caso da clínica particular São Lucas, localizada em Icoaraci, distrito de Belém, que escancarou ao restante do País o episódio envolvendo 23 pacientes impactados com a perda total e parcial da visão depois de um mutirão de cirurgias para corrigir problemas oculares - catarata e glaucoma, entre outros - ganha novo capítulo. A clínica está sob investigação da Polícia Civil do Pará e do Conselho Regional de Medicina.

Nesse cenário de tragédia, chama
atenção a figura de um conhecido gestor público: o presidente da Fundação Santa
Casa de Misericórdia do Pará, médico Bruno Carmona, um dos nove sócios da Clínica
São Lucas. Ele está nesta condição desde 24 de março de 2024, conforme consta
no quadro societário da empresa, inaugurada há 18 anos. Inicialmente, a Clínica
São Lucas manteve o perfil de maternidade, mas já serviu de apoio durante a
reforma do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci.
Bruno Carmona, que coleciona
denúncias por supostas irregularidades na gestão da Santa Casa, soma-se às
irmãs Bruna e Bárbara, e ao pai Antônio, na sociedade da clínica.
Ligações perigosas
A crise desencadeada no setor de
saúde a partir do episódio conecta-se com a Fundação Santa Casa não apenas com
o trânsito de seu presidente entre os sócios, mas com a informação de que o
hospital público teria servido de apoio emergencial no atendimento aos
pacientes com quadro de infecção e para a retirada do globo ocular.
Além da Santa Casa, duas outras
clínicas particulares teriam recebido pacientes em situação de infecção.
Enquanto o Conselho Regional de Medicina produz um relatório sobre as condições
e as instalações da Clínica São Lucas, resultante da fiscalização realizada no
dia 16 de outubro, tanto Ministério Público quanto Polícia Civil investigam o
caso. O fato tem o acompanhamento do Ministério da Saúde.
Acordos “por fora”
Segundo o que apurou a Coluna
Olavo Dutra, uma mulher de nome Maria de Fátima teria sido encaminhada à
Santa Casa. A vítima da tragédia, inclusive, teria ficado internada 18 dias na
devido à gravidade do quadro clínico. Existe a possibilidade de outros
pacientes terem sido recebidos em leitos do Hospital Santa Casa.
Ainda pelo que a coluna conseguiu
apurar, vítimas e familiares já teriam feito acordos judiciais com o grupo
empresarial responsável pela clínica. A coluna pediu um posicionamento à
Fundação Santa Casa e aguarda a informação para atualizar a notícia.
Papo Reto
· Se bem andou, o governo do
Estado deve ter corrigido a publicação do Diário Oficial “transferindo o
Recírio” desta segunda-feira para o primeiro dia de novembro.
· A Imprensa Oficial do Estado
não trabalha mais com revisores; só pode ser. Erros assim custam muito caro ao
chefe do Executivo.
· O arcebispo de Belém, Dom
Alberto Taveira (foto), que dia desses abriu os braços para receber
bondades do Estado em obras na Igreja, se benzeu três vezes antes de se
pronunciar contra a publicação.
· Moradoras da Comunidade
Ribeirinha Nossa Senhora dos Navegantes, na região do rio Aurá, engessaram as
obras de construção da avenida Liberdade, ontem.
· A Assembleia Legislativa
aprovou a criação de dez novos cargos de procurador de Justiça do Ministério
Público do Pará, projeto de iniciativa do PGJ Cezar Mattar.
· Prefeitos eleitos e reeleitos
do Pará devem ter cuidado com a oferta de um projeto tecnológico fake que
circula no interior do Estado: instalação de internet em espaços públicos.
· Na realidade, originalmente, o
projeto é de um especialista do governo do Estado, sério, escrito e idealizado
no Japão, que por estas plagas atende pelo nome de Conecta Pará.
· Amadurecido pela Secretaria de
Ciência e Tecnologia na Era Maneschy, o projeto caiu em mãos de terceiros, que
agora o vendem na base do ‘gato por lebre’.
· Uma gerente de educação de uma
escola bilíngue para endinheirados em Belém segue apontando - para inglês ver.
Não será por falta de aviso.