fluxo de helicópteros - e
aviões - se intensificou a tal ponto em Salinópolis neste veraneio que passou a
chamar a atenção das autoridades aeroportuárias e da Secretaria de Segurança
Pública do Pará. Nem é para menos: não são raras as vezes em que as aeronaves
pousam na zona urbana, conforme registrado em vídeo no último final de semana.
O aparelho pousou em um terreno
baldio ao lado do Condomínio Raízes, área considerada imprópria para esse tipo
de operação - sem falar que a Atlântica possui aeroporto construído pelo
Estado, homologado e em plena operação.
Voo cego
Segundo fontes ouvidas pela coluna,
essa prática expõe a população a riscos de acidentes graves. Um detalhe no
vídeo chama atenção: a pessoa que fez as imagens parece aguardar os passageiros
da aeronave e diz que quem opera o aparelho não é um profissional, mas um
empresário que começou a aprender a pilotar há uma semana.
Segundo mostra o vídeo, um homem
desce do aparelho em companhia de uma mulher, deixando uma terceira pessoa a
bordo, supostamente o piloto. O homem atende pelo nome de Vildemar Fernandez,
conhecido por “Prefeitinho”, empresário filho do ex-prefeito de São Miguel do
Guamá, Nenê Lopes. O helicóptero seria de propriedade do também empresário
Edvaldo Melo, de Barcarena, o “Valdo Melo”, dono do grupo do mesmo nome. A
coluna não conseguiu contato com Melo.
Sinais de riqueza
O que se diz é que o serviço de
Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado estaria monitorando
um grupo de jovens empresários paraenses que apresentam fortes sinais
exteriores de riqueza - incompatível com suas atividades comerciais, alguns
deles conhecidos pelas relações que mantêm com detentores de mandatos eletivos.
Jogo de influência
Segundo as informações, o uso de
ferramentas tecnológicas, a exposição e a ostentação garantem a empresários
desse grupo credibilidade nos setores onde atuam, principalmente entre
políticos e gestores estaduais e municipais, com quem mantêm contratos de
serviços que rendem muito dinheiro. Não há informações sobre se o ‘piloto’ e o
suposto proprietário do helicóptero fariam parte desse grupo, mas também
estariam sendo observados pelo Inteligência da Segurança Pública.
Olhos da lei
Na melhor das hipóteses, os dois
empresários estariam incorrendo em alguma irregularidade aos olhos das
autoridades aeroportuárias.