regra é clara: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Todo mundo estava careca de saber que este dia chegaria - e chegou sem choro, nem vela, com reza braba e figa e arranjos trançados pelas mãos de uma mulher, a deputada federal Renilce Nicodemos, do MDB, dona da cota política do governo do Estado no Instituto mais conhecido como Igeprev por todo o Pará.
A queda foi confirmada pelo Diário Oficial do Estado de hoje, que, como se sabe, não costuma dar maiores informações nestes casos, mas é oficial. Pelo que publica, Giussep Mendes caiu para baixo desta vez, quer dizer, a publicação oficial não dá indicativos de outra nomeação, pelo menos por enquanto, senão a do sucessor, Nenê Albuquerque.
Escrito nas estrelas
Não por coincidência, a Coluna Olavo Dutra publicou em Papo Reto, dias atrás: “Aviso transversal: quanto mais elevado o pedestal, maior será o tombo”. No português claro: o presidente do Instituto de Previdência do Estado, advogado Giussep Mendes, foi exonerado do cargo e se despediu há mais de uma semana, de sala em sala, ao passo em que a sala que ocupava foi desocupada mais recentemente.
Mais polido, impossível
Em mensagem publicada em grupo de WhatsApp do Instituto, o presidente Giussep Mendes é gentil com os servidores: “Boa noite pessoal, quero agradecer todo mundo pelo apoio de sempre e pela amizade, mas um ciclo se encerra e eu seguirei em outra direção, saibam que podem contar comigo sempre, estarei sempre por perto, mais não estarei mais exercendo o cargo de presidente do Instituto, serei eternamente grato por todos bons momentos que vivemos juntos e pelo grande aprendizado que tive aí no Igeprev, vou cuidar um pouco de mim agora, ficarei ausente do mundo uns 30 dias e quando retornar quem sabe poderemos ter surpresas boas, sim, o muito é uma caixinha de surpresa. Fiquem com Deus e vamos em frente quer atrás vem gente!!!! (sic).
Atrás vem gente...
E como vem gente. Na repentina gentileza da despedida, Giussep Mendes não é nem a sombra do gestor público que tantos dizem ser, outro tanto da parte de beneficiários do Instituto e mais outro que transita nos corredores do prédio, muitos deles, funcionários. O “rei” se fez posto, porém, não morto, ao sinalizar a existência de uma “caixinha de surpresa”.
Imersão no ego
A versão dos corredores até terça-feira, dia 11, dava conta de que Giussep sairia da presidência, assumindo, em data não definida, a diretoria de Previdência, ocupado por Camila Mussarelo, servidora de carreira. A versão de Giussep foi expressa na despedida aos servidores, publicada no grupo de WhatsApp: o ex-presidente do Instituto vai cuidar de si, o que possivelmente inclui a saúde - quem sabe afetada por estresse adquirido pelo intenso trabalho -, e das coisas que o povo fala: o luxuoso escritório de advocacia e propriedades que alardeiam se estender de condomínio em Belém, passando por mansão em Salinópolis e apartamentos em São Paulo e Fortaleza e até em Paris. Como aumenta essa gente... Sequer se lembra que o quiosque mantido por Giussep Mendes no piso do Boulevard Shopping também precisa de atenção, senão por outra razão, porque é a fonte dos presentes que costuma mandar devida e ricamente embalados a amigos.
Jeito orgulhoso de ser
Outra versão, a mais plausível, porque desenhada há bastante tempo, teria sido a aversão de Giussep Mendes em prestar contas de suas ações na direção do Instituto, neste caso, impondo um obstáculo intransponível nas relações com a deputada Renilce Nicodemos, a dona política do cargo conferido pelo governador do Estado. A ela, inclusive, Giussep Mendes deveria o próprio cargo, conquistado a pedidos depois que deixou a Auditoria Geral do Estado, ocasião em que se dizia que “caiu para cima”. Agora, porém, a situação parece outra, de vez que o advogado ou irá para o ostracismo, ou seguirá apadrinhado por outros políticos, pois não é crível que o governador queira se indispor com Renilce Nicodemos. Ainda que permaneça no cargo de diretor de Previdência do Instituto, terá sucumbido ao jogo político e ao “rebaixamento”.
Tempo de sobra
Uma coisa parece certa: Giussep Mendes terá mais tempo, muito mais tempo para receber personalidades nacionais, incluindo ministros, juristas e magistrados renomados para embalar projetos pessoais que tornam seu escritório de advocacia um dos mais movimentados da capital paraense, capaz de causar inveja a advogados menos empenhados em ‘grandes causas’ tributárias, que nem ele.
Porteira aberta
Fim de um ciclo, como ele diz na despedida - um longo ciclo, diga-se de passagem -, que abre vaga e espaço para um vereador na presidência do Instituto e a ascensão de um suplente na Câmara de Belém: o vereador nascido Washington Costa de Albuquerque, o Nenê Albuquerque, do MDB, ex-marido de Renilce Nicodemos, é o novo presidente, o que remete imediatamente à posse do primeiro suplente no Legislativo, Rildo Pessoa, representante do bairro do Bengui, na periferia de Belém.
Um Nenê exigente
Detalhe: há mais de mês, os corredores do Igeprev batem na tecla da iminente exoneração de Giussep Mendes do cargo de presidente. A demora, que consumiu horas de conversas, especulações e tempo de buscas ao Diário Oficial do Estado, teve lá suas justificativas: pequenos desacertos políticos e a determinação do vereador Nenê Albuquerque de só formalizar sua saída da Câmara depois de garantir suas indicações junto à administração de Igor Normando, na Prefeitura de Belém, configuradas em promessas de campanha. Em outras palavras, Nenê foi exigente. (Com informações de VTC Associados).
Papo Reto
·A pedido de leitores: Thiago Nasser Sefer (foto), único remanescente da lista tríplice do TRE do Pará para escolha de juiz da corte, é irmão do Procurador-Geral do Estado, Ricardo Nasser Sefer
·Também é primo do deputado estadual Gustavo Sefer e sobrinho do médico e ex-deputado estadual Luiz Afonso Sefer, condenado a 20 anos de prisão por estupro de vulnerável.
·Muito oba, oba dá nisso: o Pará acabou ficando sem uma das oito vice-presidências da CBF para um mandato previsto para até 2030.
·O presidente da Confederação, Edinaldo Rodrigues, preferiu prestigiar Amazonas e Amapá. O Pará não tem mais força como nos tempos de Oscar Castro, Péricles Guedes de Oliveira e o coronel Nunes.
·Até as águas do Marahu, em Mosqueiro, se revoltaram ontem com as informações sobre a suspensão das obras de pavimentação de ruas.
·Moradores da área receberam a notícia com surpresa, mas já desconfiavam que as obras só atenderiam o empreendimento Jurubeba.
·O presidente Lula mudou o discurso sobre criminalidade. Agora promete combater o crime organizado. Será o efeito da queda?
·“Vamos enfrentar a violência, temos que enfrentar o crime organizado. E não é o Estado sozinho. É o Estado, o município e o governo federal. A gente não vai permitir que os bandidos tomem conta do nosso País”, brada o presidente.
·O ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos diz que existem sites falsos anunciando inscrição para o Concurso Público Nacional Unificado 2025.
·Até ontem, a Receita já havia recebido mais de 1,5 milhão das 46,5 milhões de declarações previstas até o final do prazo.