Em evento do Solidariedade, Eliane Lima desabafa e diz que vai lutar pela candidatura em Tucuruí

Aliança entre direção nacional do partido e o prefeito Alexandre Siqueira vira imbróglio e deve parar na Justiça Eleitoral.

27/05/2024 08:30
Em evento do Solidariedade, Eliane Lima desabafa e diz que vai lutar pela candidatura em Tucuruí
C


om divulgação limitada às redes sociais, o evento “Qualifica”, do partido Solidariedade, promovido em um dos auditórios do Radisson Hotel, em Belém, no último sábado, 25, teve um ponto alto que, embora ocultado pelos canais de notícias, é muito relevante para os observadores da cena política.


Presidente do diretório estadual do partido, Ed Wilson sumiu do mapa, mas não faltou apoio à pré-candidata/Fotos-Redes Sociais

Trata-se do desabafo da pré-candidata do partido à Prefeitura de Tucuruí, Eliane Lima, que, sem citar nomes, deu conta da situação - um imbróglio criado pelo acordo entre a direção nacional do partido e o prefeito da cidade, Alexandre Siqueira, garantindo a ele apoio em caso de ser fechada essa coligação e que, na prática, inviabiliza a candidatura de Eliane.

Ausência fala alto

 

A situação é tão delicada que era previsível. A confirmação de Eliane no evento que reuniu pré-candidatos a vereadores, prefeitos e vice-prefeitos de vários municípios paraenses para preparar os filiados para as eleições 2024 assustou de cara o presidente do diretório estadual do partido, Ed Wilson Dias, que passou a semana convidando, inclusive por vídeo gravado às vésperas do evento, mas na hora alegou “motivos de força maior” e “tomou chá de sumiço”.

 

Ed Wilson é pessoa de confiança do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), que, nos bastidores, controla o partido no Estado. Foi ele quem deu apoio a Eliane após a sua fala. Afinal, oficialmente, Ed Wilson não poderia tomar tal atitude como presidente estadual. Ele foi representado no evento por seu vice, Alessandro Amaro. Já o deputado estadual Erick Monteiro, que não é do partido, mas do PSDB, também marcou presença no evento.

 

Cuidado com a palavra 

 

Eliane Lima foi cuidadosa com as palavras, mas expressou sua dor com a possibilidade de ver sua candidatura ir pelos ares. Ela reiterou que precisava desmentir os boatos dando conta que sua pré-candidatura havia sido barrada pela Justiça Eleitoral. “Tudo não passa de uma tentativa de envolver meu nome em um processo do qual sequer faço parte. Não houve nenhuma decisão da Justiça Eleitoral que impeça minha candidatura nas próximas eleições”, reforçou ela.

 

Eliana garante que continua sendo pré-candidata. “Seguirmos em nosso projeto para melhorar a qualidade de vida da nossa população de Tucuruí”, disse ela, evitando entrar nos detalhes da rasteira política.

 

Adversário distante

 

Mas o fato é que, na prática, Eliane está sendo vítima do modus operandi que tem caracterizado a figura política do prefeito Alexandre Siqueira, de eliminar os adversários ainda antes da disputa nas urnas. Investigações em curso apontam que ele usou de manobras extra urnas para tirar do seu caminho o prefeito Artur Brito, que chegou a ser acusado pelo assassinato de seu e antecessor, Jones Willian, em 2017.

 

Com isso, nas eleições de 2020, restou como adversária Eliane Lima, de quem Siqueira venceu por uma diferença de apenas 164 votos e, diante de uma administração recheada com quase 100 processos e algumas acusações de improbidade, Eliane Lima surgia nas pesquisas como favorita.

 

Rasteira política

 

Siqueira, que hoje governa por decisão liminar e cuja elegibilidade ainda depende da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, tratou de tirá-la do caminho pouco antes do fechamento da janela partidária em negociação com a cúpula do Solidariedade, sem deixar tempo nem mesmo para Eliane Lima se filiar a outra legenda. O futuro, só a confirmação, ou não, das coligações dirão.

 

Papo Reto

 

· Dizem que a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (foto), se candidatou à sócia proprietária da Assembleia Paraense.

 

· Seu título seria o de número 10.157. Para quem não sabe, um título do clube gira hoje em torno de R$ 80 mil - uma pechincha. 

 

· A única coisa que evolui absurda e curiosamente dentro das universidades federais, muitas delas, aliás, em greve há dois meses, é a rejeição ao governo Lula, que teve, nessas instituições, apoio eleitoral quase unânime.

 

· A escolha pessoal de Lula por Paulo Pimenta para, como uma espécie de "governador biônico", coordenar as ações do governo federal no Rio Grande do Sul, ressuscitou, ao que parece, a velha rivalidade entre PT e PSDB, que disputaram o poder entre 1994 e 2014.

 

· Isso pode ser medido na recente fala de Aécio Neves: “Prioridade do governo não é o resgate das vítimas, mas dos petistas derrotados”.

 

· O Rio Grande do Sul precisará de R$ 1 bilhão para recuperar seu turismo, afetado com rodovias bloqueadas, aeroporto inoperante e 467 cidades surradas pelas cheias.

 

· A proteção cibernética, especialmente em instituições governamentais que gerenciam grandes volumes de dados pessoais, virou caso de polícia: as vítimas, desta feita, foram os milhões de usuários do SUS, cujo banco de banco de dados foi invadido, com a PF já investigando.

 

· Mas, sabe Deus a dimensão do que foi surrupiado de informações pessoais, inclusive sobre a condição de saúde de cada brasileiro...

Mais matérias OLAVO DUTRA