terceirização da gestão dos hospitais públicos por meio de Organizações Sociais (OS) tem gerado uma série de problemas aos hospitais regionais do Pará. O maior deles é o atraso recorrente nos pagamentos dos médicos e na compra de insumos. Mais uma vez os médicos dos hospitais Abelardo Santos e Metropolitano, na Região Metropolitana de Belém, e os do interior - Tucuruí, Redenção e Breves - denunciam o descaso com os profissionais de saúde, o que compromete a qualidade do atendimento prestado à população.

Material e medicamentos
Nos relatos, o Sindmepa recebeu denúncia de todo tipo de problema dentro dos hospitais. Os principais deles, presentes em todos os relatos, são a precarização do atendimento; os prejuízos para os médicos, com os atrasos nos salários e, como consequência, muitos pacientes prejudicados pela longa espera dos atendimentos e, quando eles acontecem, sobra ainda a falta de materiais e medicamentos.
“A pergunta que se deve fazer é: quem realmente ganha com essa terceirização da saúde pública? Porque os profissionais só têm recebido calotes, e os pacientes, prejuízos incalculáveis, uma vez que a doença não espera”, diz um dos dirigentes da entidade.
Entre as definições tiradas na assembleia está a organização de uma grande mobilização da categoria contra a gestão terceirizada. “A terceirização é nefasta porque, além de todos os problemas da incompetência da gestão, na hora em que os profissionais cobram ficam um jogando para o outro, ou seja, de um lado as OS acusam a Sespa de falta de pagamentos, e de outro, a Secretaria se esquiva e sempre diz que os repasses estão sendo feitos dentro das previsões contratuais, sendo que esses tais contratos não possuem nenhum nível de transparência; um absurdo”, avalia o dirigente.
Muito além do dinheiro
Durante a assembleia, os médicos de diversos hospitais do Estado relataram, além dos atrasos e até calotes, ocorridos ao término dos contratos com essas organizações, situação em que muitos simplesmente deixaram de receber seus salários.
Além disso, a falta de estabilidade e a perda de direitos trabalhistas foram apontadas como fatores que tornam o trabalho na saúde pública cada vez mais precário.
Para agravar, os profissionais relataram ainda muitos casos de assédio moral dentro dos hospitais. “A insatisfação com a gestão terceirizada é evidente, especialmente diante da instabilidade gerada pela falta de transparência no uso dos recursos públicos destinados às OS. Não bastasse tudo isso, há um clima de assédio moral e ameaças a cada vez que os profissionais cobram melhorias”, afirma o dirigente da entidade médica.
Quem fiscaliza?
Outro problema grave detectado pela entidade médica é a falta de fiscalização eficiente, o que tem permitido a má gestão dos hospitais sem que haja nenhum tipo de preocupação das OS com medidas administrativas, que naturalmente não existem. “A consequência direta disso é a precarização do atendimento, com unidades hospitalares enfrentando a escassez de medicamentos e insumos básicos, comprometendo o tratamento dos pacientes e sobrecarregando os profissionais de saúde. Os órgãos fiscalizadores precisam acordar”, afirma o dirigente.
Contra a terceirização
Diante dos relatos apresentados na reunião, o Sindmepa reafirmou seu posicionamento contrário à atual administração dos hospitais públicos por OS, e está cobrando medidas urgentes e dentro de alguns dias podem envolver a esfera judicial, para garantir um controle mais rigoroso sobre a aplicação dos recursos da saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que deveriam ser transparentes e eficientes para a população.
Papo Reto
·Em portaria datada do último dia 11, assinada pelo Procurador-Geral do Estado, Cezar Mattar (foto), a presidente da Associação dos Promotores, Ana Maria Magalhães de Carvalho, passa a exercer o cargo de assessor especial da PGJ.
·A crise interna no PDT no Pará tende a se agravar, com ações desencadeadas pelos deputados estaduais Adriano Coelho e Ivanaldo Braz.
·A ideia dos parlamentares é assumir, através do diretório nacional, o comando do diretório estadual, em franca oposição ao ex-deputado Giovanni Queiroz, atual presidente.
·Adriano Coelho e Ivanaldo Braz já deram ciência das movimentações ao governador Helder Barbalho, inclusive sugerindo a indicação de substituto de Giovanni Queiroz no cargo de secretário de Helder.
· Para Alexandre Coelho, que planeja disputar vaga na Câmara Federal nas próximas eleições, “o tempo de Giovanni passou”. Bem, diz a lenda que “político sem mandato, nem o vento lhe bate às costas”.
·No jogo Fortaleza x Ceará, no último domingo, domingo, 84 pessoas travestidas de torcedores foram presas por envolvimento em briga de torcidas na capital cearense.
·Que o fato acenda os faróis da Polícia paraense em relação ao Re x Pa que se avizinha, onde a rivalidade beira o irracional.
·Os mercados norte-americanos Costco e Trader Joe’s vêm limitando o número de ovos que os clientes podem comprar devido à escassez do produto, por conta da gripe aviária.
·O governo federal organiza o arsenal para proibir técnicos de futebol, jogadores, árbitros, menores de 18 anos e membros de órgãos de regulação de apostar nas bets.