Mercado de Icoaraci tem duas placas anunciando obras, mas a verdade é que parece obra sem dono

Empresa do Maranhão contemplada com R$ 13 milhões para executar o serviço que não anda, nem desanda contabiliza mais de R$ 50 milhões em contratos semelhantes em Belém.

08/02/2024, 09:00
Mercado de Icoaraci tem duas placas anunciando obras, mas a verdade é que parece obra sem dono
D

 

uas placas anunciando obras, uma do governo do Estado e outra da Prefeitura de Belém estão instaladas no Mercado Municipal de Icoaraci, distrito de Belém, e apontam para uma reforma e revitalização do equipamento. Porém, mesmo com dois donos e um orçamento de quase R$ 13 milhões, a obra está mais parada que água de poço.


Em grupos nas redes sociais, trabalhadores e fornecedores denunciam descaso com obra administrada por engenheiro que vive em São Luís, no Maranhão, e falta de pagamento/Fotos: Divulgação.

Mesmo com esse volume de recursos, os trabalhadores estão sem receber salários. As reclamações dos atrasos estão registradas nos grupos de trabalho, tanto da obra quanto dos trabalhadores do próprio mercado que, impacientes com o atraso no andamento da obra, tentam entender o porquê da demora. Uma explicação pode ser o fato de a empresa não ser Belém, nem mesmo do Pará.

 

Coisas de vizinhos

 

Ainda não se sabe ao certo qual dos dois donos da obra, a Prefeitura de Belém ou o governo do Estado decidiu pela contratação de uma empresa do Maranhão - a Qualitech Engenharia - para fazer a reforma do mercado de Icoaraci.

 

Tudo bem que o Estado vizinho não é tão longe, mas não há justificativa, diante do grande número de empresas de construção presentes no Estado. Além do mais, não pesa, exatamente, de onde vem a empresa, mas, convenhamos, submeter a população a uma situação caótica como é o caso do Mercado de Icoaraci não tem cabimento, nem aqui, nem na Cochinchina.

 

Gerenciando à distância

 

Não por acaso, com essa distância, o gerenciamento da obra fica prejudicado. É o que dizem, e comprovam com imagens, os muitos áudios no grupo de trabalhadores da feira.

 

A principal reclamação, no entanto, é dos trabalhadores da obra que, além de ficarem sem salários, ficam sem supervisão, já que o engenheiro da empresa, Yuri Campelo, assim como a firma, também é do Maranhão, e na prática apenas visita a obra esporadicamente.

 

Para piorar, os trabalhadores dizem que quando Yuri resolve sair de São Luís, a capital maranhense onde ele reside, para visitar a obra, dá um show de grosserias com os trabalhadores e reclama de tudo, mas não dá nenhuma satisfação pela sua ausência quase permanente.

 

Fornecedores não recebem

 

A falta de pagamentos vai além dos funcionários da obra, e atinge também os fornecedores, conforme depoimentos de pessoas que, mesmo sem receber, precisam do trabalho e temem retaliações. Um detalhe importante, e que grita por fiscalização dos órgãos responsáveis, é que a mesma empresa do Maranhão é a responsável também pelas reformas dos mercados municipais da Pedreira, Terra-Firme e Guamá, com um volume de recursos que ultrapassa R$ 50 milhões, e todos eles com obras ainda por concluir.

 

Papo Reto

 

Segue sem qualquer explicação - como se não precisasse - a substituição do advogado Elias Chama (foto) da Procuradoria do TCE.

 

O advogado foi, por quatro anos, procurador das presidências exercidas pela conselheira Lourdes Lima.

 

Sua substituição ocorreu no bojo de mais uma mexida na equipe herdada da administração anterior e acirrou os ânimos na Corte.

 

No Carnaval de Bragança, além do bloco político do prefeito Raimundo Oliveira, que corre o risco de desfilar sem abadá, há outros dois, de raiz, que se destacam - Patokada e Urubu Cheiroso - e dois ainda mais destacados: Bora Coisar e Catapulta.

 

Boa parte da Ilha de Mosqueiro amargou um apagão nos últimos dias. Resultado: muitas casas foram arrombadas durante as madrugadas.

 

É grave a situação da fuga de médicos da Unimed Belém. Leitora da coluna informa que praticamente todo santo dia um profissional bate em retirada.

 

Enquanto isso, os cooperados continuam pagando e os serviços, sendo reduzidos. E pergunta: para onde vai tanto dinheiro?

 

A advogada Marcelia Bruna Sousa de Oliveira Marinho, especialista em direito previdenciário, é a representante do Norte do Brasil no Instituto dos Advogados Previdenciários, o Iape.

 

Trata-se de uma associação civil sem fins lucrativos, sediada em São Paulo e com atuação em todo o País.


A nomeação marca a primeira vez que a entidade terá uma representação na região e com uma profissional que atua na Amazônia.

Mais matérias OLAVO DUTRA