m tempos de arengas políticas, o burburinho que se ouve nos gabinetes da Prefeitura de Belém aponta que no item ‘execução de obras dos mercados da cidade’, as relações com o governo do Estado azedaram de vez. O estrupício começou quando a empresa contratada para o serviço se retirou em definitivo dos canteiros de obras, levando máquinas e equipamentos.
Dizem
que o atual secretário de Economia, Leone Azevedo Gama da Rocha, levou
pessoalmente ao prefeito Edmilson Rodrigues o distrato de contrato, com o
cuidado de anexar as portarias de exonerações de parte dos componentes do corpo
técnico da Secretaria, entre eles o do diretor do Núcleo de Planejamento,
Rosemiro Souza. Nesses dois casos, apenas as demissões da equipe técnica não
foram questionadas.
Leone
Gama credita o atraso nas obras de reforma e adequação dos mercados ao
corpo técnico da Secretaria, mas o gabinete do prefeito e o núcleo político da
gestão têm outra versão: a paralisia teria o dedo do Estado.
Pressão vem de cima
Essa
opinião formada ganhou corpo a partir da postura e das falas do empreiteiro
Oseas Fróes, responsável pela execução das obras. Cobrado pela prefeitura sobre
a lentidão dos serviços, o empresário teria se confessado “pressionado a
desacelerar” a execução dos serviços. Apesar de ser habituado a citar supostas
relações com ‘figurões’ do governo do Estado, Froes regou a desconfiança com a
dose certa. Contra ele pesa o fato de que detém contrato com o Estado - e o
jogo é de perde e ganha, inclusive dentro da própria Prefeitura de Belém.
Estranho no ninho
Ao
contrário do que se poderia imaginar, as disputas internas patrocinadas pelas
tendências e correntes políticas e ideológicas, além dos interesses comerciais,
também concorrem para favorecer a marcha lenta engatada pela gestão do prefeito
Edmilson Rodrigues. Na cozinha do prefeito estão se digladiando o ex-secretário
Cláudio Puty e Apolônio Brasileiro, ambos insatisfeitos com os últimos
acontecimentos e a intromissão do atual Secretário de Urbanismo, Lélio Costa,
que tenta emplacar sua empreiteira favorita nos negócios.
Ocorre
que a assessoria Jurídica da Prefeitura de Belém alertou o prefeito sobre as
particularidades dos convênios celebrados entre a Prefeitura de Belém e o
governo do Estado, em particular as obras dos mercados municipais, cujos
recursos provêm da Secretaria de Obras.
O peso do fardo
Rede
de intrigas ou não, o fato é que, a menos de dois meses da eleição, Edmilson
Rodrigues está com um ônus muito pesado para romper as barreiras da campanha de
reeleição, principalmente em bairros populosos e com alta densidade eleitoral -
Guamá, Terra Firme, Pedreira, Jurunas e Icoaraci.
Papo Reto
· A chapa da prefeita Patrícia Alencar (foto) corre
risco de impugnação. A candidata a vice, Bárbara Bessa, não teria se
desincompatibilizado do cargo de secretária de Educação em tempo hábil.
· Pesquisas encomendadas por candidatos majoritários nas
eleições municipais sobre especificamente a Conferência do Clima, que será
realizada em Belém, em 2025, provam a percepção de sentimentos diversos do
belenense sobre o evento.
·
Há apoio, por considerar que a COP trará emprego e renda
por meio do turismo, mas, também há um reconhecimento de que as obras estão
atrasadas.
· Outro ponto nevrálgico: para muitos, as obras são
realizadas durante o dia, prejudicando o caótico trânsito da capital.
· O exemplo dos japoneses que fazem obras durante à noite
são observados como referências para os gestores daqui.
·
Subiu para quatro o número de disparos em eventos com a
presença de políticos na Grande Belém, quando, na noite de sábado, 17, por
volta das 23h, disparos foram feitos contra a residência do ex-vereador e
candidato Franklin Costa, do PP, no bairro de Itupanema, em Barcarena.
· Ele e a família estavam no local no momento dos disparos
e ninguém ficou ferido. Desde que o Instituto Fogo Cruzado passou a mapear a
RMB, em novembro de 2023, houve quatro disparos de arma de fogo na presença de
políticos, todos sem mortos ou feridos.
· Perguntar não ofende: a recente queda nos preços
internacionais da gasolina e do diesel, como fruto da desaceleração da economia
chinesa e da menor tensão geopolítica no Oriente Médio, além da valorização do
real frente ao dólar, vai baratear os preços do produto no Brasil?