m juiz, amigo da coluna de longa data, sugere à população não se iludir com as espalhafatosas operações policiais envolvendo grandes autoridades, principalmente políticos corruptos, que também praticam lavagem de dinheiro. Segundo ele, em geral, as investigações nesses casos são muito difíceis e se arrastam anos a fio, mesmo que os corruptos estejam fora do poder.
As investigações geram um demorado
inquérito policial, em média de quatro anos, o qual, não raro, só começa com o
término do mandato. Depois, vem a ação criminal, que pode levar um bom tempo,
com sentença sujeita a recursos e mais recursos. A solução está no sequestro e
leilão de bens, apreensão de numerários e a imediata ação por improbidade,
essa, de natureza cível.
Origem do dinheiro
A prova da corrupção não é fácil,
avalia o magistrado, uma vez que há mistura de dinheiro limpo com dinheiro
sujo. Além disso, alguns inquéritos policiais são tão mal preparados que a ação
da Justiça acaba prejudicada.
Que nem Pilatos
Na Operação Lava-Jato, por exemplo, o
gigantesco inquérito foi até rápido - sabe-se lá o motivo. Contudo, havia material
- digamos - para abertura de centenas de processos. O então juiz federal
Sérgio Moro só julgou uns poucos processos e foi para a política. A juíza
sucessora, Gabriela Hardt, levaria muitos anos para julgar tudo, mas também
acabou deixando a tarefa para outros.
Águas de barrela
O resultado é que, depois de muitos
recursos junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a Operação Lava-Jato foi anulada
e encaminhada à Justiça Eleitoral, onde, fatalmente, tudo prescreverá por falta
de estrutura para julgar crimes que não sejam tipicamente eleitorais.