inte e quatro anos se passaram desde o desaparecimento do busto de Rui Barbosa, erguido no centro da Praça Barão do Rio Branco, defronte à sede da OAB, no bairro da Campina. De lá pra cá, quase trinta peças confeccionadas em bronze sumiram de nossos logradouros sem que nenhum órgão da administração municipal ou outra instituição oficial, inclusive aquelas às quais a Constituição Federal atribui a responsabilidade de promover as medidas administrativas e judiciais para apurar responsabilidades em torno da questão, adotem qualquer providência.

Se hoje existe um inquérito policial aberto para tentar esclarecer esses crimes, deve-se à iniciativa da Comissão Especial de Defesa do Patrimônio Histórico de Belém do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, que chamou para si essa tarefa, em face da irresponsável omissão do poder público municipal.
Sumidouro de história
Em
outubro do ano passado, mais um item foi acrescentado à essa triste lista de
bens perdidos, quando ladrões fracionaram e furtaram a extremidade da asa da
imagem que representa a História do Monumento à República, do centro da Praça
homônima.
Não é
a primeira vez que o ícone foi alvo da cobiça de ladrões. Antes, em data
ainda não precisa, parte da túnica que ficava suspensa a partir da base onde a
figura se acha sentada sobre grossos volumes foi quebrada e sumiu para nunca
mais ser encontrada. Ninguém jamais comentou sobre o assunto. Um silêncio
sepulcral se abateu sobre a ação criminosa, como, aliás, sempre ocorreu em
torno do sumiço das demais peças.
Bastou
uma pequena nota com fotos numa página eletrônica de um órgão da assim chamada
grande imprensa para que a questão despertasse subitamente o interesse de
alguns setores que, ao que tudo indica, estavam adormecidos até
então.
Bustos surrupiados
E foi
a sonolência dessas instituições que deveriam, reitero, por dever
constitucional, zelar, guardar e preservar a integridade desses bens, e, por
outro lado, fiscalizar a atuação dos poderes a cuja guarda esses tesouros estão
tutelados que favoreceu a ação audaciosa dos bandidos que, nesse longo período,
surrupiaram quatro bustos com as imagens de Rui Barbosa, Barão do Rio Branco,
Osvaldo Cruz e Antônio Marçal, uma estátua, a do Escoteiro, assinada por
Humberto Cavina; vários medalhões, uma placa com a efígie do maestro italiano
Ettore Bosio, duas imagens devidas ao cinzel de ninguém menos do que Bruno
Giorgi, além de peças de adornos, placas e caracteres, todos com uma
particularidade em comum: eram fundidos em bronze.
Como
se sabe, o bronze é um dos metais mais valiosos no mercado clandestino de
ferro-velho, daí resultando essa sanha iconoclasta que parece não ter fim.
Impunidade em alta
Apesar
do tempo e do número de peças furtadas, ninguém nunca foi preso. A impunidade
tem incentivado a prática continuada dessas subtrações que, curiosamente, pra
dizer o mínimo, não despertam nem mesmo a indignação daqueles que, por sua
omissão, deveriam, sim, responder por tão notória e censurável
negligência.
Por tudo isso, notadamente pela inércia das autoridades, não temos como deixar de reconhecer: Em Belém, o crime compensa!
Pesquisadores
montam
propostas
para conferência
nacional
que acontece em
Belém,
em junho deste ano
As
instituições de pesquisa da região, lideradas pela recém-criada Subsecretaria
de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, estão mobilizadas na construção de
propostas para a V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que
ocorre em junho e vai ditar as estratégias que serão executadas na área no
período 2024 a 2030.
Sustentável e inclusivo
A
articulação se dá nas conferências livres. O Museu Paraense Emílio Goeldi
esteve à frente de duas delas realizadas nesta semana, que resultaram em uma
proposta intitulada “Amazônia - para um futuro sustentável e inclusivo”. O
documento chama atenção para a necessidade de recuperar, expandir e consolidar
o sistema de CT&I na Amazônia e a importância desse campo para o
desenvolvimento socioeconômico da região.
Interação de conhecimentos
Outro
destaque é o enfoque na Tecnologia Social, que abrange iniciativas
caracterizadas pela interação entre conhecimentos tradicionais, populares e
científicos e que fornecem soluções de baixo custo e reaplicáveis para questões
como a segurança alimentar, o acesso à água e esgoto e a melhoria da produção
agrícola.