscal

 

Recentemente, o governo Helder aprovou o programa Avança Pará, voltado para ações assistenciais no Marajó e contra o desmatamento, mas esbarrou no que os especialistas chamam de “crise na gestão fiscal”, ou a ausência de margem para novas operações de crédito. O imbróglio levou o próprio governador a uma reunião em Brasília, com o ministro Fernando Haddad, mas continua sem sinalização positiva do Planalto.

 

Helder é pop, é do agro

 

O governador é pop, pois é do agro, o segmento da economia paraense que, acompanhando o ritmo nacional, bateu recorde de produção, mas rigorosamente não “morre de amores” por Helder, como ficou claro nas últimas eleições, principalmente no sul e sudeste do Pará, onde votou em Bolsonaro, contra Lula.

 

Bem verdade que o governador vem “engolindo” bolsonaristas nos quatro cantos do Estado, no afã de eleger 100 dos 144 prefeitos paraenses, mas isso se deve às conveniências políticas dos adesistas de última hora. Sua aparição em “dia de colheita”, portanto, foi um “prato feito” para os críticos.

 

O discurso e a prática

 

“A noção é de que, fora do Brasil, o governador faz um discurso, mas, aqui, a prática é bem diferente, quer pelos atos governamentais, quer pelas atividades empresariais”, avalia um observador da cena. “Afinal, o homem é fazendeiro, com muito gado no pasto e colhe grãos”, atividades que 100 dos 150 chefes de Estado com presença já confirmada na COP30, em novembro de 2025, em Belém, nem sempre veem com bons olhos.

 

Helder entrou nessa “vibe” e sacudiu seus opositores na rede social, conforme atestam os comentários. Há quem diga que poucas vezes se viu o governador ser tão criticado.

 

Papo Reto

 

Dados do Iasep dão uma pequena noção sobre o vertiginoso crescimento do Hospital Santa Maria, em Ananindeua, de propriedade do prefeito Daniel Santos (foto), que acaba de ser descredenciado.

 

De 2019 a junho de 2023, o hospital faturou mais de R$ 390 milhões do Estado - R$ 42,8 milhões, R$ 88,3 milhões, R$ 111,9 milhões, R$ 96,3 milhões e R$ 50,5 milhões, respectivamente.

 

De junho de 2023 até março deste ano, mais R$ 17,3 milhões, totalizando R$ 407,4 milhões no período.

 

Dias antes da Sexta-feira Santa, um religioso da Basílica de Nazaré deixou uma fila de pecadores para trás ao sair do confessionário por conta de um suposto compromisso.

 

Bem, se raiva é pecado, em vez de aliviar, o padre acabou aumentando o peso de quem perdeu a confissão e comprometeu a Semana Santa. Jesus, Maria, José!

 

O professor e pesquisador Pedro Vasconcelos irá aos Estados Unidos para participar - como palestrante - de simpósio na Columbia University, em Nova York, dia agora.

 

O tema do evento é “Viroses emergentes e emergentes na perspectiva de saúde única”. Vasconcelos será o único brasileiro presente.

 

Depois do simpósio, o paraense estica a viagem até Galveston, no Texas, onde também irá falar sobre os arbovírus na Amazônia, a convite da University of Texas Medical Branch.

 

Não se pode dizer que a Agência Distrital do Mosqueiro, subordinada ao prefeito de Belém, não dá tratamento igual aos moradores da ilha. Afinal, mesmo na Semana Santa, os montes de lixo continuavam nas ruas.

 

No sábado de aleluia, durante a malhação do Judas, um boneco apelidado de “Chapa branca” foi exibido na Passagem Teixeira, na Terra Firme, desejando sucesso à COP30. 

 

O que se diz é que o ex-secretário de Estado e ex-deputado Cláudio Puty, hoje secretário na administração Edmilson Rodrigues, planeja disputar vaga à Câmara de Vereadores de Belém nas eleições deste ano.  

 

A se confirmar a informação, Puty, marido da atual deputada Lívia Duarte, irá concorrer diretamente com os atuais vereadores Fernando Carneiro e Professora Sílvia Letícia.

 

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