notícia de que a qualquer momento o Banco do Estado do Pará (Banpará) deve publicar o edital do seu próximo concurso público é muito boa para quem busca uma oportunidade de emprego com estabilidade, se lograr êxito no exame, mas, para as empresas que atuam no mercado, a escolha - já definida pelo banco - da fundação responsável pela organização do certame fere a legislação ao não cumprir o requisito de “empresa ilibada”, um dos critérios mais importantes vários previstos em lei.
A empresa escolhida - e com o
contrato já assinado, no valor de quase R$ 2 milhões - é o Centro de Extensão,
Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional, o Cetap, que responde na Justiça à
Ação Civil Pública n.º 1013198-95.2019.4.01.3900, em tramitação na 2ª Vara
Federal. Em 2019, em decorrência das investigações da “Operação Forte do
Castelo”, a Justiça pediu o bloqueio de bens da empresa.
Contrato e arrecadação
O contrato com o Cetap, banca
organizadora do novo concurso do Banpará, foi fechado com dispensa de licitação
no valor de R$ 1,9 milhão. A assinatura ocorreu em 19 de abril e a publicação,
no dia 24 do mesmo mês, no Diário Oficial do Estado. Fonte da Coluna
Olavo Dutra assegura, no entanto, que esse valor não chega nem perto
do que deverá ser arrecadado com as inscrições para o concurso que, com base no
último certame, realizado em 2018 - com a oferta de 126 vagas -, teve com
arrecadação superior a R$ 5 milhões.
Dispensa de licitação
A dispensa de licitação número
004/2024, do contrato de número 051/2024, firmado entre Banpará e Cetap,
destina-se ao planejamento, organização, coordenação e execução de concurso
público para preenchimento de vagas previstas e formação de cadastro de reserva
para cargos de nível médio e superior, e foi assinada pelo diretor administrativo
do banco, Paulo Arévalo, e pela diretora-presidente da instituição, Ruth
Pimentel Mello.
Rescisão de contrato
Há quatro anos, a empresa Cetap
também estava contratada, após ter sido vencedora de um pregão eletrônico, para
realização do concurso público para preenchimento de vagas de nível médio do
Ministério Público do Pará, mas, em 8 de janeiro de 2020, o MP instaurou um
procedimento de rescisão unilateral de contrato após ser informado, pelo MPF,
que a empresa teve os bens bloqueados pela Justiça em decorrência dos
desdobramentos da “Operação Forte do Castelo”.
Lentidão operacional
O Pregão Eletrônico de nº
019/2018-MP/PA, vencido à época pelo Cetap, tinha o valor total de R$
944.650,00. Além da denúncia contra a empresa, o MP considerou também a
“lentidão de execução, já que a empresa solicitou duas alterações contratuais -
protocolos n.º 46667/20159 e 49195/2019 - que inviabilizam qualquer publicação
de edital ou recolhimento de taxas de inscrição, prejudicando a realização de
provas ou divulgação de resultado final.
Tais pendências também inviabilizam
qualquer desembolso por parte do MP, nos termos do item 5.1 do contrato n.º
026/2019- MP/PA”, informou o MP à época do cancelamento.
Investigação e bloqueio
Na Ação Civil Pública n.º 1013198-95.2019.4.01.3900,
que corre na 2ª Vara Federal sobre desvios de recursos investigados pela
“Operação Forte do Castelo”, foi pedido bloqueio de bens do ex-prefeito de
Belém Duciomar Costa, da sua então esposa Elaine Baía Pereira e de Ilza Baía
Pereira, Márcio Barros Rocha, Luís Eduardo Onishi e Ricardo Augusto Lobo Gluck
Paul, junto com a sua fundação Cetap, e o Instituto Portal do Conhecimento
(IPC), que teria recebido, por meio do Cetap, recursos públicos no valor de R$
4.622.741,26, chamados na ação de valor “correspondente aos recursos
supostamente desviados em favor do ICP”.
Brincando de “Deus”
Pelo visto, desta vez, à luz dos
antecedentes, qualquer semelhança entre a decisão da diretoria do Banpará e um
risco calculado não será mera coincidência.
Papo Reto
· Uma comitiva do Rio de Janeiro
foi recebida ontem em Belém pelos dirigentes da Companhia de Desenvolvimento
Econômico do Pará, a Codec.
· Está aberto um intercâmbio
sobre gestão de áreas econômicas incentivadas, com a apresentação dos chamados
“modelos de gestão de desenvolvimento econômico” - distritos industriais,
condomínio industrial, Zona de Processamento de Exportação e políticas de incentivos
fiscais voltadas para atração de investimentos.
· Tomara que essa gente não tenha
visitado o Distrito Industrial de Ananindeua, que, de modelo, não tem nada.
· O prefeito Edmilson Rodrigues
estima receber R$ 274 milhões do Novo PAC Seleções, correspondentes à soma dos
três projetos selecionados e anunciados ontem pelo presidente
Lula (foto).
· O financiamento não
reembolsável contempla os projetos de renovação da frota de transporte público
(R$ 133,4 milhões); obras da Bacia do Mata Fome, e de regularização fundiária
(R$ 132,7 milhões); e a regularização fundiária de 5 mil habitações no Guamá
(R$ 8 milhões).
· Um motorista desastrado saiu
no braço, ontem, com agentes do Detran, depois de bater na viatura e cair no
canteiro central da BR-316, em Marituba.
· Segundo informações iniciais,
o condutor estaria fugindo de um acidente, mas acabou conduzido para a
delegacia.
· Em maio de 1941, há 83 anos,
a cidade de Porto Alegre foi inundada por 25 dias seguidos de chuva, exatamente
como agora...
· Em
abril, o custo da cesta básica subiu em dez capitais brasileiras, com São Paulo
apresentando a cesta mais cara do País (R$ 822,24), seguida pela do Rio de
Janeiro (R$ 801,15).