Relatório aponta Pará com o pior índice médio de progresso social da Região Norte do País

Resultados do IPS Brasil mostram Estado com índice de 53,20 e oito dos 20 municípios 'abaixo da crítica'.

05/07/2024 12:00
Relatório aponta Pará com o pior índice médio de progresso social da Região Norte do País
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Índice de Progresso Social é uma ferramenta que mede o desempenho social e ambiental de territórios em países, estados, municípios e comunidades e foi desenvolvido pela organização Social Progress Imperative, que coordena a publicação anual do IPS Global para 170 países, desde 2014. A coordenação geral do levantamento é do pesquisador do Imazon, o paraense Beto Veríssimo, e de Melissa Wilm.


Trairão entre os piores, seguido de Bannach, Jacareacanga, Cumaru, Pacajá, Uruará, Portel e Anapu/Fotos: Divulgação.

Na última quarta-feira, 3, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative, lançou o primeiro relatório do IPS Brasil, com dados dos 5.570 municípios dos 26 Estados e Distrito Federal.

 

A pesquisa aponta que o Brasil tem um Índice de Progresso Social de 61.83. Em termos gerais, o Brasil caiu do 46º lugar em 2014 para o 67º, em 2024, mostrando que os níveis de desigualdade social e econômica, que já eram extremos, agravaram-se ainda mais nesses dez anos.

 

Final da linha

 

Pelo relatório, o Pará e a capital, Belém, estão nas últimas colocações gerais desses dados. E, de uma forma geral, os Estados da Região Norte estão com pontuações muito baixas, em escalas que chegam a 100.

 

Dos sete Estados considerados como Norte, o Pará tem o pior IPS médio, com 51.35. À frente dele estão Roraima, com 55.58; Amazonas, com 55.09; Maranhão, com 54.50; Rondônia, com 53.60; Amapá, com 52.20; e Acre, com 51.80.

 

Os resultados do IPS Brasil para as unidades federativas mostram que o Pará é o que tem menor índice, como 53,20, e apresenta oito dos 20 municípios com o pior índice.

 

Como funciona

 

O objetivo do IPS é medir o progresso socioambiental diretamente, sem a inclusão de indicadores econômicos, com foco nas pessoas. O índice busca medir o progresso socioambiental e objetiva ser uma ferramenta para dirigentes públicos, líderes empresariais e sociedade civil quando estiverem no planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas.

 

A metodologia e estrutura do IPS possuem três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades; e 12 componentes, nos quais cada um desses responde uma pergunta orientadora e possui de três a seis indicadores. O índice varia de 0 (pior) a 100 (melhor) e corresponde à média simples dos resultados do IPS das três dimensões.

 

Caso dos municípios

 

Quando o estudo se volta para os municípios, o de melhor IPS é Gavião Peixoto, de São Paulo, região sudeste, com 74.49.

 

O Pará tem oito dos 20 municípios com as piores pontuações: Trairão (38.69); Bannach (38.89); Jacareacanga (38.92); Cumaru do Norte (40.64); Pacajá (40.70); Uruará (41.26); Portel (42.23); e Anapu (42.30).

 

Belém, a capital

 

A capital brasileira com melhor pontuação é o Distrito Federal, com 71.25. Já Belém ocupa a 24ª posição, com 62.51, à frente apenas de Maceió (AL), Macapá (AP) e Porto Velho (RO), se mostrando a quarta pior capital em IPS.

 

Belém, pelo Censo 2022, tem 1,3 milhão de habitantes, com renda per capita de cerca de R$ 26 mil. O IPS 62.53 a coloca na posição 1044º entre os 5570 municípios do Brasil. No Pará, excetuando Belém, o município com melhor índice é Canaã dos Carajás, na região sudeste do Pará, com posição 3326º.

 

A capital paraense tem melhor desempenho em Moradia, com 84.05 em 100. Por outro lado, o índice de Direitos Individuais está em 26.95; e o de Inclusão Social em 32.13.

 

Estado é fona

 

No IPS dos Estados, o Pará ocupa a última posição. Em termos de comparação com o índice do Distrito Federal, que é de 71.25, encabeçando a lista de melhores, e o do Brasil, com 61.83, o Pará aparece apenas com 53.20, e na última colocação.

 

O melhor índice do Pará é também em Moradia, com 76.35. Os piores são: Direitos Individuais, com 30.31; Acesso à Educação Superior, com 32.69; Liberdades Individuais, com 39.70 e Segurança Pessoal, com 50.20.

 

Conferência do clima

 

No índice que apurou Qualidade do Meio Ambiente, o Pará e Belém, que irão sediar a Conferência do Clima da ONU - COP 30, em novembro de 2025, não estão muito bem em números apurados. O Pará tem 56.26 e Belém, 65.62.

 

A partir de 2024, o IPS Brasil será atualizado anualmente para que seja possível comparar o desempenho socioambiental dos municípios ao longo do tempo.

 

Papo Reto

· Mateus, primeiro os meus: nenhum dos quatro ou cinco deputados estaduais que usufruem das benesses do Cheque Moradia consegue organizar a distribuição do benefício entre pessoas que se dirigem diariamente à Cohab. Nem Eraldo Pimenta (foto), nem Wanderlan Quaresma, nem Chamonzinho, nem ninguém na causa.

· Na manhã de hoje, entre cerca de 500 pessoas que ocupavam espaço na companhia, havia uma senhora, mãe de autista, com o filho ao lado, sofrendo as dores da longa espera pelo cheque que nunca entregam.

 

· Além das suspeitas de irregularidades cantadas em prosa e verso enquanto o “seu lobo” não vem - isto é, o Ministério Público -, é desumano o que a população sofre na Cohab.

 

· Em Bragança, nordeste do Pará, um vereador, socialmente reabilitado, dizem, assumiu a distribuição do Cheque Moradia e fez a festa - dele, por óbvio. Sobrou até para quem jamais pensou que sobraria.  

 

· O auditor fiscal Marcos Rodrigues Matos deixou a Secretaria de Planejamento e Administração para ocupar nova função na Secretaria de Articulação e Cidadania, aquela que cuida das Usinas da Paz.

 

· O Tribunal de Contas da União aprovou acordo bilionário de solução consensual entre Oi e Anatel, com a operadora de telefonia obtendo sinal verde para entrar em modelo de "autorização", aquele em que o serviço é prestado somente em áreas onde não há competição.


· Acredite: formigas amputam membros de suas companheiras para salvá-las de infecções, revela estudo realizado por pesquisadores da Alemanha. O método reduz em 90% a taxa de mortalidade de formigas feridas, segundo os cientistas.

 

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