ocaso da administração do prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, reeleito pelo DEM em disputa acirrada contra a atual deputada estadual Maria do Carmo, do PT, sinaliza que não restará saudades, mas pedra sobre pedra. Explica-se: não bastasse o rastro de “calotes” dados no curso da gestão - um deles, entre os mais conhecidos, na empresa de construção responsável pelas obras do Centro Integrado de Pesca Artesanal, nesta semana o Tribunal de Justiça do Pará manteve a decisão do juiz Claytoney Ferreira de afastar o prefeito caso ele não cumpra em 60 dias sentença transitada em julgada de melhorias na área de Saúde. O pedido de cumprimento da sentença foi feito pelo Ministério Público do Pará através das promotoras Évelin dos Santos e Maria Raimunda Tavares.

Promessa é dívida
No caso da construção do Centro de
Pesca Artesanal, a empresa Multisul Engenharia entregou a obra e recebeu o
atestado de conclusão assinado pela equipe do prefeito, na data de 18 de
fevereiro de 2018, assinado pelo Secretário de Infraestrutura à época, Daniel
Guimarães Simões e pelo assessor técnico de Engenharia Cledimar Augusto da
Silva.
A obra não foi paga e a empresa
acionou o município na Justiça, mas logo foi chamada para acordo, quando
recebeu apenas uma parcela das três acordadas. O prefeito sumiu. Novamente, sem
saber que levaria “calote”, a Multisul informou à Justiça sobre o acordo
formalizado no valor de R$ 845.181,42, que seria pago em três parcelas e
desistiu da ação, embora a sentença já tivesse sido proferida em primeiro grau.
Alguém explica?
Não se sabe se o prefeito conseguiu
aprovar o Convênio 086/2009/Mapa junto ao Ministério da Pesca e ao Tribunal de
contas da União, nem como e se aprovou suas contas no ano de 2018 junto ao TCM
referente à contrapartida do município, já que não efetuou o pagamento e o
dinheiro restante, empenhado ou não, tomou chá de sumiço. Como bem sabem os
peixes, fisgados artesanalmente ou não, dinheiro de convênio é específico para
ser gasto no objeto do convênio. É carimbado.
O dono do bastão
Tudo indica, afinal, que o sucessor
do Nélio Aguiar terá dois caminhos a escolher: se for eleito com o apoio dele,
terá que negociar ou manter o ritmo dos calotes; se for de oposição, fará o
mesmo, isto é, negocia ou não paga - casos que recomendam a salutar providência
de auditoria para justificar a inércia administrativa pelo menos no início da
nova gestão. Os credores irão bater na porta da prefeitura ou do Judiciário.
TJ mantém decisão
de afastar prefeito
de Santarém pelo bem
da saúde da população
Com relação à sentença do juiz
Claytoney Ferreira, foi proferida no dia 14 de abril e comunicada cinco dias
depois. Faltam, portanto, cerca de 30 dias para que o prefeito cumpra as quatro
medidas a serem tomadas no período estipulado pelo magistrado. Veja:
De olho na lide
"Esperamos que com essa decisão
do Tribunal de Justiça do Estado, o prefeito de Santarém cumpra a sentença
judicial e implemente as melhorias no hospital municipal para atender as
demandas de saúde da população", afirma a diretora do Sindicato dos
Médicos do Pará, Nástia Irina.
Com informações do Portal Jeso Carneiro
Papo Reto
· Uma autoridade de contas com
enorme influência na região nordeste do Pará aparece como personagem de uma
situação inusitada e vexatória em frente a um grande supermercado em Irituia.
· Caberia em uma ocorrência
policial. Em defesa da candidatura de um membro da família Tonheiro contra a
candidatura Pio X, a dita autoridade saiu dos saltos ante uma suposta
adversária.
· A discussão bufa e deprimente
teve até ameaças de tapa na cara. Fazendo as contas no tribunal da rua, falta
conselho, sobra conselheiro.
· Envolvido em uma polêmica no
âmbito do gabinete do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o ex-DAS Paulo
Stark (foto) sumiu do mapa.
· Dizem que teria sido chamado
às falas, depois de vazar áudios de teor muito delicado para a administração,
“um cala a boca”, exatamente.
· Congresso
em Foco: a análise e discussão sobre a regulamentação da reforma tributária na
Câmara dos Deputados está travada pela falta de relator.
· A expectativa é que o presidente
da Casa, Arthur Lira, defina os nomes que irão definir o relatório final nos
próximos dias.
· Aliás, Arthur Lira
autorizou na última segunda-feira a criação de Comissão Externa para acompanhar
autoridades durante a crise humanitária dos indígenas Yanomami.
· Todos os deputados
selecionados para o colegiado, no entanto, votaram a favor do Marco Temporal
das terras indígenas, em maio passado. A única exceção fica por conta da
deputada Gisela Simona, do União Brasil, que não participou da votação.