Índice de Progresso Social é uma ferramenta que mede o desempenho social e ambiental de territórios em países, estados, municípios e comunidades e foi desenvolvido pela organização Social Progress Imperative, que coordena a publicação anual do IPS Global para 170 países, desde 2014. A coordenação geral do levantamento é do pesquisador do Imazon, o paraense Beto Veríssimo, e de Melissa Wilm.
Na
última quarta-feira, 3, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
(Imazon), em parceria com Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e
Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress
Imperative, lançou o primeiro relatório do IPS Brasil, com dados dos 5.570
municípios dos 26 Estados e Distrito Federal.
A
pesquisa aponta que o Brasil tem um Índice de Progresso Social de 61.83. Em
termos gerais, o Brasil caiu do 46º lugar em 2014 para o 67º, em 2024, mostrando
que os níveis de desigualdade social e econômica, que já eram extremos,
agravaram-se ainda mais nesses dez anos.
Final da linha
Pelo
relatório, o Pará e a capital, Belém, estão nas últimas colocações gerais
desses dados. E, de uma forma geral, os Estados da Região Norte estão com
pontuações muito baixas, em escalas que chegam a 100.
Dos
sete Estados considerados como Norte, o Pará tem o pior IPS médio, com 51.35. À
frente dele estão Roraima, com 55.58; Amazonas, com 55.09; Maranhão, com 54.50;
Rondônia, com 53.60; Amapá, com 52.20; e Acre, com 51.80.
Os
resultados do IPS Brasil para as unidades federativas mostram que o Pará é o
que tem menor índice, como 53,20, e apresenta oito dos 20 municípios com o pior
índice.
Como funciona
O
objetivo do IPS é medir o progresso socioambiental diretamente, sem a inclusão
de indicadores econômicos, com foco nas pessoas. O índice busca medir o
progresso socioambiental e objetiva ser uma ferramenta para dirigentes
públicos, líderes empresariais e sociedade civil quando estiverem no
planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas.
A
metodologia e estrutura do IPS possuem três dimensões: Necessidades Humanas
Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades; e 12 componentes, nos quais
cada um desses responde uma pergunta orientadora e possui de três a seis
indicadores. O índice varia de 0 (pior) a 100 (melhor) e corresponde à média
simples dos resultados do IPS das três dimensões.
Caso dos municípios
Quando
o estudo se volta para os municípios, o de melhor IPS é Gavião Peixoto, de São
Paulo, região sudeste, com 74.49.
O
Pará tem oito dos 20 municípios com as piores pontuações: Trairão (38.69);
Bannach (38.89); Jacareacanga (38.92); Cumaru do Norte (40.64); Pacajá (40.70);
Uruará (41.26); Portel (42.23); e Anapu (42.30).
Belém, a capital
A
capital brasileira com melhor pontuação é o Distrito Federal, com 71.25. Já
Belém ocupa a 24ª posição, com 62.51, à frente apenas de Maceió (AL), Macapá
(AP) e Porto Velho (RO), se mostrando a quarta pior capital em IPS.
Belém,
pelo Censo 2022, tem 1,3 milhão de habitantes, com renda per capita de
cerca de R$ 26 mil. O IPS 62.53 a coloca na posição 1044º entre os 5570
municípios do Brasil. No Pará, excetuando Belém, o município com melhor índice
é Canaã dos Carajás, na região sudeste do Pará, com posição 3326º.
A
capital paraense tem melhor desempenho em Moradia, com 84.05 em 100. Por outro
lado, o índice de Direitos Individuais está em 26.95; e o de Inclusão Social em
32.13.
Estado é fona
No
IPS dos Estados, o Pará ocupa a última posição. Em termos de comparação com o
índice do Distrito Federal, que é de 71.25, encabeçando a lista de melhores, e
o do Brasil, com 61.83, o Pará aparece apenas com 53.20, e na última colocação.
O
melhor índice do Pará é também em Moradia, com 76.35. Os piores são: Direitos
Individuais, com 30.31; Acesso à Educação Superior, com 32.69; Liberdades
Individuais, com 39.70 e Segurança Pessoal, com 50.20.
Conferência do clima
No
índice que apurou Qualidade do Meio Ambiente, o Pará e Belém, que irão sediar a
Conferência do Clima da ONU - COP 30, em novembro de 2025, não estão muito bem
em números apurados. O Pará tem 56.26 e Belém, 65.62.
A
partir de 2024, o IPS Brasil será atualizado anualmente para que seja possível
comparar o desempenho socioambiental dos municípios ao longo do tempo.
Papo Reto
· Mateus,
primeiro os meus: nenhum dos quatro ou cinco deputados estaduais que usufruem
das benesses do Cheque Moradia consegue organizar a distribuição do benefício
entre pessoas que se dirigem diariamente à Cohab. Nem Eraldo Pimenta (foto), nem
Wanderlan Quaresma, nem Chamonzinho, nem ninguém na causa.
· Na
manhã de hoje, entre cerca de 500 pessoas que ocupavam espaço na companhia,
havia uma senhora, mãe de autista, com o filho ao lado, sofrendo as dores da
longa espera pelo cheque que nunca entregam.
· Além
das suspeitas de irregularidades cantadas em prosa e verso enquanto o “seu
lobo” não vem - isto é, o Ministério Público -, é desumano o que a população
sofre na Cohab.
· Em
Bragança, nordeste do Pará, um vereador, socialmente reabilitado, dizem,
assumiu a distribuição do Cheque Moradia e fez a festa - dele, por óbvio.
Sobrou até para quem jamais pensou que sobraria.
· O
auditor fiscal Marcos Rodrigues Matos deixou a Secretaria de Planejamento e
Administração para ocupar nova função na Secretaria de Articulação e Cidadania,
aquela que cuida das Usinas da Paz.
· O
Tribunal de Contas da União aprovou acordo bilionário de solução consensual
entre Oi e Anatel, com a operadora de telefonia obtendo sinal verde para entrar
em modelo de "autorização", aquele em que o serviço é prestado
somente em áreas onde não há competição.
· Acredite: formigas amputam membros de suas companheiras
para salvá-las de infecções, revela estudo realizado por pesquisadores da
Alemanha. O método reduz em 90% a taxa de mortalidade de formigas feridas,
segundo os cientistas.