arece piada de mau gosto, mas, conforme a coluna
antecipou
(https://www.portalolavodutra.com.br/materia/
fim_de_semana_promete_ser_de_muito_
lixo_em_belem_e_solucao_apontada_
corre_risco_de_ficar_na_promessa),a Ciclus Amazônia, empresa resultante do consórcio liderado pela Terraplena Ltda., vencedor da parceria público privada com um contrato milionário, não tem onde colocar o lixo de Belém. O destino do lixo, portanto, mais uma vez, foi parar na Justiça: no final da manhã de ontem, 14, o Tribunal de Justiça, em decisão da desembargadora Filomena Buarque, determinou que a Guamá Tratamento de Resíduos Ltda., dona do único aterro sanitário licenciado no momento, receba o lixo coletado pela Ciclus a partir de hoje, segunda-feira, 15.
a
Ciclus Amazônia, empresa resultante do consórcio liderado pela Terraplena
Ltda., vencedor da parceria público privada com um contrato milionário, não tem
onde colocar o lixo de Belém. O destino do lixo, portanto, mais uma vez, foi
parar na Justiça: no final da manhã de ontem, 14, o Tribunal de Justiça, em
decisão da desembargadora Filomena Buarque, determinou que a Guamá Tratamento
de Resíduos Ltda., dona do único aterro sanitário licenciado no momento, receba
o lixo coletado pela Ciclus a partir de hoje, segunda-feira, 15.
Novo embate a caminho
A
Guamá, por sua vez, disse que, por ora, cumprirá “integralmente a decisão do
Poder Judiciário do Pará”, mesmo diante da operação com prejuízo acumulado de
mais de R$ 390 milhões, mas que vai recorrer da decisão.
A
empresa argumenta que, mesmo estando a Ciclus Amazônia contratada há mais de 60
dias para realizar todo o processo de limpeza urbana da cidade - da coleta ao
tratamento do lixo - e mesmo o contrato com a prefeitura prevendo a
subcontratação de aterro sanitário para a destinação final dos resíduos,
somente na última quinta-feira, dia 11, a Ciclus solicitou proposta comercial.
“Mesmo tendo recebido no próprio dia a proposta da Guamá, a Ciclus não buscou
nenhuma negociação, e resolveu recorrer à Justiça alegando emergência, quando
na verdade usou da sua própria leniência para induzir a decisão judicial”, diz
a Guamá.
Plano unilateral
Outro
ingrediente estranho do circo agora armado pela Ciclus é que a empresa chegou a
anunciar a subcontratação do Aterro Sanitário de Marituba, até que
implementasse uma nova central de tratamento de resíduos, porém, foi um anúncio
unilateral, já que a Guamá em nenhum momento recebeu comunicado oficial ou mesmo
visita técnica para realizar a subcontratação.
O
contrato da Ciclus com a prefeitura também prevê, em caso de subcontratação de
aterro sanitário para a destinação final dos resíduos, que o pagamento deve ser
feito direto pelo município à subcontratada, que no caso deveria ser a Guamá
Tratamento de Resíduos Ltda., proprietária do único aterro sanitário licenciado
na região, capaz de receber os resíduos de Belém neste momento, mas a
prefeitura também não se moveu nessa direção e, nos dias em que Belém esteve
tomada lixo em todos os cantos, cuidou apenas de fazer muita propaganda do
início das atividades.
Multas e solução zero
Outro
questionamento da Guamá que será feito à Justiça é que, mesmo comprovando a
operação deficitária e até os recorrentes atrasos no pagamento pela prefeitura,
a Justiça determinou que a Guamá deve manter o preço atual (R$ 124,55 por
tonelada), mesmo sendo a Ciclus vencedora de um contrato milionário envolvendo
100% da operação. A multa imposta à Guamá também é milionária - R$ 1 milhão por
dia em caso de descumprimento da decisão tomada pela Justiça.
A
Guamá diz ainda que a decisão da Justiça que a obriga a prestar serviços a
outra empresa privada, a Ciclus, “contraria normas jurídicas de direito
privado, em desrespeito à livre iniciativa e à liberdade de contratar
asseguradas aos agentes econômicos pela Constituição da República”.
Nesta
segunda-feira, o Ministério Público será cientificado e os autos serão
redistribuídos ao desembargador José Maria Teixeira do Rosário, que já deverá
analisar o pedido de recurso da Guamá.
Nova limpeza urbana de
Belém inicia operação
com
caminhões “maquiados”
O imbróglio referente ao tratamento do lixo da
capital paraense surge com nova denúncia, desta feita envolvendo os caminhões
que atuam na operação do transporte. Esses veículos, que já foram até objeto da
propaganda da Prefeitura de Belém, começam a ser vistos pelas ruas da capital
paraense.
Apesar de o contrato entre o Executivo e empresa Ciclus
Amazônia prever, como até divulgado pela Agência Belém, a utilização de
caminhões zero km para a prestação de serviço, a denúncia é de que uma suposta
“maquiagem” deu uma cara nova aos caminhões que integram os mais de 450
equipamentos, entre contêineres móveis e até uma varredeira mecânica.
Para quem desconhece, a Ciclus Amazônia, que vai operar
por 30 anos o serviço de coleta de lixo pelo valor de R$ 700 milhões, é
composta pela Terraplena Ltda., CS Brasil e Promulti Engenharia e
Infraestrutura e Meio Ambiente Ltda. Dentre elas, como afirma a denúncia, a
Terraplena Ltda., que detém maior percentual de participação entre as
consorciadas, é quem estaria maquiando os caminhões.
A Terraplena está sediada no Distrito de Icoaraci, local
onde os caminhões recebem manutenção e saem para a coleta de resíduos. Além da
empresa, o Grupo Vamos seria responsável pelo fornecimento de caminhões,
locados pela Ciclus Amazônia.
Por trás do lixo
“Os dias que as ruas ficaram mais abarrotadas de lixo, foi
porque eles (empresa) estavam fazendo a retirada dos adesivos dos caminhões que
rodam já há anos em Belém, e pintaram para colocar uma nova plotagem”, revela a
fonte.
A denúncia entra em conflito com a propaganda produzida e
postada na conta do prefeito de Belém no Instagram (@edmilsonpsol). “É com
grande satisfação que anuncio a chegada dos novos caminhões da Ciclus, marcando
o início de uma nova era na limpeza urbana de nossa cidade.”, escreveu o
prefeito. “Quem acreditou, está vendo acontecer”, disse em um trecho da peça
institucional, quando anunciou a chegada de “mais de 200" equipamentos
novos destinados ao serviço de limpeza urbana.
Mantivemos contato com
a assessoria de imprensa da Ciclus Amazônia e aguardamos um posicionamento
sobre a denúncia recebida.