o início deste mês, a Coluna Olavo Dutra noticiou que, depois de cinco longos anos à espreita de uma “janela”, o empresário Romulo Maiorana Júnior, o Rominho, obteve a concessão, por 30 anos, do prédio que abrigou a Receita Federal, para transformar em um hotel cinco estrelas. A capa do jornal ‘O Liberal’ de hoje traz a mesma notícia com destaque, e também com grandes simbolismos.
O
primeiro é dar na capa uma notícia que não é nova. O segundo, dar na capa o que
internamente o próprio jornal chama de ‘conteúdo de marca’, e que custaria a
qualquer empresa uma pequena fortuna, já que a notícia chama pelo nome
empresarial do Grupo Roma, a empresa de Rominho no ramo da construção e
incorporação de imóveis. O terceiro, e mais importante: nada entra como
destaque na capa dominical de ‘O Liberal’ sem a anuência de seu presidente,
Ronaldo Maiorana.
O crivo do dono
Essa
permissão é necessária principalmente em se tratando de uma notícia sobre
alguém da própria família com quem, há sete anos, Ronaldo rompia relações
empresariais e, de certa forma, familiares, já que até onde foi amplamente
divulgado, inclusive pelo próprio Rominho, a ruptura na verdade foi o que
Rominho chamou de ‘rasteira’ dirigida a ele na surdina pelos próprios irmãos,
sob a liderança de Ronaldo.
A
notícia de hoje traz na capa a foto do antigo prédio da Receita com o título
‘Grupo Roma terá mais um hotel cinco estrelas em Belém’, em letras muito bem
graúdas. De fato, a empresa de Rominho, que hoje divide residência entre Belém
e Miami, nos Estados Unidos, teve a homologação da sua concessão publicada no
último dia 4 de junho no Diário Oficial do Estado.
Influência em alta
Esse
resultado do Pregão Presencial Nº 90009/2024, realizado pela Secretaria de
Cultura do Estado, no qual não houve o comparecimento de outros concorrentes,
além de dar a vitória por “maior oferta” à empresa Roma Serviços de
Restauração, Construção e Administração Ltda., a empresa de Rominho, abriu de
vez o caminho do empresário junto ao governador Helder Barbalho, cujo canal de
negociação vinha fluindo havia mais de ano, canal no qual, aliás, fonte da
coluna garante que Rominho tem se saído muito bem.
Talvez
por isso, e não por coincidência, o filho de Rominho, Giovanni Maiorana, com a
sua empresa Roma Eventos, já seja um dos fiéis prestadores de serviços do
Estado, sendo, recentemente, a principal empresa responsável pelas atrações
nacionais do evento “Parárraiá 2024”, o primeiro megaevento junino do governo
estadual, realizado de 13 a 16 de junho, no Estádio Mangueirão.
Ronaldo
Maiorana, por sua vez, também é aliado do governador Helder Barbalho
praticamente desde a campanha eleitoral que deu vitória ao governador. De lá
para cá, além das relações empresariais, Ronaldo desenvolve relações de amizade
também com a família Barbalho, a ponto de, recentemente, publicar em suas redes
sociais diversas incursões em Brasília, ao lado da deputada federal Elcione
Barbalho e do senador Jader Barbalho, este, inclusive, tendo feito com Ronaldo
uma visita guiada pelas dependências do Senado Federal, segundo agradecimento
divulgado pelo próprio Ronaldo em suas redes.
Cobertor curto
A
teoria do cobertor curto faz parte de um dilema histórico, no qual é impossível
cobrir simultaneamente pés e cabeça, simplesmente porque o cobertor não possui
um comprimento adequado ao atendimento das expectativas. É um dilema que
impulsiona a tomar decisões baseadas nos extremos, prevalecendo uma dualidade
que não resolve nem um lado, nem outro.
Sabe a metáfora?
No
caso da família Maiorana, a metáfora do dilema infelizmente aplica-se aos
extremos. Se, por um lado, nos bastidores, a possível reconciliação de Ronaldo
Maiorana com o irmão, Romulo Maiorana - algo que tem merecido a torcida de quem
é próximo da história da família -, por outro, há um terreno delicado entre o
mesmo Ronaldo e parte das suas irmãs.
Em
abril passado, o jornalista Lúcio Flávio Pinto noticiou que o expediente de ‘O
Liberal’ foi mudado na edição de 6 de abril, quando foi excluído dele o nome de
Rosângela Maiorana, que até então aparecia como vice-presidente, ao lado do
irmão, Ronaldo, presidente executivo do Grupo Liberal.
Desde
então, o nome de Rosângela não voltou, e os bastidores deram conta de diversas
intervenções judiciais na relação entre Ronaldo e as irmãs. Com os novos sinais
estampados na capa de ‘O Liberal’ deste domingo, fica a torcida para que volte
a reinar o espírito de união, que na família era filosofia de vida do
jornalista Romulo Maiorana, fundador das Organizações Romulo Maiorana, hoje
Grupo Liberal.
Papo Reto
· O
delegado federal e pré-candidato à Prefeitura de Belém, Everaldo Eguchi (foto),
está legal e moralmente reabilitado da denúncia que investigou suposto
“vazamento de informações” a ele atribuído.
· Com
parecer favorável do MPF, a 3ª Turma do TRF1 determinou, por unanimidade, o
arquivamento do processo 1039430.39.2021.4.01.0000 e a imediata devolução de
todos os bens apreendidos na operação.
· Na sentença, a
desembargadora-relatora, Maria do Carmo Cardoso, afirma: “percebe-se claramente
perseguição política e pessoal contra o delegado Eguchi”.
· O mês de julho, que promete temperaturas acima da média
e escassez de chuvas no centro-norte, na fronteira entre Pará, Mato Grosso e
Tocantins, e no centro-oeste, onde fica o Pantanal, promete bandeira
amarela nas contas de luz, que vai ficar 2,6% mais cara.
· Uma
‘ambulancha’ da Prefeitura de São Caetano de Odivelas, desgovernada, foi a
pique, na noite de anteontem, quando transportava um paciente grave da Ilha São
João do Ramos para o hospital municipal.
· Um
grande atacarejo, que promete gerar 50 empregos diretos e outros tantos
indiretos, em Mocajuba, come o pão que o diabo amassou para conseguir liberar
seu alvará de funcionamento.
· O
travamento é atribuído à prefeitura, que, dizem, estaria absorvendo a pressão
de comerciantes locais, incomodados com a inevitável concorrência.
· Uma ‘ambulancha’ da Prefeitura de São Caetano de
Odivelas, desgovernada, foi a pique, na noite de anteontem, quando transportava
um paciente grave da Ilha São João do Ramos para o hospital municipal.
· O
paciente acabou morrendo afogado dentro da embarcação, causando consternação
generalizada.
· O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ordenou a reintegração de desembargadores
que atuaram na Lava Jato.