Sob investigação cerrada, Clínica São Lucas mantém Bruno Carmona e familiares como sócios

Caso envolve 23 pacientes impactados com perda total ou parcial da visão em mutirão médico no Distrito de Icoaraci.

25/10/2024, 08:30
Sob investigação cerrada, Clínica São Lucas mantém Bruno Carmona e familiares como sócios
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caso da clínica particular São Lucas, localizada em Icoaraci, distrito de Belém, que escancarou ao restante do País o episódio envolvendo 23 pacientes impactados com a perda total e parcial da visão depois de um mutirão de cirurgias para corrigir problemas oculares - catarata e glaucoma, entre outros - ganha novo capítulo. A clínica está sob investigação da Polícia Civil do Pará e do Conselho Regional de Medicina.


Presidente da Santa Casa é um dos nove sócios do empreendimento médico responsável pelo trágico mutirão/Fotos: Divulgação-g1.
 

Nesse cenário de tragédia, chama atenção a figura de um conhecido gestor público: o presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, médico Bruno Carmona, um dos nove sócios da Clínica São Lucas. Ele está nesta condição desde 24 de março de 2024, conforme consta no quadro societário da empresa, inaugurada há 18 anos. Inicialmente, a Clínica São Lucas manteve o perfil de maternidade, mas já serviu de apoio durante a reforma do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci.

 

Bruno Carmona, que coleciona denúncias por supostas irregularidades na gestão da Santa Casa, soma-se às irmãs Bruna e Bárbara, e ao pai Antônio, na sociedade da clínica.

 

Ligações perigosas

 

A crise desencadeada no setor de saúde a partir do episódio conecta-se com a Fundação Santa Casa não apenas com o trânsito de seu presidente entre os sócios, mas com a informação de que o hospital público teria servido de apoio emergencial no atendimento aos pacientes com quadro de infecção e para a retirada do globo ocular.

 

Além da Santa Casa, duas outras clínicas particulares teriam recebido pacientes em situação de infecção. Enquanto o Conselho Regional de Medicina produz um relatório sobre as condições e as instalações da Clínica São Lucas, resultante da fiscalização realizada no dia 16 de outubro, tanto Ministério Público quanto Polícia Civil investigam o caso. O fato tem o acompanhamento do Ministério da Saúde.

 

Acordos “por fora”

 

Segundo o que apurou a Coluna Olavo Dutra, uma mulher de nome Maria de Fátima teria sido encaminhada à Santa Casa. A vítima da tragédia, inclusive, teria ficado internada 18 dias na devido à gravidade do quadro clínico. Existe a possibilidade de outros pacientes terem sido recebidos em leitos do Hospital Santa Casa.

 

Ainda pelo que a coluna conseguiu apurar, vítimas e familiares já teriam feito acordos judiciais com o grupo empresarial responsável pela clínica. A coluna pediu um posicionamento à Fundação Santa Casa e aguarda a informação para atualizar a notícia.

 

Papo Reto

 

· Se bem andou, o governo do Estado deve ter corrigido a publicação do Diário Oficial “transferindo o Recírio” desta segunda-feira para o primeiro dia de novembro.

 

· A Imprensa Oficial do Estado não trabalha mais com revisores; só pode ser. Erros assim custam muito caro ao chefe do Executivo.

 

· O arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira (foto), que dia desses abriu os braços para receber bondades do Estado em obras na Igreja, se benzeu três vezes antes de se pronunciar contra a publicação.

 

· Moradoras da Comunidade Ribeirinha Nossa Senhora dos Navegantes, na região do rio Aurá, engessaram as obras de construção da avenida Liberdade, ontem.

 

· A Assembleia Legislativa aprovou a criação de dez novos cargos de procurador de Justiça do Ministério Público do Pará, projeto de iniciativa do PGJ Cezar Mattar.

 

· Prefeitos eleitos e reeleitos do Pará devem ter cuidado com a oferta de um projeto tecnológico fake que circula no interior do Estado: instalação de internet em espaços públicos.

 

· Na realidade, originalmente, o projeto é de um especialista do governo do Estado, sério, escrito e idealizado no Japão, que por estas plagas atende pelo nome de Conecta Pará.

 

· Amadurecido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia na Era Maneschy, o projeto caiu em mãos de terceiros, que agora o vendem na base do ‘gato por lebre’.

 

· Uma gerente de educação de uma escola bilíngue para endinheirados em Belém segue apontando - para inglês ver. Não será por falta de aviso.

 

Mais matérias OLAVO DUTRA