Pronto Socorro do Guamá segue em crise. Denúncias constantes e vídeos
divulgados por anônimos apontam a deterioração física do hospital público e a
qualidade sofrível de serviços, apesar da suposta "gestão rigorosa"
da administração e suas ligações diretas com o gabinete do prefeito de Belém,
Edmilson Rodrigues. A julgar pelo que “não acontece” por parte da prefeitura e
dos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público ou o Tribunal de Contas
dos Municípios, por exemplo, com relação às denúncias, que são recorrentes,
está decretada a infame sentença segundo a qual “o que não tem remédio,
remediado está”.
Uma
fossa séptica estourada em frente ao hospital libera odor insuportável e água
contaminada, ameaçando a saúde de pacientes, acompanhantes e moradores do bairro.
Ainda há alegações de assédio moral, por um “considerado costa quente” da
“gestão rigorosa”. A associação dos servidores e o Sindicato dos Técnicos e
Auxiliares de Enfermagem também denunciam o coordenador de Informação à Saúde,
tido e havido como assessor jurídico de uma das gestoras do hospital “por
perseguir funcionários”, casos que viraram tema de debates na Câmara de Belém,
através da vereadora Silvia Letícia, do Psol.
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Um vídeo que circula em aplicativo de mensagens revela a desordem interna do hospital,
com pacientes amontoados em corredores, macas e camas improvisadas. Os
acompanhantes, por sua vez, são forçados a sentar no chão ou em cadeiras de
plástico, sem qualquer proteção. O ambiente hospitalar é dominado por cargos
políticos, com mais "caciques" do que funcionários, segundo
servidores ouvidos pela coluna.
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Fora da curva e além
A
crise que envolve o Pronto Socorro do Guamá inclui a existência de um tomógrafo
completamente inoperante há mais de três meses devido à falta de manutenção. Como
resultado, exames que deveriam ser realizados na própria unidade - sem custos
adicionais para o município - são encaminhados para clínicas privadas em Belém,
gerando despesas significativas, conforme aponta um relatório ao qual a coluna
teve acesso. Imagens de superlotação e constantes denúncias de falta de
insumos e medicamentos sugerem que o principal problema da unidade é de gestão.
Audiência na Câmara
Representantes
dos funcionários do hospital encaminharam uma série de denúncias à vereadora
Sílvia Letícia. Em resposta, a parlamentar se comprometeu a solicitar uma
audiência pública da Comissão de Saúde para discutir a situação e buscar
soluções aos problemas enfrentados pelo pronto socorro.
Favorecimento político
Outro
problema denunciado por funcionários do Pronto Socorro do Guamá envolve a farra
de carga horária, procedimento sem controle da administração que
estaria beneficiando aliados, enquanto os funcionários que prestaram
concurso público recebem salários abaixo do mínimo. A lista de denúncias
é longa e inclui até desvios de função. Veja a lista de cargos de indicação
política fornecida por servidores:
Favores e desvios
Cláudio Marcelo - Técnico em enfermagem, chefe da Lavanderia:
recebe extensão de carga horária
Mário
Paes - Técnico em enfermagem, atua
em atividade de assistência e recebe extensão de carga horária, mas não é
encontrado no trabalho; tem dupla lotação
Wallace
Freitas - Chefe das Contas Médicas,
lotado no Gabinete do prefeito
Roberto Barbosa - Chefe da informática, setor precarizado
Djacira
da Silva Pereira -E encontra-se em
Minas Gerais
Wanessa
Belém da Silva - Lotada no hospital, mas
trabalha na Secretaria de Saúde
Aldenor
de Souza Ferreira - Extensão de carga horária
Júlio César Vulcão - Coordenação da infraestrutura, não exerce a
função
Lorena Regina Velasco Silva Gomes - Coordenadora do CASS, atua como
chefe do setor de regulação do Hospital Barros Barreto
Rubinaldo da Silva - Acusado de assédio, atua como cabo eleitoral
de uma candidata a vereadora
Papo Reto
· Depois
de uma agenda intensa e de vários dias em Nova York, nos
Estados Unidos, onde participou de eventos da área econômica, o governador
Helder Barbalho (foto) vai à churrascaria, hoje.
· Helder
reúne cerca de 100 prefeitos em uma churrascaria na Augusto Montenegro para
comemorar aniversário e, por óbvio, mostrar sua força política, que é inegável.
· A coluna fica até meio que sem jeito,
mas o governador troca de idade, hoje. Assim: como se sabe, Helder tem ojeriza
a certo número, mas, deixa isso quieto.
· Digamos que o governador do Pará, que é
inegavelmente um animal político, soma hoje 3 x 15 risonhas primaveras.
Entenderam? Cést la vie...
· Aliás, na ausência de Helder e da
vice-governadora Hana Ghassan, coube ao governador em exercício, deputado
Chicão Melo, assinar a nomeação da ex-deputada Ann Pontes, escolhida a nova
conselheira do TCM. Ann assumiu ontem, em cerimônia discreta.
· Sabe os sinais? A coluna os tem dado, em
doses homeopáticas, para não intoxicar o leitor.
· O candidato do MDB à Prefeitura de Belém,
Igor Normando, deve ganhar o impulsionamento que precisa com a indicação da
secretária de Cultura do Estado, Úrsula Vidal, à vaga de vice na chapa.
· Atentem para os sinais...
· O vice-presidente da República e
ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,
estará em Belém, agora dia 22, para participar da abertura da Feira da
Indústria do Pará.
· Alckmin foi convidado pessoalmente pelo
presidente da Fiepa, Alex Carvalho, em abril deste ano, em Brasília.
· Uma das ações da pasta de Alckmin, o
programa Nova Indústria Brasil é um dos temas que serão discutidos durante a
feira, prevista para o Hangar.
· O plano prevê disponibilizar R$ 300
bilhões em financiamentos para impulsionar a retomada da produção industrial no
País.