Redes sociais colocam Alessandra Haber na disputa em Marituba e sacodem reinado de Patrícia Alencar

“Bomba” lançada nas redes sociais abre debate sobre o comportamento considerado “expansivo” da prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, que tentará a reeleição ano que vem, mas tem resistência de grupos mais conservadores, especialmente mulheres

11/11/2023, 11:00

Suposta candidatura da deputada federal causa “forfait” no município vizinho, onde Patrícia Alencar se destaca mais como “influencer” do que como prefeita, com obras de R$ 1,99 e muita festa/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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m Ananindeua, Região da Grande Belém, as redes sociais davam conta, ontem, com o estardalhaço de sempre, de uma suposta disputa eleitoral envolvendo duas mulheres - a deputada federal Alessandra Haver e a prefeita Patrícia Alencar, de Marituba. É improvável, mas possível, como diria o falecido senador Jarbas Passarinho. Explica-se: seria uma disputa possível de Alessandra Haber vencer - e não exatamente pelo fato de ter sido a deputada federal mais votada do Pará nas últimas eleições.

 

A prefeita Patrícia Alencar, como se sabe - pois já se provou como tal - é uma influencer, mas não tem mais trânsito sólido, como nas eleições municipais em que venceu, entre evangélicos e boa parte das mulheres, que estranham seu comportamento “expansivo”, por assim dizer.

 

Suas incursões públicas e principalmente através das redes sociais não raro provocam reações adversas aos seus mais nobres propósitos - tanto se exibindo em tirolesa quanto em travessuras que vão da festiva distribuição de prêmios ao distinto público ou dançando com amigas em lanchas particulares aos domingos e feriados. No mais das vezes, para cada exibição dessas há narizes torcidos e comentários afiados.

 

O que dizem por aí...

 

Dizem que pelo menos um terço dos 21.950 votos obtidos pela então candidata Patrícia Mendes - hoje Patrícia Alencar -, do Republicanos, em Marituba, foram fruto do carisma e da articulação da pastora Rafaela Santa Rosa, do Podemos, sua vice, junto ao segmento evangélico, que é sabidamente majoritário no município.

 

Dizem também que nem a vice-prefeita, nem os crentes andam, no fundo no fundo, muito satisfeitos com Patrícia e sua metodologia de governança. E dizem mais:  que justamente por conta desse estilo, recursos de emendas parlamentares dados como certos para este ano não virão mais para Marituba. E sem dinheiro, sem festas. Simples assim.

 

Constatação do óbvio

 

A esta altura do campeonato e por essas razões, aliás, Patrícia Alencar está mais para influencer do que para prefeita, até porque não exibe obras marcantes como administradora, ao passo que sua suposta opositora nas eleições do ano que vem aparece com predicados bem diferentes e um invejável arsenal, um deles, o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos. Marido de Alessandra, Daniel Santos é muito bem avaliado e pode transferir votos aos borbotões.

 

A crava da cunha

 

Considerando que a oposição a Patrícia Alencar está dispersa e cada vez mais ampla, com vários nomes, esse movimento apontado pelas redes sociais poderia convergir para Alessandra Haber que, na hipótese de uma candidatura, cravaria uma cunha em um terreno que o governador Helder Barbalho tem como cativo.

 

As redes sociais fazem uma marola...

 

Papo Reto

 

O Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento da revisão dos rendimentos do FGTS, cuja análise havia sido suspensa em abril, por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, e voltou a ser suspensa por novo pedido, agora do ministro Cristiano Zanin (foto).

 

Hoje, o FGTS tem correção de 3% ao ano mais a Taxa Referencial, que rende perto de zero, e pelo entendimento do relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, a correção não pode ser inferior à remuneração da poupança.

 

Em voto reformado, Barroso indicou que esse ajuste seja feito a partir de 2025. Até o momento, o placar da votação está 3 a 0 pela inconstitucionalidade do uso da Taxa Referência para correção das contas do fundo. Nunes Marques e André Mendonça acompanharam o relator antes da suspensão. Pobre trabalhador...

 

Reforma tributária: governadores que participam do Consórcio de Integração Sul e Sudeste divulgaram, ontem, nota conjunta com críticas ao texto aprovado pelo Senado, ressaltando que a mesma "levará a economia do País à UTI".

 

Sempre bem ágil nas cobranças, desde que as mesmas não sejam contra o governo central, o Ministério Público Federal exigiu do governo do Amazonas provas e documentos irrefutáveis de que ele, de fato, realizou ações eficazes contra os fenômenos climáticos.

 

A região do balneário de Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará, segue ardendo em chamadas. Brigadas de incêndio? Não existem na Amazônia.

 

A Polícia Federal prendeu o homem acusado de liderar invasões de terras indígenas no Pará, inclusive na região de São Félix do Xingu.

 

A pergunta que ousa não calar é: quando operação semelhante, com mandados de busca, apreensão e tudo que se tem direito será igualmente desferida contra membros da cúpula do MST, que segue invadindo propriedades produtivas pelo País, inclusive matando parte dos rebanhos?

 

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