m Ananindeua, Região da Grande Belém, as redes sociais
davam conta, ontem, com o estardalhaço de sempre, de uma suposta disputa
eleitoral envolvendo duas mulheres - a deputada federal Alessandra Haver e a
prefeita Patrícia Alencar, de Marituba. É improvável, mas possível, como diria
o falecido senador Jarbas Passarinho. Explica-se: seria uma disputa possível de
Alessandra Haber vencer - e não exatamente pelo fato de ter sido a deputada
federal mais votada do Pará nas últimas eleições.
A prefeita Patrícia Alencar, como se sabe - pois já se
provou como tal - é uma influencer, mas não tem mais trânsito
sólido, como nas eleições municipais em que venceu, entre evangélicos e boa
parte das mulheres, que estranham seu comportamento “expansivo”, por assim
dizer.
Suas incursões públicas e principalmente através das redes
sociais não raro provocam reações adversas aos seus mais nobres propósitos -
tanto se exibindo em tirolesa quanto em travessuras que vão da festiva
distribuição de prêmios ao distinto público ou dançando com amigas em lanchas
particulares aos domingos e feriados. No mais das vezes, para cada exibição
dessas há narizes torcidos e comentários afiados.
O que dizem por aí...
Dizem
que pelo menos um terço dos 21.950 votos obtidos pela então candidata Patrícia
Mendes - hoje Patrícia Alencar -, do Republicanos, em Marituba, foram fruto do
carisma e da articulação da pastora Rafaela Santa Rosa, do Podemos, sua
vice, junto ao segmento evangélico, que é sabidamente majoritário no município.
Dizem
também que nem a vice-prefeita, nem os crentes andam, no fundo no fundo, muito
satisfeitos com Patrícia e sua metodologia de governança. E dizem mais:
que justamente por conta desse estilo, recursos de emendas parlamentares dados
como certos para este ano não virão mais para Marituba. E sem dinheiro, sem
festas. Simples assim.
Constatação do óbvio
A esta altura do campeonato e por essas razões, aliás,
Patrícia Alencar está mais para influencer do que para
prefeita, até porque não exibe obras marcantes como administradora, ao passo
que sua suposta opositora nas eleições do ano que vem aparece com predicados
bem diferentes e um invejável arsenal, um deles, o prefeito de Ananindeua,
Daniel Santos. Marido de Alessandra, Daniel Santos é muito bem avaliado e pode transferir
votos aos borbotões.
A crava da cunha
Considerando que a oposição a Patrícia Alencar está
dispersa e cada vez mais ampla, com vários nomes, esse movimento apontado pelas
redes sociais poderia convergir para Alessandra Haber que, na hipótese de uma
candidatura, cravaria uma cunha em um terreno que o governador Helder Barbalho
tem como cativo.
As redes sociais fazem uma marola...
Papo Reto
O Supremo Tribunal Federal retomou
o julgamento da revisão dos rendimentos do FGTS, cuja análise havia sido
suspensa em abril, por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, e voltou a
ser suspensa por novo pedido, agora do ministro Cristiano Zanin (foto).
Hoje, o FGTS tem correção de 3% ao
ano mais a Taxa Referencial, que rende perto de zero, e pelo entendimento do
relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, a correção não pode ser
inferior à remuneração da poupança.
Em voto reformado, Barroso indicou
que esse ajuste seja feito a partir de 2025. Até o momento, o placar da votação
está 3 a 0 pela inconstitucionalidade do uso da Taxa Referência para correção
das contas do fundo. Nunes Marques e André Mendonça acompanharam o relator
antes da suspensão. Pobre trabalhador...
Reforma tributária: governadores
que participam do Consórcio de Integração Sul e Sudeste divulgaram, ontem, nota
conjunta com críticas ao texto aprovado pelo Senado, ressaltando que a mesma
"levará a economia do País à UTI".
Sempre bem ágil nas cobranças,
desde que as mesmas não sejam contra o governo central, o Ministério Público
Federal exigiu do governo do Amazonas provas e documentos irrefutáveis de que
ele, de fato, realizou ações eficazes contra os fenômenos climáticos.
A região do balneário de Alter do
Chão, em Santarém, oeste do Pará, segue ardendo em chamadas. Brigadas de
incêndio? Não existem na Amazônia.
A Polícia Federal prendeu o homem
acusado de liderar invasões de terras indígenas no Pará, inclusive na região de
São Félix do Xingu.
A pergunta que ousa não calar é:
quando operação semelhante, com mandados de busca, apreensão e tudo que se tem
direito será igualmente desferida contra membros da cúpula do MST, que segue
invadindo propriedades produtivas pelo País, inclusive matando parte dos
rebanhos?