om divulgação limitada às redes sociais, o evento “Qualifica”, do partido Solidariedade, promovido em um dos auditórios do Radisson Hotel, em Belém, no último sábado, 25, teve um ponto alto que, embora ocultado pelos canais de notícias, é muito relevante para os observadores da cena política.
Trata-se do desabafo da pré-candidata do partido à Prefeitura de
Tucuruí, Eliane Lima, que, sem citar nomes, deu conta da situação - um
imbróglio criado pelo acordo entre a direção nacional do partido e o prefeito
da cidade, Alexandre Siqueira, garantindo a ele apoio em caso de ser fechada
essa coligação e que, na prática, inviabiliza a candidatura de Eliane.
Ausência fala alto
A situação é tão delicada que era
previsível. A confirmação de Eliane no evento que reuniu pré-candidatos a
vereadores, prefeitos e vice-prefeitos de vários municípios paraenses para
preparar os filiados para as eleições 2024 assustou de cara o presidente do
diretório estadual do partido, Ed Wilson Dias, que passou a semana convidando,
inclusive por vídeo gravado às vésperas do evento, mas na hora alegou “motivos
de força maior” e “tomou chá de sumiço”.
Ed Wilson é pessoa de confiança do
prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), que, nos bastidores, controla o
partido no Estado. Foi ele quem deu apoio a Eliane após a sua fala. Afinal,
oficialmente, Ed Wilson não poderia tomar tal atitude como presidente estadual.
Ele foi representado no evento por seu vice, Alessandro Amaro. Já o deputado
estadual Erick Monteiro, que não é do partido, mas do PSDB, também marcou
presença no evento.
Cuidado com a palavra
Eliane Lima foi cuidadosa com as
palavras, mas expressou sua dor com a possibilidade de ver sua candidatura ir
pelos ares. Ela reiterou que precisava desmentir os boatos dando conta que sua
pré-candidatura havia sido barrada pela Justiça Eleitoral. “Tudo não passa de
uma tentativa de envolver meu nome em um processo do qual sequer faço parte.
Não houve nenhuma decisão da Justiça Eleitoral que impeça minha candidatura nas
próximas eleições”, reforçou ela.
Eliana garante que continua sendo
pré-candidata. “Seguirmos em nosso projeto para melhorar a qualidade de vida da
nossa população de Tucuruí”, disse ela, evitando entrar nos detalhes da
rasteira política.
Adversário distante
Mas o fato é que, na prática, Eliane
está sendo vítima do modus operandi que tem caracterizado a
figura política do prefeito Alexandre Siqueira, de eliminar os adversários
ainda antes da disputa nas urnas. Investigações em curso apontam que ele usou
de manobras extra urnas para tirar do seu caminho o prefeito Artur Brito, que
chegou a ser acusado pelo assassinato de seu e antecessor, Jones Willian, em
2017.
Com isso, nas eleições de 2020,
restou como adversária Eliane Lima, de quem Siqueira venceu por uma diferença
de apenas 164 votos e, diante de uma administração recheada com quase 100
processos e algumas acusações de improbidade, Eliane Lima surgia nas pesquisas
como favorita.
Rasteira política
Siqueira, que hoje governa por
decisão liminar e cuja elegibilidade ainda depende da decisão do Tribunal
Superior Eleitoral, tratou de tirá-la do caminho pouco antes do fechamento da
janela partidária em negociação com a cúpula do Solidariedade, sem deixar tempo
nem mesmo para Eliane Lima se filiar a outra legenda. O futuro, só a
confirmação, ou não, das coligações dirão.
Papo Reto
· Dizem que a prefeita de
Marituba, Patrícia Alencar (foto), se candidatou à sócia proprietária da
Assembleia Paraense.
· Seu título seria o de número
10.157. Para quem não sabe, um título do clube gira hoje em torno de R$ 80
mil - uma pechincha.
· A única coisa que evolui
absurda e curiosamente dentro das universidades federais, muitas delas, aliás,
em greve há dois meses, é a rejeição ao governo Lula, que teve, nessas
instituições, apoio eleitoral quase unânime.
· A escolha pessoal de Lula por
Paulo Pimenta para, como uma espécie de "governador biônico", coordenar
as ações do governo federal no Rio Grande do Sul, ressuscitou, ao que parece, a
velha rivalidade entre PT e PSDB, que disputaram o poder entre 1994 e 2014.
· Isso pode ser medido na recente
fala de Aécio Neves: “Prioridade do governo não é o resgate das vítimas, mas
dos petistas derrotados”.
· O Rio Grande do Sul precisará
de R$ 1 bilhão para recuperar seu turismo, afetado com rodovias bloqueadas,
aeroporto inoperante e 467 cidades surradas pelas cheias.
· A proteção cibernética,
especialmente em instituições governamentais que gerenciam grandes volumes de
dados pessoais, virou caso de polícia: as vítimas, desta feita, foram os
milhões de usuários do SUS, cujo banco de banco de dados foi invadido, com a PF
já investigando.
· Mas, sabe Deus a dimensão do
que foi surrupiado de informações pessoais, inclusive sobre a condição de saúde
de cada brasileiro...