Deputado estrebucha, nega agressão, sucumbe, "eleva o coração" e pede perdão aos irmãos de fé

Josué Paiva dá sua ‘contribuição à classe política’, mas, política ou humildemente, admite erro e tenta se redimir diante da comunidade evangélica depois do escândalo.

05/07/2024 09:00

Dois momentos do deputado Josué Paiva, ontem, sob pressão: pedido de perdão no final do dia e a negação, durante a manhã/Foto: Divulgação-Redes Sociais.


E

 

m 1.400 antes de Cristo, sete trombetas de chifre de carneiro soaram durante o êxodo para derrubar os muros de Jericó sob o comando do líder de Israel, o profeta Josué, filho de Naum e ajudante de Moisés. Está no “Livro dos profetas”.

 

Aqui na redação, o ‘cananeu’ que assina Coluna Olavo Dutra passou o dia que Deus deu, ontem, ouvindo sete ou mais trombetas, que hoje em dia atendem pelo nome de telefone celular, zunindo nos ouvidos pedindo por Josué, não o da Bíblia.  

 

O dia de ontem deve ter sido cheio para o deputado estadual Josué Paiva, do Republicanos, protagonista improvável de um escândalo que abalou as estruturas da Convenção de Ministros e Igrejas das Assembleias de Deus do Pará, a Comiadepa, na última terça-feira, 2 (Aqui, link da matéria do dia 04/07/2024 08:02).

 

Romaria de aloprados

 

A sequência inusitada de ligações começou sutilmente, com uma sondagem sobre a ‘possibilidade’, seguida do pedido de supressão da matéria, prontamente negado; depois, com uma nota de esclarecimentos, que não chegou; lá pelas tantas, nova investida sobre a retirada da matéria e outra promessa de envio de nota para ‘esclarecer o mal entendido’, que também não veio; no meio da tarde, um vídeo encaminhado sob o título “Fake news se combate com a verdade!” - e o lembrete meio que carrancudo para o editor: “Posta como direito de resposta”.

 

Mil vezes mentira


Vídeos, áudios e ligações se sucederam até o início da noite, quando, enfim, depois de desconversas, apelos, falsas informações, negociações tensas e manifestações de fé consolidaram a mentira representada nas tentativas das cornetas de derrubar os muros da coluna, suprimir a informação e deixar o dito pelo não dito: o deputado Josué Paiva pediu perdão aos fiéis pela agressão ao pastor Aldery Nelson, isto é, admitiu ontem o que vinha negando com fé ardente desde a noite do episódio.

 

Das duas, uma: ou fez valer a noção de que a humildade precede a honra, ou apenas entra para os anais da história política do Pará como “mentiroso”, ao negar, até o galo cantar três vezes, que se destemperou ante as palavras do pastor e o agrediu dentro de um evento religioso por condenar a mistura de política com religião, na qual se insere ativamente.



 


 

Papo Reto


· A campanha eleitoral deixou o campo e sentou praça no Escritório Central da Emater, em Marituba, Região Metropolitana de Belém.

 

· Ontem, servidores e terceirizados foram convocados a participar de um ‘culto de integração’ com colaboradores com ares de reunião de votos.

 

· O candidato ‘carregado’ pela empresa atende pelo nome de Josué Paiva, irmão do atual presidente da empresa, pastor Joniel Abreu (foto).

 

· O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Pará autorizou a habilitação de 39 condutores e operadores de viaturas operacionais na corporação.

 

·  O coronel Jayme Benjó supre, com essa providência, uma carência histórica nos quartéis: falta de condutores de veículos com alta tecnologia, a maioria com mecânica importada.

 

· Aliás, Benjó, que também o é coordenador de Defesa Civil, inaugurou nesta semana o quartel dos Bombeiros em São Felix do Xingu

 

· Acredite: nos caríssimos voos da Latam os assentos passaram a ser marcados aleatoriamente - durante o check-in online -, por meio d "inteligência" artificial.

 

· A providência está vedada até para casais - exceto se o passageiro aceitar pagar uma taxa para desfazer o que o robô fez. 


· O Grupo de Trabalho responsável pela regulamentação da reforma tributária entregou o seu relatório e algumas mudanças podem desagradar o governo Lula.

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